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Secretaria de Agricultura lança Programa de Inovação e Transferência de Tecnologia em Controle Biológico

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio de Instituto Biológico (IB-APTA), lança o Programa de Inovação e Transferência de Tecnologia em Controle Biológico (Probio), que reúne tecnologias e serviços prestados pelo IB para fortalecer o uso do controle biológico em cana, soja, morango, banana, seringueira e plantas ornamentais. O Instituto Biológico é referência brasileira em pesquisas na área e já atendeu 46 biofábricas para produção dos agentes de controle, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso, Paraná, Bahia e no exterior. O programa será apresentado ao público durante o Simpósio de Controle Biológico (SICONBIOL), que será realizado de 4 a 8 de junho de 2017, em Ribeirão Preto, interior paulista.
O Programa de Inovação e Transferência em Controle Biológico (Probio) tem o objetivo de integrar todas as áreas de pesquisas do IB em controle biológico e disponibilizar ao setor produtivo suas tecnologias e serviços. “Queremos promover a inovação e a transferência de tecnologia na área de controle biológico, por meio de ações voltadas para a geração de conhecimentos e prestação de serviços”, explica Antonio Batista Filho, diretor-geral do IB.
O IB é uma das instituições pioneiras em pesquisas em controle biológico. Seus trabalhos buscam a geração de conhecimento na área, desenvolvimento de tecnologias e inovações e oferecimento de serviços para o setor de biocontroladores. O instituto de pesquisa paulista completa 90 anos de atuação em 2017.
Dentre os serviços prestados pelo Instituto está o desenvolvimento de sistemas de produção de bioinseticidas à base de fungos, bactérias e nematoides, alternativas de formulações, implantação de biofábricas, seleção e manutenção de insolados e controle de qualidade de agentes de biocontrole de natureza microbiana. O IB também fornece laudo de confirmação taxonômica de parasitoides, depósito de espécimes-testemunho de parasitoides em coleção entomológica oficial, teste de eficiência agronômica de produtos biocontroladores, desenvolvimento de projetos de controle biológico, capacitação para produção e desenvolvimento de sistemas de produção massal de nematoides entomopatogênicos e potencial de uso no controle biológico.
O novo programa do IB visa contribuir para superar alguns desafios no uso de agentes de controle biológico, como a seleção de raças mais virulentas, o aumento de tempo de prateleira dos produtos, o oferecimento de alternativas de formulações, controle de qualidade mais efetivo e a melhora na tecnologia de aplicação, por exemplo.
Natureza controlando a natureza
O controle biológico consiste no uso de inimigos naturais para diminuir a população de uma praga. “Componente fundamental da natureza, o controle biológico abre espaço para uma agricultura mais sustentável. Resumidamente, o controle biológico pode ser definido como natureza controlando natureza”, explica Batista.
Os agentes de controle biológico agem em um alvo específico, não deixam resíduos nos alimentos, são seguros para o trabalhador rural, protegem a biodiversidade e preservam os polinizadores. “O avanço tecnológico na produção de alimentos em função da utilização de insumos modernos é indiscutível. Contudo, o emprego inadequado tem levado a situações de risco. Existe a consciência de que é necessário encontrar um ponto de equilíbrio que compatibilize a demanda crescente de produção de alimento e preservação do futuro. O controle biológico é uma ferramenta importante para isso”, diz o diretor-geral do IB.
Pesquisas do IB
O IB foi responsável por isolar o fungo Metarhizium anisopliae, hoje utilizado para o controle biológico da cigarrinha-da-raiz – uma das pragas mais importantes da canavicultura. O uso do fungo nos canaviais permite a redução de até 70% da praga, sem o uso de agrotóxicos.
 O pesquisador do IB, José Eduardo Marcondes de Almeida, estima que, atualmente, são produzidas cinco mil toneladas do fungo Metarhizium anisopliae, IBCB 425, misturados em arroz pré-cozido. “É no arroz que o fungo se desenvolve, por isso, temos essa estimativa de volume. Com essas cinco mil toneladas, é possível fazer o controle biológico da cigarrinha em um milhão de hectares de cana”, explica Marcondes. O volume de negócio é de R$ 50 milhões por ano.
Outro exemplo que mostra a relevância dos trabalhos do IB na área é a produção do fungo Beauveria bassiana, IBCB 66, para o controle da praga mosca-branca, na cultura da soja. O B. bassiana também foi isolado pelo IB, que auxiliou os interessados na instalação de biofábricas para sua produção. “Cerca de quatro mil toneladas de arroz são produzidas por ano para o controle dessa praga na soja, permitindo a realização do controle biológico em 100 mil hectares da leguminosa”, afirma. Neste caso, o volume de negócio seria de R$ 5 milhões.
Os trabalhos do IB em controle biológico também contemplam o cultivo do morango – uma dos principais alimentos contaminados com resíduos de agrotóxicos – e plantas ornamentais.  As pesquisas do Instituto com o uso de agentes biológicos para o controle do ácaro-rajado nos morangos reduziu em 80%, aproximadamente, o uso de agrotóxico na cultura. “Antes de utilizar a tecnologia do IB nas plantações de morango, os produtores faziam 12 aplicações de agrotóxicos na fruta. Com o uso do controle biológico, é possível reduzir para apenas duas aplicações e em alguns casos até mesmo eliminar o uso dos produtos químico”, explica Mário Eidi Sato.
 Em plantas ornamentais, os trabalhos do IB possibilitaram a redução em até 70% de acaricidas no cultivo de gérberas e crisântemos e até mesmo a eliminação do uso dos produtos em rosas e orquídeas. O pesquisador do IB, Mário Eidi Sato, explica que o uso constante de produtos químicos, chamados de acaricidas, selecionaram os ácaros resistentes, o que diminuiu o efeito dos produtos. “Com a adoção de estratégia de manejo, incluindo uso do controle biológico, proposta pelo IB, é possível chegar a um controle efetivo da praga,  acima de 80% de eficácia, com uso mínimo de acaricidas” afirma Sato.
 O sucesso da tecnologia fez com que os produtores ligados à Associação dos Floricultores da Região da Via Dutra (Aflord) construíssem uma biofábrica para a produção dos ácaros predadores, inaugurada em março de 2016, e com capacidade para produção de 180 mil ácaros predadores por semana, das espécies Phytoseiulus macropilis e Neosiulus californicus, para o controle do ácaro-rajado. A produção pode atender, inicialmente, em torno de 100 produtores de flores.
“Os trabalhos do IB em controle biológico são um exemplo de como é possível fazer uma agricultura harmônica com o ambiente, uma das diretrizes do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
SICONBIOL
O Simpósio de Controle Biológico (SICONBIOL) é o maior evento científico da América Latina sobre controle biológico de pragas e doenças agrícolas. A 15ª edição do evento é promovida pela Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp Jaboticabal) e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq/USP) e terá como temática “Os novos desafios do controle biológico”. Os pesquisadores do IB e da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), proferirão palestras no evento. A programação pode ser acessada no link http://siconbiol.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Apresentacao-agenda-certoo-23may.pdf
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933

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