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Seguro rural e cana: dois estudos inéditos na edição de junho de revista do IEA

Estudo inédito de pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) identificou e caracterizou o grupo de produtores rurais que utilizou seguro rural no Estado de São Paulo no ciclo agrícola 2007/2008, com base em informações do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado. O artigo foi publicado na revista “Informações Econômicas” (edição de junho/2010), cuja versão eletrônica já está disponível na internet. 
Segundo o trabalho, o seguro rural foi adotado em 10.926 unidades de produção agropecuária (UPAs), isto é, em apenas 3,4% das propriedades paulistas, porém altamente pulverizado em 531 municípios.  Nove regiões (Assis, São João da Boa Vista, Campinas, Jaboticabal, São José do Rio Preto, Jales, Ourinhos, Itapetininga e Mogi Mirim) detiveram 51,1% do total de adesões ao seguro rural, foco principal deste estudo.
O perfil sócio-econômico indicou que esse grupo é majoritariamente organizado na gestão da propriedade e busca maior eficiência econômica nos seus cultivos, dizem os pesquisadores Rejane Cecília Ramos, Terezinha Joyce Fernandes Franca e José Alberto Angelo. Esses produtores possuem elevado nível tecnológico, através da adoção das principais práticas agronômicas e utilização da assistência técnica, complementado pela adoção do seguro rural como instrumento de gestão de risco de produção e renda.
Custo da cana-de-açúcar
Outro destaque desta edição da revista é o estudo “Sistemas de produção e matrizes de coeficientes técnicos da cultura de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo”, que levanta os sistemas de produção de fornecedores de cana-de-açúcar por meio de questionários aplicados a produtores de seis regiões paulistas. “A análise das matrizes evidenciou que as diferenças nos sistemas de produção das regiões encontram-se nas operações de plantio e colheita e que as regiões encontram-se em diferentes fases de mecanização destas operações”, dizem os autores do trabalho Marli Dias Mascarenhas Oliveira, Kátia Nachiluk e Sergio Alves Torquato. .
As pressões exercidas pelas legislações trabalhistas e ambientais provocaram, recentemente, transformações no processo de produção, principalmente em relação ao plantio e à colheita da cana, mostra o estudo. O corte da cana, realizado mecanicamente, desencadeia modificações técnicas desde as primeiras operações, como a de plantio, época da operação, variedades utilizadas e gestão do empreendimento.  Já a crise enfrentada pelo setor afetou o manejo da cultura por parte dos fornecedores, que utilizaram menor dosagem na aplicação de adubos e defensivos, além da diminuição de operações nos tratos culturais, para baixar custos.
Entre as regiões estudadas, o relacionamento dos fornecedores com a usina é o que diferencia a maneira de se produzir, dizem os pesquisadores. Nas regiões onde predominam os pequenos produtores, mais operações manuais são realizadas pelas usinas, demonstrando que a mecanização (mesmo na colheita) é inviável nas pequenas propriedades nesse momento. “Ou seja, pelo lado do produtor que não possui renda e nem área que viabilize a aquisição de colhedora e pelo lado da usina que não compensa os dispêndios com logística para realizar a colheita mecânica.”
Em relação à maneira de se conduzir a cultura, a região de Ribeirão Preto é a que mais sofre influência para a mecanização, segundo o estudo, devido à tradição e ao número de usinas instaladas que oferecem aos fornecedores mais serviços com menores preços. Porém ainda predomina na região o plantio manual e a colheita manual nas propriedades de menor área. Já a região de Catanduva encontra-se em fase de transição, ou seja, os produtores utilizam os serviços disponibilizados pela usina, mas estão se organizando.
Na região de Jaú, há bom entrosamento entre os fornecedores e as usinas, ao lado da adesão à mecanização. O plantio é feito manualmente pela maioria dos produtores e a colheita (manual ou mecânica) é por conta do fornecedor (maior parte) ou da usina. O serviço de colheita mecânica, quando não realizado pelo produtor, é fornecido pelo condomínio de máquinas da região.
Na região de Araçatuba, os produtores não possuem ligação com as usinas, preferindo realizar as atividades por conta própria. O plantio é realizado de forma manual, em parte pelo fornecedor (operações de sulcação/adubação e cobrição) e em parte por meio de condomínio de trabalhadores (corte, carregamento, descarregamento e picação). Já a colheita é realizada em sua maioria de forma manual pela usina, mas verifica-se crescimento da parcela colhida mecanicamente entre os produtores de maior área, por meio de empresa de prestação de serviços.
Outros destaques da nova edição da revista abrangem a evolução do projeto “Viva Leite” do Estado de São Paulo, exportações de carne de frango (oeste do Paraná), rastreabilidade da cadeia de produção da carne bovina, impactos da nanotecnologia na cadeira de produção da soja, volatilidade dos preços dos alimentos e segurança alimentar e consumo de vinho artesanal (cultura italiana).   
Link: edição de junho/2010 da revista Informações Econômicas
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
Eliane Christina da Silva (estagiária)
(11) 5067-0424

 

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