Tarifas (barreiras) de 150 por cento à carne bovina
Data da postagem: 06 Dezembro 2005
A liberalização comercial agrícola pode resultar em conquistas expressivas de mercado para o setor agropecuário, que tem alta competitividade no cenário mundial. O ministro Luiz Furlan destaca que o agronegócio é o setor mais aberto e mais internacionalizado da economia brasileira. As tarifas agrícolas são as mais baixas do universo tarifário, em torno de 10 por cento, e o setor responde pela maior fatia do quadro de exportações brasileiras, totalizando 17 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Para o ministro, há claro entendimento que o crescimento sustentável do setor depende cada vez mais de negociações que abram mercado para os produtos do agronegócio brasileiro. Acesso a mercados é a palavra-chave.
Barreiras tarifárias praticadas por países como Estados Unidos e membros da União Européia limitam significativamente as exportações brasileiras. Tarifas que incidem, por exemplo, sobre as exportações brasileiras de açúcar e que, na maioria dos países, estão restritas às cotas, são superiores a 150 por cento. A tarifa de álcool etílico na Europa e nos EUA é de 50 por cento. No entanto, há situações piores. Se o Brasil quisesse exportar frango para o Canadá, a tarifa seria de 505 por cento; para a Noruega, 900 por cento, e para a Islândia, 400 por cento. A tarifa da União Européia para esse produto em pedaços é de 110 por cento.
A carne bovina é outro produto bastante discriminado no comércio mundial. A União Européia aplica tarifa de 150 por cento sobre carne desossada congelada, e o Japão, 50 por cento. No caso da carne suína, a taxação varia entre 30 a 40 por cento na Europa e acima de 200 por cento no Japão. Além disso, o Brasil não pode exportar carne fresca para os EUA porque esse país não reconhece as zonas livres de aftosa, aprovadas pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), diz Furlan.