bannergov2023 
×

Aviso

There is no category chosen or category doesn't contain any items

Tecnologia de indução na reprodução do lambari desenvolvida pela APTA pode aumentar a produção

A tecnologia desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), pode aumentar em 80% a produção de lambari. A técnica de indução na reprodução da espécie permite a reprodução sincronizada dos peixes. 
A técnica da indução consiste na aplicação de hormônio da hipófise nos peixes para que se reproduzam de forma conjunta. De acordo com o pesquisador da Secretaria, que atua na APTA, Fábio Sussel, a reprodução induzida já é utilizada desde a década de 1930, porém, para peixes maiores. “O que fizemos foi aperfeiçoá-la para os lambaris, que são bem menores. Este aperfeiçoamento deixou a técnica acessível aos pequenos produtores. Isso tem um forte impacto neste momento de grande aumento da demanda como isca-viva para a pesca esportiva”, afirmou.
“Sem essa técnica, cada lambari vai atingir sua maturidade sexual em uma época e os alevinos vão nascer de forma desordenada. Com isso, os peixes maiores podem comer os menores”, explicou o pesquisador. 
Por meio do planejamento e sincronização do dia certo para a reprodução, é possível ter uma melhor organização da produção e, desta forma, atender melhor ao mercado.
A indução realizada em outros peixes se difere do lambari na quantidade de hormônio aplicado. “Nas espécies de porte maior as quantidades aplicada varia de peixe para peixe, de acordo com o peso. No caso do lambari, como são menores e em maior quantidade, padronizamos uma quantidade igual para todos, facilitando a aplicação”, destacou Sussel. O estudo está sendo conduzido na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da Apta em Pirassununga, interior paulista. 
 A Agência também transfere a tecnologia para os produtores por meio de palestras, treinamentos e dias de campo. Nos últimos quatro anos foram oferecidos seis cursos sobre o cultivo do lambari em Pirassununga. “Diante da crescente demanda dos produtores, tomamos a iniciativa de manter um calendário fixo de cursos: em outubro o curso de “Indução Hormonal” e em maio o curso de “Técnicas de Cultivo”, explicou Sussel.
De acordo com o pesquisador, a tecnologia é simples e barata e pode ser utilizada pelos pequenos piscicultores. “Para fazer a indução é necessário apenas uma incubadora, que custa em média R$ 1.400,00, e uma caixa de 500 litros de água. Além de barato, é algo fácil de ser feito. Dessa forma, os pequenos produtores – que são os produtores do lambari – conseguem utilizá-la”, disse. A tecnologia pode ser adaptada em todas as regiões do Brasil. 
“Pesquisas como essa são muito importantes, pois aumenta a produção dos produtores e pode ser utilizada em todo o País. O trabalho está alinhado ao que nos pede o governador Geraldo Alckmin, de diminuir a distância entre a pesquisa e o usuário”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim.
Tecnologia para reprodução no inverno
Outra tecnologia relevante para a otimização das técnicas de reprodução do lambari foi à preparação dos peixes para a reprodução fora do período natural da estação reprodutiva. Os pesquisadores sabiam que os dois principais fatores que estimulam a reprodução de peixes tropicais são o fotoperíodo (tamanho do dia) e a temperatura da água. “Submetemos um lote de peixes ao tratamento com 12 horas de luz e temperatura da água em 26º C no período do inverno, ou seja, fora do período reprodutivo. Com 20 dias nestas condições, já foi possível obter resposta extremamente satisfatória ao aplicarmos hormônio para a reprodução”, explica Sussel. |O trabalho foi realizado em parceria com o Instituto de Pesca (IP-Apta), e foi objeto de estudo na dissertação da bióloga Mariana Machado Evangelista, sob a orientação da pesquisadora Elizabeth Romagosa.
Produção de lambari
Estima-se que a produção nacional de lambari totalize 140 milhões de unidades, por ano. São Paulo é o maior produtor nacional, com 90 milhões por ano, seguido de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Praticamente 100% da produção é destinada ao mercado de isca viva para pesca esportiva, atividade que vem crescendo nos últimos anos. “Apesar de historicamente os rios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul terem fama de piscosos, o grande mercado de pesca esportiva hoje encontra-se em São Paulo, especialmente para pesca de corvina e tucunaré. Cerca de 70% da produção nacional de lambari é usada para abastecer o mercado paulista”, ponderou Sussel.
De acordo com o pesquisador, o produtor de lambari recebe, na propriedade, cerca de R$ 170,00 por milheiro, sendo que o custo de produção é por volta de R$ 60,00. O intermediário revende para as pousadas por R$ 250,00 a R$ 300,00 e as pousadas revendem para o pescador esportivo por R$ 500,00 (R$ 0,50 a unidade).
Segundo Sussel, é notável a profissionalização que houve na atividade nos transcorrer dos últimos cinco anos. No entanto, mesmo com o aumento expressivo da produção ano a ano, nunca foi possível atender à demanda, já que a pesca esportiva cresce em maior velocidade. “É comum faltar lambaris nas pousadas em feriados prolongados. Este ano, por conta da elevação do nível dos reservatórios, a piscosidade de espécies com o tucunaré e a corvina será maior e certamente faltará lambari para a pesca esportiva”, finalizou.
Por Fernanda Domiciano
Mais informações para imprensa
Assessoria de Imprensa
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(19) 2137-0616/0613

Notícias por Ano