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TRIGO: NOVA VARIEDADE TEM DOBRO DE PRODUTIVIDADE E REDUÇÃO DE 30% NA APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS

O Instituto Agronômico (IAC-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, lança nesta quinta-feira, 1º de setembro, a nova variedade de trigo IAC 385 Mojave. O lançamento será durante a XI Reunião Técnica de Cereais de Inverno, realizada no Polo Sudoeste Paulista/APTA Regional, em Capão Bonito (SP).

A nova variedade IAC do tipo melhorador apresenta potencial produtivo em torno de seis mil quilos por hectare, enquanto as outras em uso no Estado de São Paulo produzem cerca de três mil, exceto o IAC 370 que tem rendimento idêntico ao Mojave, de acordo com o pesquisador do IAC, João Carlos Felício. “Esses resultados podem variar de acordo com a região e as condições de clima e solo, mas em condições ideais o produtor consegue atingir esses valores”, explica Felício. A nova variedade IAC tem ainda espigas grandes e alto potencial de inflorescência – responsável pela geração dos grãos. “Eles apresentam bom peso de mil grãos (55 gramas)”, diz.

A aplicação de defensivos agrícolas nas lavoras do IAC 385 Mojave pode ser reduzida em pelo menos 30%. Isso porque a nova variedade possui moderada resistência à ferrugem da folha, às manchas foliares causadas por helmintoporiose e à brusone. As três são consideradas as principais doenças do trigo. “Geralmente o produtor faz de duas a três aplicações de defensivos agrícolas nas lavouras. Com essa moderada resistência, são necessárias apenas duas pulverizações. Isso em condições propícias de clima e solo”, explica o pesquisador do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O IAC 385 Mojave é utilizada para fabricação de pães especiais — como pão de forma e panetone — e para melhorar outras farinhas de qualidade inferior. De acordo Felício, são três os tipos de farinhas existentes: tipo melhorador, tipo pão e outros usos – estes para consumo doméstico. “O que determina a qualidade da farinha é a quantidade de glúten, ou seja, a proteína expressa no teor de glúten úmido, e a força de estabilidade da massa (W). O IAC 385 Mojave apresenta 31% de glúten úmido, o que é muito bom e confere estabilidade da massa, no mínimo, de 14 minutos.”

A força de glúten e a estabilidade correspondem ao tempo em que a farinha resiste nas máquinas para o processo de fabricação do pão, por exemplo, explica o pesquisador. “Se os grãos de trigo não têm essa característica, quando forem bater a massa para fazer alguma receita, ela vai ficar elástica, parecendo um chiclete e isso não é bom para o resultado final do produto, pois o miolo do pão apresenta muita umidade.”

A cor branquinha do miolo do pão atrai o consumidor final e, consequentemente, os moinhos, que compram mais rapidamente em razão da preferência por farinhas com coloração branca. A nova variedade do IAC possui também esta característica.

Desenvolvida para colheita mecanizada – que corresponde ao método utilizado em quase 100% dos trigais – a variedade possui porte baixo, de 85 cm a 90 cm, e moderada resistência ao acamamento, responsável por fazer as plantas caírem, impedindo a colheita por máquinas. O IAC 385 Mojave é também resistente à debulha natural. “É uma característica do trigo debulhar antes da colheita. Quando a espiga seca e a temperatura está alta, os grãos secam e caem, isso ocorre principalmente com a força da colheitadeira. Os grãos não conseguem ficar na planta, o que causa perda de produção para o agricultor”, explica Felício.

O novo material IAC tem ciclo médio, variando de 130 a 140 dias, o que possibilita ao agricultor plantar diversas variedades para colher em períodos diferentes, diz o pesquisador. “De cada 20 hectares que se planta em um dia, se colhe dez no mesmo período. Isso acontece porque o período do dia propício para a colheita é das 10h às 18h, depois disso, o grão umedece e a máquina não consegue bater. Por isso é necessário que o produtor plante variedades com ciclos diferentes para conseguir colher com maior facilidade.”

O cultivo está recomendado para a região de Capão Bonito, no Sudoeste Paulista. A expectativa é de que no próximo ano se estenda também para região de Assis, no Médio Paranapanema. As sementes da nova variedade estão sendo produzidas e devem ser disponibilizadas aos produtores em 2012. A pesquisa teve o apoio dos Polos Sudoeste Paulista e Médio Paranapanema, ambos da APTA Regional.

A íntegra da reportagem está disponível no site www.iac.sp.gov.br.

Assessoria de Imprensa do IAC

Carla Gomes

Fernanda Domiciano (estagiária)

Assessoria de Comunicação da APTA

José Venâncio de Resende

Camila Amorim e Eliane Christina da Silva (estagiárias)

Contato: imprensa@apta.sp.gov.br

 

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