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Uso de telas de sombreamento na produção de hortaliças no verão é analisado pela APTA

Pesquisa realizada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), analisa o uso de telas de sombreamento para a produção de hortaliças folhosas no Verão. O estudo está sendo realizado na cidade de Presidente Prudente, uma região quente do Estado de São Paulo, onde os pesquisadores analisam a produção de alface, agrião e cebolinha, três das hortaliças mais consumidas pelos brasileiros.
No agrião, por exemplo, as telas de sombreamento aumentaram em cerca de 60% a massa fresca da planta, em relação ao cultivo em pleno sol.  A alface teve melhora na qualidade, com folhas maiores e mais macias, características apreciadas pelos consumidores.
A pesquisa realizou diversas avaliações em diferentes tipos de telas de sombreamento, com variação em cores e porcentagens de sombreamento, além do seu impacto na produção de diferentes hortaliças folhosas, na unidade de pesquisa da APTA.
De acordo com a pesquisadora da Pasta, que atua na APTA, Andréia Cristina Silva Hirata, a pesquisa começou a pedidos dos produtores da região de Presidente Prudente, local em que está sediado o Polo Regional Alta Sorocabana da Agência. “Consideramos importante iniciar as pesquisas na região, uma vez que estamos em uma porção do Estado com temperaturas muito altas e com dificuldade de produção dessas hortaliças, uma atividade importante que gera renda em curto período de tempo e com menor investimento em relação a outras culturas”, explica.
Nos estudos realizados, cada hortaliça folhosa apresentou um comportamento diferente em relação às telas. Segundo a pesquisadora, o agrião apresentou resposta de produtividade com a utilização de telas de sombreamento com aumento de cerca de 60% de massa fresca, em relação ao tratamento a pleno sol.
“As plantas de alface cultivadas sob as telas de sombreamento apresentaram folhas maiores e mais macias. Esse resultado é atribuído ao aumento da área foliar para otimizar a captação da luz. As plantas cultivadas sob intensa radiação solar (pleno sol) apresentaram folhas mais espessas e menores, mecanismo de proteção e redução da transpiração”, diz a pesquisadora. A cebolinha apresentou efeitos não tão promissores e, dependendo das condições climáticas do Verão, as telas de sombreamento podem trazer resultado negativo para a cultura.
As três hortaliças são adaptadas a regiões de climas amenos, a saída dos produtores é usar as telas de sombreamento para amenizar os efeitos da chuva e das altas temperaturas. “As chuvas em grande volume em curto espaço de tempo exercem um efeito prejudicial nas plantas pela perda das folhas que estão mais próximas ao solo, as quais grudam na terra e apodrecem, resultando na redução da parte comercializável da cultura”, diz a pesquisadora.
Andréia ressalta que chuvas acima de 30 mm já são suficientes para causarem um efeito prejudicial nestas culturas, que pode ser potencializado pelo tipo de solo, com maior ou menor potencial de erosão, além de perdas de nutrientes por lixiviação. “É importante produzir no verão, pois o produtor aumenta sua rentabilidade e mantêm a regularidade da oferta no decorrer do ano, o que é uma característica valorizada, pois nesta estação o consumo de hortaliças aumenta e a produção diminui, resultando em preços elevados no mercado”, afirma.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, a pesquisa segue orientação do governador Geraldo Alckmin de pensar em soluções para melhorar a renda e produção no campo. “Com essa pesquisa, o agricultor pode melhorar significativamente sua produção, com o aumento da produtividade e da melhora na qualidade dos produtos. Isso gera renda e emprego no campo e traz benefícios para os consumidores”, afirma.
O custo das telas de sombreamento para o produtor pode variar de acordo com essas características. “As telas aluminizadas, assim como as coloridas, têm um custo maior em relação à tela preta, por exemplo. Quanto maior a porcentagem de sombreamento, mais alto é o preço da tela. Porém, o investimento pode ser recuperado no final dos cultivos do Verão, em que o preço das hortaliças folhosas é maior”, conta Andréia.
Para continuar produzindo hortaliças no Verão, não bastam somente às telas de sombreamento, orienta a pesquisadora. “Para o produtor manter sua produção tem que focar em um sistema sustentável e com foco em longo prazo. Práticas para conservação do solo como a construção de canteiros em nível, rotação de culturas e especialmente a inserção da adubação verde no sistema de produção são extremamente importantes para reduzir as perdas de solo, quebrar o ciclo de pragas e doenças e aumentar os teores de matéria orgânica no solo”.
Entretanto, no Inverno, as telas podem ser um problema. “Como nessa estação os dias são curtos, as temperaturas são baixas, há poucas chuvas e a radiação solar é menor, as plantas se desenvolvem em condições adequadas sem as telas. Neste caso, elas são um fator que resulta em impacto negativo na produtividade”, afirma Andréia.
O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), teve início em 2012. A expectativa é que seja finalizado em 2016. Um dia de campo, que reuniu mais de 100 produtores e técnicos de diversos municípios da região, foi realizado pela Apta em 2015 e foram implantadas duas áreas demonstrativas com telas de sombreamento nos assentamentos Engenho II e Lagoinha, em Presidente Epitácio, juntamente com a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp).
Por Giulia Losnak (estagiária)
Mais informações
Secretaria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)
(19) 2137-8933

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