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Uso do sistema MPB em manejo conservacionista é tema de pesquisa da APTA

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), realiza pesquisa sobre o manejo conservacionista no Sistema de Mudas Pré-brotadas (MPB). O sistema é uma tecnologia inovadora desenvolvida pelo Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, que tem revolucionado o modo de produção de cana-de-açúcar, levando para campo uma planta.

Os pesquisadores da Agência estão estudando o plantio de MPB em três sistemas de manejo do solo: convencional, cultivo mínimo e plantio direto sobre palhadas de mucuna verde. A pesquisa prevê a avaliação de duas cultivares de cana-de-açúcar, a IACSP95-5000 e um clone destinado para biomassa. “O objetivo do trabalho é quantificar as alterações das características agronômicas e tecnológicas, o desenvolvimento do sistema radicular e as mudanças nos atributos químicos e físicos do solo”, afirmou Denizart Bolonhezi, pesquisador da APTA e líder do projeto.

A utilização do método de propagação conhecido como MPB, desenvolvido pelo Programa Cana IAC, é uma opção para melhorar a qualidade dos viveiros e o potencial produtivo dos canaviais. O setor sucroenergético tem utilizado diversas propostas para o sistema em escala comercial. Porém, as recomendações de implantação em campo das mudas produzidas em casa-de-vegetação ainda são as mesmas usadas no método convencional. “Estas recomendações são baseadas no preparo intensivo do solo, que redunda em maior gasto de combustível, maior exposição aos processos erosivos e perda de água do solo por evaporação e, consequentemente, maior vulnerabilidade aos períodos de estresse hídrico”, explicou Bolonhezi.

A colheita da cana crua representa mais de 80% da cana-de-açúcar colhida em São Paulo e a principal estratégia para combater o declínio da produtividade é a renovação dos canaviais. O custo de preparo, aliado aos gastos com mudas e exigências trabalhistas, encarecem a renovação dos canaviais e desestimula os produtores e as usinas a adotarem a prática.

De acordo com o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, esse método de plantio de cana-de-açúcar, feito a partir de mudas de alta qualidade, livres de doenças e pragas, garante taxa de multiplicação muito maior do que plantio tradicional. “No método tradicional, a cana-de-açúcar é cortada em pedaços de 30 a 40 centímetros e enterrada, para que então brote. Enquanto o produtor utiliza de 18 a 20 toneladas de cana por hectare no método comum, o plantio por MPB demanda dez vezes menos matéria-prima por hectare. Com essa redução, o produtor pode utilizar a quantidade que iria para o plantio, para vender nas usinas, fazer açúcar e etanol. Isso reduz o custo do plantio, a partir do momento que ele pode vender a sobra da cana”, ponderou.

O pesquisador da APTA ressaltou que no sistema de colheita sem queima prévia, os talhões são sistematizados para reduzir o número de manobras e, frequentemente, os terraços são afastados ou retirados. “Enquanto o palhiço remanescente da colheita está presente, o solo está protegido dos processos erosivos, porém no período da reforma, que coincide com os meses de maior pluviosidade, a ocorrência de erosão é comum”, afirmou.

Para Bolonhezi, o preparo do solo representa, em média, 14% dos custos do canavial e requer um número maior de operações nos canaviais colhidos sem queima. “A adoção de sistemas de manejo conservacionistas podem contribuir para reduzir significativamente os custos, permitindo aumento das áreas de reforma”, afirma. Com a Lei Estadual de Uso dos Solos, os produtores de cana podem ser autuados se forem constatados problemas na conservação do solo.

Sistema MPB

Desenvolvido pelo Instituto Agronômico, o sistema de Mudas pré-brotadas (MPB) de cana é uma tecnologia desenvolvida pelo IAC de multiplicação que contribui para a produção rápida de mudas, associando elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. Outro grande benefício está na redução da quantidade de mudas que vai a campo. Para o plantio de um hectare de cana, o consumo de mudas cai de 18 a 20 toneladas, no plantio convencional, para 2 toneladas no MPB. “Isso significa que 18 toneladas que seriam enterradas como “mudas” irão para a indústria produzir etanol e açúcar, gerando ganhos”, explicou Mauro Alexandre Xavier, pesquisador do IAC.

A nova tecnologia desenvolvida pelo Programa Cana do IAC é direcionada a aumentar a eficiência e os ganhos econômicos na implantação de viveiros, replantio de áreas comerciais e possivelmente renovação e expansão de áreas de cana-de-açúcar. “Trata-se de um novo conceito de multiplicação da cana, reduzindo volume e levando para o campo efetivamente uma planta”, disse Xavier.

“O governador Geraldo Alckmin é um entusiasta do agronegócio paulista. Em todos os eventos que participa reconhece a importância desse setor para a economia, movimentando cerca de 24% do PIB, em 2014, além de gerar emprego e ser o sustento de muitas famílias. Por isso, o trabalho da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio de seus Institutos, é diminuir a distância entre o conhecimento e o pequeno e médio agricultor”, complementou Arnaldo Jardim.

A pesquisa, conduzida pelo Polo Regional Centro Leste da APTA, em Ribeirão Preto, está sendo financiada pela Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável.

Por Fernanda Domiciano

Assessoria de Imprensa – APTA

19 – 2137-0616/0613

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