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Viabilidade do cultivo da banana-da-terra em São Paulo é pesquisada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento

Frita, cozida, em forma de farinha ou chips, a banana-da-terra, também conhecida como plátano, é consumida principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País, mas tem conquistado o paladar dos paulistas, que utilizam o produto, inclusive, na alta gastronomia. Mesmo sendo considerada de nicho de mercado, a fruta é objeto de pesquisa na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado e São Paulo, em unidades regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA). Projeto da Agência avalia 12 genótipos de banana-da-terra com o objetivo de verificar se os materiais se adaptam bem as condições do Vale do Ribeira e do Centro-Oeste de São Paulo e se podem ser uma boa opção de negócio aos agricultores.

Os materiais são da coleção de bananas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sendo que alguns deles são originários de outros países. A Embrapa distribuiu esses materiais para instituições de pesquisa parceiras, como a APTA, para avaliações relacionadas à produtividade e adaptação às condições climáticas das regiões. Os projetos são liderados por Edson Perito Amorim, do Programa de Melhoramento de Banana e Plátano da Embrapa Mandioca e Fruticultura.

O primeiro fruto desse trabalho em São Paulo foi a seleção, com auxílio do Polo Regional de Pariquera-Açu da APTA, da cultivar de banana-da-terra “BRS Terra Anã”, adaptada as condições do Vale do Ribeira. O material já foi registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e agora está em avaliação também no Centro-Oeste paulista. “Esse material tem boa produtividade e características de qualidade da pós-colheita interessantes aos produtores. Ele se adaptou bem as condições úmida e quente do Vale do Ribeira”, afirma Edson Nomura, pesquisador da APTA que auxiliou na seleção do “BRS Terra Anã”.

A avaliação regional de cultivares é uma etapa importante do processo de desenvolvimento científico, por permitir identificar se determinado material está adaptado as diferentes regiões do país e até mesmo do Estado. De acordo com a pesquisadora da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Marília da APTA, Adriana Novais Martins, a região Centro-Oeste de São Paulo tem condições diferentes de temperatura e vento do Vale do Ribeira e também do Norte e Nordeste brasileiro, locais que produzem bastante banana-da-terra e que são referência para os pesquisadores.

“As regiões Norte e Nordeste são as principais produtoras de banana-da-terra. As condições de clima e temperatura dessa localidade se diferem das encontradas em São Paulo, que possui clima mais frio no inverno e ventos mais fortes”, explica Adriana. A pesquisadora conta que os 12 genótipos de banana-da-terra estão sendo avaliados desde 2017 pela APTA no Centro-Oeste em uma propriedade rural de Palmital. Até o momento, os pesquisadores perceberam que o vento da região não tem causado maior índice de tombamento das plantas, um problema grave na cultura de plátanos. “Avaliamos, porém, que alguns materiais possuem ciclo de produção maior em São Paulo do que em outras regiões”, afirma.

A expectativa é que os estudos, que avaliarão o manejo, produtividade e aspectos econômicos, sejam finalizados até 2021. Ao final da pesquisa, os pesquisadores poderão orientar de forma correta os agricultores, dizendo se o investimento na cultura no Estado é de fato viável.

No supermercado, a banana-da-terra pode ser encontrada com preço até três vezes maior do que da banana nanica, principal tipo da fruta consumido em São Paulo. “Além de ser um produto de maior valor agregado quando consumida in natura, a banana-da-terra também é utilizada para produção de farinha, um alimento que tem caído no gosto da população que busca por uma alimentação mais saudável”, afirma Adriana.

Pesquisa conta com apoio de agricultor

Edmar José Bernardes é o agricultor que tem apoiado as pesquisas desenvolvidas pela APTA. Produtor rural de soja, milho e banana em Palmital, ele abre sua propriedade para que pesquisadores da Agência desenvolvam seus experimentos. Esta é a terceira vez que participa de projetos na área de banana na APTA.

“A pesquisa é fundamental, seja no agro ou em outras áreas, como na saúde. Precisamos sempre apoiar projetos científicos, que são importantes para o nosso desenvolvimento e para o bem-estar da nossa população”, diz.

O produtor rural nunca havia plantado banana-da-terra e tem usado a experiência de participar do projeto para buscar novos mercados para a fruta em cidades como Curitiba, Londrina, Marília, Bauru e Sorocaba. “Vendemos no ano passado cerca de 50 mil quilos de banana-da-terra, principalmente para mercados de Curitiba e Sorocaba. Ainda é um volume baixo, precisamos abrir mercado”, afirma.

Plátano x banana

A banana-da-terra faz parte do grupo dos plátanos que se diferem das bananas do tipo nanica, prata e maçã. Apesar de plátano e banana terem alta concentração de amido, à medida que os frutos amadurecem, a maior parte desse amido é convertido em açúcar nas bananas, enquanto nos plátanos isso não ocorre, o que os torna com um sabor peculiar. Além disso, há diferenças de textura e até mesmo de preparo dos pratos, sendo os plátanos bastante usados para a preparação de nhoque e purê e até mesmo consumo de forma frita.

Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
fdomiciano@sp.gov.br
gsalmeida@sp.gov.br

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