Data da postagem: 24 Julho 2013
Com a entressafra, os preços do leite no Estado de São Paulo continuam a subir, porém em ritmo menos acelerado. No varejo, os aumentos em relação ao mês de maio alcançaram 1,1% para o leite UHT (longa vida) e 1,0% para os leites B e C, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Para o produtor, os preços recebidos levantados pelo IEA mostraram alta superior que o varejo. Em maio, tanto o leite C como o B, tiveram alta, de acordo com a pesquisadora, Rosana de Oliveira Pithan e Silva.
De acordo com Pithan e Silva, observa-se que apesar da expectativa de que as altas no varejo, de maio em relação a abril, alcançassem em peso esse mercado, em função do maior aumento nos preços pagos aos produtores em maio, essas foram menores que o esperado, provavelmente devido à pressão do setor supermercadista. No entanto, segundo a pesquisadora, a expectativa é de alta, não só para o leite como para os seus derivados, até o final da entressafra, em novembro. “A forte onda de frio dessa semana deve piorar ainda mais a situação das pastagens dos Estados do Sul e Sudeste contribuindo para altas mais expressivas nos preços do leite, tendo em conta que nessas regiões estão os principais estados produtores de leite do País”, esclarece. O mercado, como um todo, deve sentir o impacto do tempo, pois com pastagens comprometidas, o produtor tem que suplementar mais a alimentação do gado.
Ainda segundo Pithan e Silva, apesar da alta ser justificada devido ao início da entressafra, alguns fatores vem influenciando esses aumentos, sendo uma das razões a falta de produto no mercado internacional. Os principais exportadores de lácteos tiveram uma redução da produção, com destaque especial para a Nova Zelândia, maior exportadora mundial de leite, devido à seca. Apenas os Estados Unidos mantiveram sua produção dentro do esperado, e a combinação das situações afetou todo mercado elevando as cotações do produto.
Outro fator é o aumento da demanda internacional pelo produto, com destaque para a China, da qual se espera um crescimento da ordem de 50% nas importações, o que reflete em uma valorização ainda maior para o produto. A valorização do dólar aliada à firme demanda pelo produto, afeta os preços pagos aos produtores devido à grande procura pelas indústrias, segundo o estudo.
Esse cenário, concomitantemente com a elevação dos custos de produção, devido à necessidade de suplementação na dieta do rebanho. O aumento dos preços pagos aos produtores que já refletindo nos preços do varejo, deverá ser inferior para o leite longa vida, em relação aos leites pasteurizados por conta da pressão dos supermercados para a colocação do produto em suas gôndolas.
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Texto: Nara Guimarães
Assessora de Imprensa - IEA
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