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Milho: perspectiva de abastecimento interno tranqüilo em 2008

Os preços do milho vão continuar mais altos no período de passagem de 2007 para 2008, tendendo a cair bastante no próximo ano, com a nova safra, pela falta de perspectivas nas exportações. Esta previsão foi apresentada por Carsten Wegener, Sênior Trade Manager da ADM do Brasil, em palestra realizada no dia 21 de novembro, na Câmara Setorial de Milho da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. “O Brasil como um todo não vai ter problema de desabastecimento. Nós vamos ter alguns custos maiores de transporte, de logística, para trazer milho para os centros de consumo”, disse. A ADM estima uma produção mundial de 769 milhões de toneladas de milho em 2007/08, para uma demanda de 763,7 milhões de toneladas, números estes superiores aos da safra 2006/07 de, respectivamente, 703,4 milhões e 721,4 milhões de toneladas. O estoque de passagem deverá ficar em torno de 110,4 milhões de toneladas (105 milhões na safra anterior). Carsten aponta mudança significativa no uso do milho nos Estados Unidos em 2007/08, com a destinação de 81,3 milhões de toneladas para a produção de etanol, em relação a 54 milhões na safra 2006/07. A indústria de alimentos deverá consumir 116 milhões de toneladas e a alimentação, 145 milhões de toneladas. No Brasil, a produção total da safra 2006/07 é estimada em 51,408 milhões de toneladas em 2006/07, cerca de 10 milhões de toneladas acima da safra anterior. Já a demanda total deve somar 50,650 milhões de toneladas, com um estoque de passagem de 3,137 milhões de toneladas em 31 de janeiro. O uso doméstico (alimentação animal, indústria, etc.) é previsto em 40,350 milhões de toneladas. Para 2008, a demanda total será um pouco inferior (50,450 milhões de toneladas), enquanto o uso doméstico será um pouco superior (41,450 milhões de toneladas) e o estoque de passagem atingirá 5,287 milhões de toneladas. Exportações As exportações brasileiras de milho não devem repetir o mesmo comportamento de 2007, segundo Carsten. “Salvo alguns acontecimentos climáticos na Europa de novo, porque os estoques mundiais são relativamente pequenos, a previsão é de aumento de área tanto nos Estados Unidos quando na Europa. Em princípio, a perspectiva para exportação é muito menor para 2008 do que houve em 2007. Este ano, nós vamos ter mais ou menos 10 milhões de toneladas (exportadas). A perspectiva, em condições normais, é que nós não vamos ter mais do que 3,5 milhões ou 4 milhões de toneladas (exportadas) no ano que vem.” Considerando o preço máximo de exportação de 180 dólares esperado em 2008, Carsten acredita que não haverá incentivos à produção para exportação, a não ser em regiões próximas aos portos. Ele observa que a Argentina será o grande concorrente brasileiro em 2008, devido à maior produtividade por causa dos transgênicos. A produção argentina deve alcançar 23,7 milhões de toneladas, dos quais 17,3 milhões para exportação, além de grande estoque de passagem. Subsídios argentinos Carsten apontou a tendência protecionista do governo da Argentina, que deve ser motivo de preocupação por parte de associações representativas de produtores brasileiros. Estas entidades deveriam pressionar o governo brasileiro para não permitir que a Argentina continue fornecendo incentivos e subsídios para a indústria local, que são contrários às normas da Organização Mundial do Comércio (OMC). Esta medida vai prejudicar o Brasil daqui a alguns anos, em setores como frango, farinha e biodiesel, alerta. José Venâncio de Resende

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