O mofo-branco, doença que atinge a soja e outras culturas de importância econômica além de plantas daninhas, ocorre principalmente no período de outono-inverno, mas também em outras épocas de cultivo. “O estádio mais propício ao início do aparecimento do mofo branco é quanto se atinge a fase de fechamento da cultura; no caso de feijão ou seja, pode coincidir com a emissão dos primeiros botões florais”, dizem os pesquisadores Margarida Fumiko Ito e João José Dias Parisi, do Instituto Agronômico (IAC-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Conhecido também por podridão de esclerotinia, murcha de esclerotinia e podridão branca, o mofo branco-branco S. sclerotiorum é fungo polífago que se encontra mundialmente distribuído, informa os pesquisadores. No Brasil, está disseminado em todo o país, com maior incidência principalmente nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mas também está presente nas regiões que apresentam condições climáticas favoráveis ao patógeno, ou seja, temperatura amena e alta umidade relativa e do solo. Há relatos de Estados que apresentaram ao redor de 45% de área plantada com soja contaminada por esse fungo, na última safra, 2008/09.
O fungo pode causar doença em mais de 200 gêneros de plantas, abrangendo 408 espécies, e compreende desde culturas de alto potencial econômico a plantas daninhas. São elas: alface, algodão, amaranto, amendoim, batata, canola, cenoura, ervilha, feijão, fumo, girassol, guandú, hortelã, repolho, soja, tomate, trevo, quinoa, são alguns exemplos de plantas que podem ser afetadas por essa doença, além de plantas daninhas como picão, carrapicho, caruru, mentrasto etc. “O problema das plantas daninhas hospedeiras de S. sclerotiorum, e de plantas tigüeras de cultivos de plantas também hospedeiras desse patógeno, é que podem estar multiplicando o fungo, aumentando o potencial de seu inóculo no solo e causar maior incidência à cultura suscetível da safra seguinte”, alertam os pesquisadores do IAC.
Manejo integrado
Para o controle do mofo branco, recomenda-se o manejo integrado, pois medidas isoladas não proporcionam controle satisfatório, observam os pesquisadores do IAC.
Eles ainda defendem o uso de sementes certificadas e o tratamento de sementes, de acordo com a época de semeadura e histórico da área onde será semeada. Também recomendam a rotação de culturas com gramíneas (aveia, milheto, milho-doce, sorgo, trigo, etc.); preferência a cultivar de porte ereto; escolha da época de semeadura das culturas e evitar plantios adensados.
“O plantio direto na palha, como de braquiária, tem apresentado bons resultados, pois, além de aumentar a população de microrganismos biocontroladores de S. Sclerotiorum dificulta a entrada de luz necessária para a formação dos apotécios. A palha também forma barreira física, que impede os ascósporos de alcançarem a parte superior à palha”, acrescentam os pesquisadores.
Além disso, propõem o cuidado com a adubação nitrogenada; o controle de plantas daninhas suscetíveis e de plantas voluntárias; e limpar e lavar máquinas e implementos agrícolas utilizados em áreas contaminadas com mofo branco. “Em relação ao controle biológico, existem formulações comerciais de Trichoderma spp.; é importante observar a qualidade do produto.”
Defendem o controle químico, preferencialmente de forma preventiva. “A época do florescimento, quando do fechamento da cultura é a fase mais propícia ao início do desenvolvimento da doença. Portanto, nessa fase deve-se redobrar a atenção na cultura, para não perder o momento certo de se iniciar a aplicação de fungicida.”
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424
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