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Nasce em Campinas, no IAC, parte das sementes que vão às lavouras no Brasil

Em plena área urbana de Campinas, na Fazenda Santa Elisa do Instituto Agronômico (IAC), nasce boa parte das sementes de diversas culturas que formam os campos em diferentes estados brasileiros. O IAC produz as sementes genéticas das cultivares de plantas agrícolas desenvolvidas no Instituto, como arroz, feijão, trigo, milho, milho-pipoca, triticale, aveia, amendoim e tantas outras e as transfere para os setores de produção. A Unidade Básica de Sementes do IAC, responsável por produzir a semente genética exatamente com as mesmas qualidades obtidas nas pesquisas de melhoramento de cada cultura, passou por reformas para melhorar o serviço prestado aos agricultores. As reformas também foram feitas no prédio de Horticultura e no Laboratório de Fisiologia Vegetal e Pós-colheita, todos na Fazenda Santa Elisa. Nesta segunda-feira 26 de março de 2018, às 10h, os espaços serão formalmente entregues à pesquisa pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim. 

O caminho que leva a ciência e a tecnologia aos campos e as traz de volta às cidades na forma de produtos e serviços é pavimentado por competência científica e investimentos no setor de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Nas três unidades foram investidos cerca de R$ 2 milhões, somente no último ano. As fontes dos recursos são Governo de São Paulo, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), além de recursos do próprio Instituto, fruto da transferência de produtos e serviços. 

“No IAC, desde 2015 estão sendo feitos investimentos para conduzir as pesquisas e promover a inovação, estamos modernizando e revitalizando as estruturas para entregar os produtos ao setor do agronegócio”, afirma o diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell.

A semente genética é considerada pelos especialistas como condição para obter bom desempenho na agricultura. Ela carrega as características agronômicas alcançadas por meio da pesquisa e garantem ao agricultor a identidade do material que vai a campo. O IAC mantém a produção de sementes genéticas em pleno funcionamento, o que o diferencia de outras instituições públicas que, em geral, enfrentam dificuldades nessa atividade. 

Com a reforma da Unidade Básica de Sementes, em uma área de 408,17 m², foi melhorado o Laboratório onde é avaliada a germinação e se este processo está ocorrendo adequadamente. Na Unidade também há espaço para o armazenamento de sementes e atendimento ao público. 

Ano a ano, o Instituto vem produzindo cerca de 500 toneladas de sementes genéticas. “Embora este número pareça baixo, o resultado final é grande porque a semente genética ainda será multiplicada outras cinco vezes; entregamos a primeira geração às empresas de multiplicação e estas vão multiplicar e repassar aos agricultores”, explica o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato. 

Dentre as sementes produzidas estão cerca de 16 espécies, totalizando uma média de 45 cultivares desenvolvidas pelo IAC. A seleção do material que vai para a produção de sementes passa, sobretudo, pelo critério de aceitabilidade demonstrada pelo setor agrícola. “Dependendo da receptividade, direcionamos o trabalho de melhoramento genético na atividade de pesquisa ou, se for o caso, consideramos a possibilidade de excluir o material do mercado”, afirma Chiorato. Ele esclarece que o IAC direciona o potencial de produção de sementes genéticas para os materiais realmente procurados pelos agricultores. 

O Instituto também repassa as sementes à Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), que assim como o IAC é vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. A CATI produz as sementes básicas e as transfere às empresas do setor e aos agricultores. 

Outra reforma na Fazenda Santa Elisa do IAC deu origem ao Laboratório de Fisiologia Vegetal e Pós-colheita. Na nova área, com 736,26 m², foram construídos cinco laboratórios: Fisiologia Vegetal, Análises Físico-Químicas em Pós-Colheita, Fitopatologia Pós-Colheita, Cromatografia Gasosa e Análise de Imagens em Pós-Colheita. Há também três câmaras refrigeradas, nove salas para pesquisadores, uma área de manuseio de matéria-prima, uma sala para estagiários e alunos do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do IAC, uma sala para pesquisadores visitantes e uma sala de aula e de reuniões. 

As obras envolveram novas instalações hidráulicas e elétricas, instalação de linha de gases analíticos especiais, gerador, troca e impermeabilização do telhado, troca de pisos, além da instalação de novo sistema de telefonia e de internet e sistema de segurança. “Foi adquirido um cromatógrafo a gás para determinar a taxa respiratória e a biossíntese de etileno em frutas e hortaliças in natura. O conhecimento sobre a fisiologia desses produtos é fundamental para o desenvolvimento de tecnologias para a conservação pós-colheita de frutas e hortaliças”, afirma a pesquisadora do IAC, Sílvia Regina de Toledo Valentini. 

Segundo a pesquisadora, a mudança da área de Fisiologia Vegetal para o novo prédio favoreceu a logística das pesquisas, de forma que o laboratório de análises em Fisiologia e demais equipamentos ficaram próximos das casas de vegetação e das áreas de experimentação em campo. “Quanto à área de Pós-Colheita, o impacto foi mais significativo porque reuniu, em um único laboratório, seis pesquisadores em pós-colheita de frutas e hortaliças, com diferentes especialidades, que trabalhavam em diferentes Centros do IAC e institutos. Além disso, proporcionou a otimização de uso de equipamentos, de laboratórios e da infraestrutura básica de experimentação, antes dispersos”, avalia.

No prédio de Hortaliças a reforma, na área de 605,18 m², proporcionará a ampliação do espaço laboratorial para estudos com maracujá, flores tropicais, palmeiras produtoras de palmito e hortaliças diversas. Dentre as melhorias estão a construção de bancadas de laboratório, instalações hidráulica e elétrica, revestimentos, piso e telhados.

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