O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, caiu 0,04% no fechamento de maio, mas subiu 0,70% quando não se considera o preço da cana-de-açúcar, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Já no acumulado de 12 meses o índice geral recuou 6,74% com a presença da cana e 1,79% quando se desconsidera a matéria prima do setor sucroalcooleiro. Ocorre que a cana tem grande importância na ponderação final do cálculo do índice.
Na variação mensal, o índice de preços dos produtos de origem vegetal subiu 1,02% com a cana, mas aumentou bem mais (4,58%) sem o produto. Já o índice de preços dos produtos de origem animal fechou negativamente em 2,85%. No acumulado de 12 meses, o índice de produtos vegetais encolheu 10,06% com a cana e 2,34%, sem considerar o produto.
As altas mais expressivas ocorreram nos preços do tomate para mesa (97,05%); da batata (13,30%); do arroz (11,32%); e da soja (7,30%). A ocorrência de temperaturas amenas e chuvas que reduziram a oferta de tomate para mesa nas regiões produtoras nas últimas semanas, bem como a melhoria na qualidade do produto ofertado, contribuíram para reverter o movimento de queda dos preços no âmbito dos produtores, dizem os autores da análise.
Já a safra da seca da batata foi menor do que no ano passado. No caso do arroz, a redução da oferta, ocasionada por safra menor, e a manutenção de demanda firme no mercado internacional (com a desvalorização cambial) aumentaram as exportações do produto brasileiro.
Quanto à soja, os preços elevados são garantidos pelos recentes impulsos de desvalorização da moeda brasileira, pela manutenção da demanda chinesa e por oferta insuficiente no mercado mundial, no curto prazo, para gerar recuperação dos estoques. As quedas mais relevantes foram observadas nos preços da laranja para mesa (14,32%); dos ovos (10,84%); do milho (7,57%) e da carne de frango (4,67%).
Acumulado de um ano
A queda nos preços de produtos como as laranjas (mesa e indústria), milho, café, algodão, feijão, tomate para mesa e batata influenciou fortemente o recuo, nos meses de junho e julho de 2011, dos índices de preços geral e vegetal, sem considerar a presença da cana. A recuperação veio em janeiro deste ano, com nova queda em fevereiro seguida de ligeira recuperação nos meses seguintes. Este desempenho definiu o comportamento dos preços em geral (sem a cana) na mesma direção, porém em menor proporção.
Já os preços dos produtos animais apresentam desempenho errático, com idas e vindas, acumulando alta de 10 pontos percentuais de maio até dezembro de 2011. Em janeiro deste ano, contudo, tiveram forte queda puxada pelo recuo dos preços das carnes. No mês de março, houve recuperação deste indicador devido às valorizações dos leites, ovos e carne de frango. Em abril, o índice exibiu estabilidade, seguido de nova queda em maio (-2,85%) com as desvalorizações dos ovos e das carnes bovina e de frango.
Em resumo, na variação de preços de maio último em relação a maio de 2011, os maiores incrementos foram registrados na banana nanica (64,28%); soja (32,82%); arroz (+23,29%); leite C (12,45%) e leite B (10,73%), todos em patamares mais elevados que a inflação medida pelo IPCA-IBGE. Por sua vez, apresentaram reduções os preços do tomate para mesa (47,84%); da laranja para mesa (38,10%); do algodão (37,33%); do café (25,99%); da batata (23,48%); do milho (14,86%); da cana-de-açúcar (13,25%); do trigo (7,90%); da carne suína (6,27%); ovos (5,06%); da carne bovina (3,89%) e amendoim (2,21%).
A análise foi elaborada pelos pesquisadores Luis Henrique Perez; Danton Leonel de Camargo Bini; Eder Pinatti; e José Alberto Angelo. Os autores prestam uma homenagem ao pesquisador José Sidnei Gonçalves, falecido recentemente.
A íntegra da análise está disponível no site www.iea.sp.gov.br
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José Venâncio de Resende
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