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Técnica de medição do gás metano produzido pelos bovinos é apresentada na Feicorte 2010

Técnica de medição do gás metano produzido pelos bovinos e exalado pelas narinas e boca desses ruminantes foi demonstrada durante a Feicorte 2010 pelo pesquisador João Demarchi, do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Porém ele alertou que, se de um lado o gás metano contribui para o aquecimento global, de outro existe o sequestro de carbono pelas pastagens e a emissão de ácido nitroso gerado pelas fezes e pela urina dos bovinos em contato com o solo.
A grande maioria dos bovinos do Brasil é mantida em pastagens, onde as fezes são degradadas na presença de ar (degradação aeróbica), não produzindo metano, afirma a diretora IZ Maria Lucia Pereira Lima. “Esta situação é completamente diferente de animais estabulados, cujas instalações são lavadas e as fezes são fermentadas na forma úmida, em tanques, produzindo muito metano.”
Os trabalhos realizados pelo IZ, diz Pereira Lima, demonstram que um bovino pode produzir entre 42 e 80 kg de gás metano por ano e que em média chega a 57 kg por animal/ano, semelhante aos dados mundiais. “Existem várias pesquisas visando diminuir a produção de metano, usando-se aditivos nas rações ou mesmo probióticos que interferem no metabolismo da digestão dos bovinos. É possível diminuir em até 30% a emissão de metano pelo rúmen, dependendo da alimentação dos bovinos.”
Das emissões de gases de origem antrópica, o metano representa 14% do total e o gás carbônico é o mais importante, com 60% das emissões, observa a diretora do IZ.  “Ainda considerando o metano, os ruminantes são responsáveis em apenas 22% do metano produzido pela humanidade, sendo os rios poluídos e lixões os grandes contribuidores nas emissões de metano.”
A população brasileira de bovinos está em torno de 180 milhões de cabeças, que produzem 9,4 milhões de toneladas de metano por ano. Isto representa apenas 2,5% do metano produzido pela humanidade, observa Pereira Lima. “Qualquer esforço em diminuir esta produção de metano, não trará nenhum beneficio à humanidade.”
Segundo a pesquisadora, os bovinos são ruminantes, capazes de aproveitar o capim, por apresentar um de seus estômagos, o rúmen, com capacidade de abrigar bactérias, que em simbiose degradam o capim e o transformam em proteína, aproveitada depois pelo bovino. “Neste processo digestivo, é gerado um excesso de hidrogênio e para se livrar deste excedente estes animais desenvolveram a capacidade de produzir metano (CH4), que é transformado facilmente em gás carbônico (CO2) por queima ou faísca elétrica. Este processo foi criado há milhares de ano.”
Link: demonstração da técnica de medição do gás metano produzido pelos bovinos www.youtube.com/watch 

Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
Eliane Christina da Silva (estagiária)
(11) 5067-0424 

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