Cerca de 30 produtores rurais do Assentamento da Fazenda Conquista de Tremembé, São Paulo, visitaram a sede do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em São Paulo, para receber o laudo de diagnóstico de greening. A visita deu continuidade a um trabalho iniciado com os assentados em setembro de 2015, quando uma primeira palestra foi ministrada, na qual os participantes tiveram informações sobre a identificação do greening e o manejo.
Na segunda atividade, em março de 2016, os participantes desenvolveram a parte prática do combate ao greening – conheceram o inseto vetor e os sintomas da doença na fruta. O objetivo foi orientar os 40 fruticultores sobre como identificar o greening (Huanglongbing/HLB) e a melhor maneira de combater a praga, a mais destrutiva de citros no Brasil. Foram coletados os materiais com suspeita e encaminhados ao IB, que faria um laudo conclusivo sobre presença ou ausência do HLB.
Nessa terceira etapa foi entregue o resultado do laudo, que foi feito pelo pesquisador do IB, Ricardo Harakava, do Laboratório de Bioquímica Fitopatológica, do Centro de P&D de Sanidade Vegetal. O diagnóstico foi confirmado por meio do PCR, com base no DNA. “Esse método é muito preciso e sensível”, diz o pesquisador.
Para o agricultor Sandro Silvantos Cavini, foi feito um trabalho no campo e agora vieram mostrar como é feito aqui no laboratório. É uma doença que tem afetado muito a citricultura e os agricultores do Assentamento.
“Foi ótimo, porque nós vimos que precisamos nos organizar melhor, para combater o greening, pois a manifestação é muito grande e se não houver esse controle, a praga vai acabar com a nossa plantação. Temos de nos unir para erradicar a doença”, falou Antonia Pereira dos Santos.
Os próximos passos, de acordo com Ricardo Manfredini, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), seria a pulverização de toda a área do assentamento, a soltura de tamarixia e ações futuras, como adquirir mudas sadias, com origem garantida, ou plantar outras culturas nas áreas assentadas.
O Prosaf é um programa desenvolvido pelo Instituto Biológico, em parceria com a APTA Regional, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), além das cooperativas e associações de produtores, para transferir conhecimento e gerar tecnologias nas áreas de sanidade animal, vegetal e ambiental.
Harumi Hojo, pesquisadora do IB e coordenadora do PROSAF, explicou que, desde 2009, o Programa já treinou mais de duas mil pessoas em diversos municípios. “As palestras abordam diversos temas relacionados aos principais problemas sanitários, como pragas e doenças, nas áreas animal e vegetal e têm como objetivo promover a sanidade e a sustentabilidade da agricultura familiar paulista”, disse.