Rebanhos de várias regiões do Estado de São Paulo apresentam pouca ou nenhuma alternativa de vermífugo eficaz para uso no controle dos vermes de ovinos. Esta é uma das conclusões de trabalho sobre a situação da resistência de vermes de ovinos a vários vermífugos, realizado por pesquisadores da rede da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), que inclui o Instituto de Zootecnia (IZ), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
“Não foi encontrada nenhuma propriedade com vermes sensíveis aos produtos invermectina e albendazole. E um número muito reduzido de rebanhos foi sensível às bases moxidectina e closantel. Sensibilidade ao grupo químico levamisole foi observada em 48% das propriedades amostradas”, diz a pesquisadora Cecília José Veríssimo, do IZ em Nova Odessa.
Os resultados da resistência dos vermes aos vermífugos no Estado de São Paulo são bastante preocupantes, explica Veríssimo. O trabalho foi apresentado, recentemente, no XVI Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária, em Campo Grande (MS). Além de Veríssimo (coordenadora), participaram do estudo os pesquisadores Simone Méo Niciura (Embrapa Pecuária Sudeste), Ana Lúcia L. Alberti, Carlos Frederico C. Rodrigues, Cristina Maria P. Barbosa, Daniela P. Chiebao, Daniel J.C. Oliveira, Giane S. Silva, José Roberto Pereira, Luiz Florêncio F. Margatho, Ricardo Lopes D. Costa, Romeu F. Nardon, Tatiana E. H. Ueno e Vera C.L.M. Curci (APTA). Também colaborou o professor e pesquisador Marcelo Beltrão Molento, da Universidade Federal do Paraná.
O produtor rural e o técnico que dá assistência a propriedades, alertam os pesquisadores, devem realizar o teste de redução do OPG (exame das fezes dos animais que quantifica o número de ovos por grama de fezes) para saber qual vermífugo age com maior eficácia na propriedade. Após a escolha do produto, baseada em critérios técnicos, o produtor deverá usá-lo o mínimo possível, a fim de reduzir a seleção de vermes resistentes. Outras formas de controle dos parasitas, tais como rotação de pastagens e boa alimentação do rebanho, devem ser introduzidas na propriedade.
Uma forma de aplicar vermífugo de forma seletiva é utilizar o método Famacha®. Para conhecer mais esse método e discutir outras formas de controle alternativo de parasitas em ovinos, o IZ realiza, no dia 5 de novembro em Nova Odessa, o “II Workshop Alternativas de Controle da Verminose em Pequenos Ruminantes”. Informações sobre a programação e a inscrição podem ser encontradas no site: www.infobibos.com.br/verminose.
Gravidade da doença
A verminose ainda é a doença que mais mata ovinos e caprinos no Brasil. Os vermífugos já não estão agindo como antes, devido à resistência que os vermes adquiriram a vários princípios ativos. Alternativas aos anti-helmínticos são necessárias, já que a situação da resistência dos vermes aos produtos químicos é crítica, diz Cecília Veríssimo.
Os resultados obtidos em várias regiões do país sobre a situação atual da resistência anti-helmíntica serão assunto de uma das palestras no workshop. O evento irá discutir ainda temas como homeopatia, seleção de animais resistentes aos vermes, vacina e o controle seletivo, utilizando o método Famacha®, como forma de diminuir a seleção de vermes resistentes. As apresentações serão feitas por pesquisadores e técnicos com experiência na área.
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