Preços agrícolas sobem 2,38% na segunda quadrissemana de fevereiro
Data da postagem: 19 Fevereiro 2009
O índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária paulista (IqPR) aumentou 2,38% na segunda quadrissemana de fevereiro de 2009, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O índice dos produtos vegetais ficou acima do índice geral (com variação positiva de 2,48%), enquanto os preços dos produtores de origem animal subiram 2,13%.
As maiores altas foram verificadas nos preços do feijão (12,48%), da laranja para mesa (11,92%), da carne de frango (10,23%), do milho (10,07%), da soja (7,64%) e dos ovos (7,40%). No período analisado, as altas nos preços dos grãos ainda refletem a quebra de safras no sul brasileiro (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), devido à estiagem, dizem os autores da análise.
Eles citam ainda a desvalorização cambial, que afeta os preços de commodities, como a soja e o milho, e acabam por impactar os custos da avicultura. Nos dois produtos avícolas (carne de frango e ovos), também a alteração cambial impacta os preços. No caso da laranja de mesa, a pressão de consumo de sucos no verão pressiona os preços.
O feijão, no Paraná, foi o produto que apresentou a maior quebra, com a produção 38,6% menor que a esperada. No caso do milho, a redução chega a 31,5%; na soja, a seca deverá resultar em perdas de 17%. Entretanto, o feijão começou a apresentar acentuada redução de preços após o fechamento do período, devido à entrada da safra paulista e de outras regiões, que será detectada nas próximas quadrissemanas.
As quedas mais acentuadas ocorreram nos preços do tomate para mesa (28,53%), da banana nanica (22,48%) e da carne suína (15,85%). Os preços do tomate continuaram em queda, pois ocorreu um ajuste de mercado depois da grande alta verificada no mês de dezembro, dizem os pesquisadores do IEA. Para a banana, a variação negativa no período reflete a grande oferta de frutas concorrentes nessa época do ano, associada às férias escolares, o que reduz a demanda por essa fruta.
A queda nos preços da carne suína é influenciada pela retração do consumo, em relação ao período de festa do final do ano, comportamento típico nesta época do ano, observam os técnicos. O encerramento de contratos de exportações, sem que se tenham boas perspectivas de renovação, também pode estar contribuindo para redução das cotações. A expectativa é de retração das exportações e de redirecionamento da oferta ao mercado interno.
Os índices quadrissemanais de preços tiveram comportamentos diferenciados em comparação com a primeira quadrissemana de fevereiro. O índice geral permaneceu praticamente estável, com elevação de 0,1 ponto percentual, devido à retração do índice de produtos vegetais que teve redução de 0,3 ponto percentual. Já o índice de produtos animais subiu 1,1 ponto percentual em relação a quadrissemana anterior, continuando a tendência de alta desde o inicio de 2008, concluem.
A análise foi elaborada pelos pesquisadores Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br); Raquel Castellucci Caruso Sachs (raquelsachs@iea.sp.gov.br); José Alberto Angelo (alberto@iea.sp.gov.br); José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) e Luis Henrique Perez (lhperez@iea.sp.gov.br). A íntegra está disponível no site www.iea.sp.gov.br.
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424