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Renda agrícola deve crescer 12%

O setor rural vive uma fase de significativa recuperação de renda, mas ainda bastante concentrada nas lavouras de soja, cana e milho dos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Levantamento consolidado pelo Ministério da Agricultura projeta uma elevação de 12,1% na receita do setor, o que deve gerar um extra de R$ 12,2 bilhões ao bolso dos produtores em 2007. Pelo cálculos, baseado em dados do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas, a renda do setor passaria de R$ 101,2 bilhões, em 2006, para R$ 113,5 bilhões neste ano. Diferenças - Os grandes números escondem, porém, fortes nuances entre os Estados e as 20 principais lavouras avaliadas no estudo. Em franca retomada dos negócios no setor, os produtores do Paraná devem engordar sua renda em R$ 3,1 bilhões (+26,5%). No Rio Grande do Sul, o resultado deve ser R$ 2,1 bilhões superior ao registrado em 2006 (+19%), quando os efeitos da forte crise nos grãos frearam um período de bonança no campo. Em Mato Grosso, a elevação deve ser de R$ 1,8 bilhão (+18,5%), mas o resultado ainda ficará abaixo do registrado em 2005. "Sem resolver a questão cambial, não conseguiremos sair do lugar", afirma o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcio Lopes de Freitas. Crescimento - A análise dos dados por culturas mostra que a renda ligada à produção de soja deve saltar de R$ 22,8 bilhões para R$ 27 bilhões (18,5%). No milho, as receitas passariam de R$ 11,6 bilhões para R$ 16 bilhões (38%). E na cana, de R$ 18,6 bilhões para R$ 21,4 bilhões (15%). "Nesses três casos, é bastante visível o efeito do crescimento da demanda mundial por etanol", avalia o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques. Desvantagem - Há, entretanto, segmentos em franca desvantagem. Pelo quarto ano consecutivo, a renda no café recuará - de R$ 4,8 bilhões para R$ 4,1 bilhões (-17%). Na laranja, a receita total cairá de R$ 8,1 bilhões para R$ 7,6 bilhões (-6,5%). Os produtores de feijão também devem continuar a perder, passando de uma receita de R$ 4,3 bilhões para R$ 3,6 bilhões (-19%), segundo os dados do ministério.

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