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APTA realiza minicurso para o cultivo de mandioca destinada à indústria

A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), por meio do Polo Regional Alta Sorocabana, vai realizar no dia 9 de setembro de 2013 um minicurso de mandioca para a indústria, no município de Euclides da Cunha, interior paulista, a partir das 10h. Durante o evento, pesquisadores da APTA, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, vão ministrar palestras sobre pragas e doenças da cultura da mandioca, sistemas de cultivo, além da comercialização.
            As mandiocas destinadas à indústria são usadas para a fabricação de farinha e fécula. Entre as características desejadas estão o alto teor de amido, o que influencia no rendimento, raízes grossas, além de película clara, fina e de fácil descascamento. “A polpa branca rende farinha mais branquinha, ao gosto do consumidor da nossa região. No Norte, por exemplo, os consumidores preferem farinha amarela, por isso, são utilizadas mandiocas com polpa amareladas”, afirma a pesquisadora da APTA, Amarílis Beraldo Rós.
            As variedades de mandioca destinadas à indústria apresentam média ou alta toxicidade e não são consumidas de forma cozida ou frita. “Em função de possuírem substâncias tóxicas, o sabor é amargo, o que não agrada os consumidores”, afirma Rós. As ramas das mandiocas, tanto de mesa como de indústria, são usadas para a alimentação animal, devendo-se dar preferência às ramas com folhas. Isso porque têm mais proteínas do que as ramas desfolhadas. “As ramas podem ser utilizadas para alimentação de bovinos, equinos e ovinos, desde que sejam trituradas e secas”, alerta a pesquisadora da APTA.  
Rós explica que a toxicidade da mandioca se dá pela junção de compostos ciânicos e com suas respectivas enzimas, que geram o ácido cianídrico. “Os compostos ciânicos e suas enzimas encontram-se separadas dentro das células da mandioca. Quando rompemos as células por meio de cortes, trituração ou cozimento – tanto em raízes, ramas e folhas – as substâncias se juntam e formam o ácido cianídrico. Por isso é necessário, após a trituração, colocar a mandioca para secar antes de fornecê-la a animais, porque assim forma-se o ácido cianídrico que se volatiza”, explica a pesquisadora. Segundo Rós, no caso da farinha, não há problema com as toxinas da mandioca, pois elas são eliminadas pelo calor empregado durante o processo de fabricação.
As mandiocas são classificadas em mansas, intermediárias e bravas. A classificação é feita mediante a quantidade do ácido cianídrico. As mansas têm menos de 100 partes por milhão (ppm) do ácido, as intermediárias, de 100 a 200 ppm, e as bravas, mais de 300 ppm. “As mandiocas de mesa são chamadas de mansas e não trazem prejuízos para os consumidores. No entanto, as intermediárias e as bravas, se cozidas, devem ter obrigatoriamente a água do cozimento descartada, pois na água há grande quantidade de substâncias tóxicas. Para as pessoas bem nutridas, as mandiocas intermediárias e bravas podem não causar danos à saúde, mas as desnutridas podem ter problemas mais graves, chegando até mesmo à morte”, afirma Rós.
No evento, a pesquisadora da APTA vai falar sobre os sistemas de cultivo da mandioca para a indústria. Entre os temas da palestra estão mandioca para uso industrial, alimentação animal, consumo fresco, toxicidade, clima e solo ideais, cuidados com a erosão, materiais de propagação, variedades, calagem e adubação, adubação orgânica, plantio, plantas daninhas, consórcio e colheita.
Sanidade
             A pesquisadora da APTA, Sônia Maria Nalesso Marangoni Montes, vai ministrar a palestra “Pragas e doenças da cultura da mandioca”. De acordo com Montes, o objetivo é apresentar aos agricultores as principais pragas e doenças na cultura, como eles podem observar a ocorrência no campo e combatê-las. “Vamos alertar os produtores sobre a importância de o material de propagação da mandioca ser sadio, livre de doenças. Isso é de extrema importância para os bons resultados da lavoura”, afirma a pesquisadora. Segundo Montes, além de plantar manivas sadias, os agricultores devem escolher variedades que se adaptem à região de cultivo e que tenha resistência a doenças.
            Durante a palestra, a pesquisadora vai falar sobre as principais pragas e doenças da mandioca, como o mandarová, o percevejo de renda, mosca branca, cochonilhas, ácaros, besouros e bacteriose. “Sabendo os sintomas dessas pragas e doenças, os produtores podem solucionar o problema com mais rapidez e diminuir os prejuízos”, afirma Montes. Para se ter uma ideia, a planta contaminada com o mandarová pode ter perda de até 50% de suas folhas, o que as impede de realizar a fotossínteses e, consequentemente, a leva à morte. Os insetos sugadores, por exemplo, definha a planta, o que também pode causar a morte.
            O pesquisador da APTA, Ricardo Firetii, vai proferir palestra sobre a comercialização da mandioca para a indústria.
Serviço
Minicurso de mandioca para indústria
Data: 09/09/2013
Horário: 10h
Local: Salão paroquial da Igreja Matriz, Centro, Euclides da Cunha – SP
Texto: Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA

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