O Museu do Café desenvolve projeto de mapeamento de referências deixadas pela cultura cafeeira no Estado de São Paulo. Para colaborar com a iniciativa, o técnico em museus Alexandre da Silva visitou, em Campinas (SP), o Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O IAC foi uma das instituições escolhidas, pois tem estudo na cultura cafeeira desde 1887, quando foi fundado para assistir tecnicamente ao desenvolvimento da cafeicultura nacional. “O instituto possui maior renome na área, estamos certos quanto à importância de seus acervos e colaboradores na nossa ação”, diz Silva.
O projeto Memória do Café no Estado de São Paulo tem a intenção de mapear referências patrimoniais do café, utilizando como fonte os arquivos, iconografia, arquitetura da época, museologia e depoimentos nos institutos de pesquisa que possuem estudos em café, museus de café e um pequeno grupo de fazendas. Esse material servirá de referência para a nova exposição de longa duração do Museu do Café e servirá de base do Centro de Pesquisa e Referência da Instituição. O estudo concentra-se no período de 1830 a 1930, sendo considerado pelos pesquisadores do Museu do Café como o período áureo e o declínio do café como principal produto do Estado de São Paulo e do Brasil.
Durante as visitas ao IAC, o técnico foi auxiliado pelo pesquisador e diretor do Centro de Café “Alcides Carvalho”, Oliveiro Guerreiro Filho, e pela assistente técnica de pesquisa e diretora do Núcleo de Informação e Documentação, Luísa Helena Pompeu de Camargo Tisselli. O pesquisador do IAC colaborou com depoimento sobre o histórico do IAC em pesquisas com café e indicações de fazendas. “O Instituto é o berço da pesquisa com café, pois a pesquisa com cafeeiro no Brasil nasceu no IAC”, diz Guerreiro. A assistente técnica foi responsável por apresentar o acervo da biblioteca, dando ênfase à produção científica desenvolvida pelo IAC e à coleção de obras raras. “Acredito que projetos de colaboração são importantes para divulgar o Instituto, bem como para despertar e aumentar o interesse pelo acervo bibliográfico”, afirma Tisselli.
Para Silva, as principais descobertas foram os conjuntos de boletins, relatórios e a coleção de livros; segundo o historiador, esse material cobre amplo período do início do século XIX à atualidade. Porém, o fato mais inusitado foi encontrar livros do século XVII no setor de obras raras.
O projeto Memória do Café no Estado de São Paulo é coordenado pela diretora técnica da Associação dos Amigos do Museu do Café, Marília Bonas, pela coordenadora técnica do Museu do Café, Marcela Rezek e pela museóloga, Cecília Machado. Os técnicos em museus, museólogos, sociólogos e arquivistas são os responsáveis pela coleta de dados.
O Museu do Café pretende desenvolver, a partir das pesquisas, um banco de dados referencial e uma exposição de longa duração, que possibilitará a produção de seminários, ações educacionais e uma publicação. A estimativa é que o mapeamento seja finalizado em março. No entanto, estão previstas continuações do projeto para 2012 e 2013.
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