O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, teve projeto de pesquisa aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para estudar metodologias para o diagnóstico eficiente do mormo, doença infectocontagiosa que ataca principalmente os equídeos, mas que pode ser transmitida para o homem. O projeto tem duração de dois anos e contempla a compra de equipamentos para o Laboratório de Bacteriologia Geral do IB.
O objetivo do projeto é comparar várias metodologias diagnósticas para auxiliar o desenvolvimento de pesquisas para geração de conhecimento que defina as metodologias para tomada de decisão das autoridades sanitárias, com prescrição de métodos com qualidade e menor custo.
Segundo a pesquisadora do IB e coordenadora do projeto, Alessandra Nassar, o diagnóstico do mormo no Brasil é feito por técnicas sorológicas, como fixação de complemento (FC) e o Western–Blotting (WB), preconizados pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “A FC tem uma sensibilidade de 90% a 95%, aproximadamente. As reações falso-negativas, ou seja, que indicam que não há a ocorrência da doença quando na verdade há, podem ocorrer nos soros de animais jovens, gestantes e idosos e as reações falso-positivas – quando o resultado apresenta a ocorrência de uma doença que na verdade não existe - também ocorrem em 1%, aproximadamente, dos soros testados”, explica.
O mormo é uma doença infectocontagiosa de caráter agudo ou crônico. Além dos equídeos, pode ocorrer também em carnívoros e eventualmente em alguns pequenos ruminantes. Ao ser diagnosticado com mormo o animal precisa ser sacrificado, é uma doença de notificação obrigatória no mundo, e é grande causadora de morbidade e mortalidade em equinos.
A ideia da pesquisadora é comparar vários métodos de identificação direta do agente (isolamento bacteriano, PCR e real time) para complementar o diagnóstico sorológico e poder entender a doença no país, bem estudar o genoma bacteriano.
“O agente etiológico é uma bactéria chamada Burkholderia mallei, que uma vez no organismo do animal desencadeia formação de nódulos e úlceras em trato respiratório ou na pele”, explica a pesquisadora do IB. Normalmente silenciosa, predomínio da forma crônica principalmente nos equinos, já em muares e asininos a doença se apresenta na forma aguda, com febre alta, depressão, corrimento nasal, tosse, lesões nodulares que evoluem para úlceras assumindo forma estrelada após cicatrização. O exame de fixação de complemento é exigido para trânsito em todo o Estado, são obrigatórios para a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA).
Alessandra explica que o mormo foi novamente identificado no estado de São Paulo em 2008. Antes disso, era uma doença de ocorrência, principalmente, na região Nordeste.
Laboratório acreditado
O Laboratório de Bacteriologia Geral do Instituto Biológico é credenciado pelo Mapa e acreditado com padrão internacional pela ISO 17025, relacionada à qualidade. Cerca de 80 exames/mês de mormo são realizados no local, principalmente para criadores de São Paulo e Santa Catarina. O laboratório realiza análises para todo o País.
“A aprovação deste projeto pela Fapesp mostra a qualidade dos trabalhos propostos pelo IB e a relevância deles para o setor de produção, uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
19 2137-8933