O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), por meio do Centro de Ciência e Qualidade de Alimentos (CCQA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, participa desde 2012 do projeto de Formação e Inclusão no Mercado de Trabalho promovido pela Fundação Síndrome de Down.
Trata-se de um serviço destinado a jovens e adultos com deficiência intelectual que desejam ingressar no mercado de trabalho. Por meio deste projeto, a Fundação promove o desenvolvimento através de ações de formação, mediação e apoio à inclusão no mercado. É oferecido dentro deste projeto o Curso de Iniciação ao Trabalho, Vivência Prática Profissional, Projeto Sócio Laboral e Contratação CLT.
O ITAL entra na parte de Vivência Prática Profissional, em que o jovem fica por três meses atuando no CCQA em atividades reais. “O trabalho de inclusão é justamente proporcionar uma experiência real. Existem os desafios, as dificuldades, as responsabilidades, mas isso é inclusão. Claro que as empresas que recebem os profissionais com deficiência intelectual precisam se adequar no sentido de ter mais paciência, por exemplo, mas a execução é feita e exigida de forma profissional”, explica Paula Chagas, assessora ao mercado de trabalho da Fundação Síndrome de Down.
Segundo Paula, o trabalho desenvolvido na Fundação é de total cooperação e troca. “Acreditamos nisso e nossos profissionais têm tido oportunidades de maneira prática aqui no ITAL ao longo desses anos de parceria e isso é muito importante. É uma troca boa pra eles e pro ITAL”, explica.
Para Bruna Muterle, relações públicas do CCQA-ITAL, a recíproca é pertinente. “Nossa equipe fica mais motivada ao recebê-los aqui, pois aprendemos muito com eles, não só no sentido da paciência e do respeito dos limites de cada um, mas principalmente porque favorece a desmistificação de possíveis receios e preconceitos. Cada pessoa tem um tempo para aprender e executar uma ação, cada pessoa tem um jeito de trabalhar. É preciso respeitar e viver em harmonia”.
Após o período de três meses vivendo a experiência na empresa ou instituição parceira da Fundação, o profissional é direcionado para participar de processos seletivos e ingressar efetivamente em um emprego. “Nós ajudamos eles a se alocarem, ou se realocarem para aqueles que perderam seus trabalhos, e também damos apoio para as empresas que participam com as vagas para ajudá-las a se enquadrarem para receber os profissionais. Ainda existe preconceito na sociedade de forma geral e precisamos quebrar alguns paradigmas. Acreditamos que a inclusão no mercado de trabalho seja um marco nesse sentido de que, todos somos diferentes, a questão é se acostumar com as diferenças e conviver bem”, destaca Cristian Nogueira, psicólogo e assessor ao mercado de trabalho da Fundação Síndrome de Down.
“A inclusão é justamente sair do cenário de deficiente e trabalhar o conceito de pessoa. Todos somos pessoas e precisamos ter uma igualdade de oportunidades”, acrescenta Paula.
Segundo a Fundação, o trabalho já marca uma mudança na vida do ser humano. “Normalmente você começa a trabalhar mostrando pra sociedade que deixou de ser criança e está ingressando na vida adulta. Aproveitamos esse momento pra desmistificar que o deficiente é especial. Não, ele é como todos e merece as mesmas oportunidades. O fato dele ser especial tem que estar ligado às características: uma pessoa carinhosa, querida, mas não por ser deficiente. Precisamos desmistificar algumas situações ainda”, afirma a assessora.
Os profissionais da Fundação participaram de um evento promovido pelo Grupo de Integração e Inovação do CCQA no dia 09 de junho, na sede do Instituto em Campinas. Cerca de 50 colaboradores do CCQA estiveram presentes e prestigiaram o trabalho realizado por eles.
“É gratificante ver o ITAL engajado em um projeto tão importante para a sociedade. Do ponto de vista social e também econômico. Precisamos buscar espaço para que mais entidades e empresas participem. É um dever de cidadania apoiar e divulgar um projeto como o da Fundação Síndrome de Down”, declara Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo.
O ITAL recebeu ao longo desses cinco anos de parceria sete profissionais. O Serviço de Formação e Inclusão da Fundação Síndrome de Down, já incluiu, ao longo dos últimos anos, mais de 150 pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho, contando, atualmente, com um website gratuito (www.fsdownvagas.org.br) para cadastramento de vagas e currículos como ferramenta para potencializar seu trabalho.
Para conhecer um pouco mais sobre o trabalho da Fundação Síndrome de Down e informações sobre serviços e vagas oferecidos, acesse o website: www.fsdown.org.br e/ou telefone (19) 3790-2818.