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Citros de mesa: programa incentivará pequenos e médios produtores a obter melhores resultados

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, lançou, com a presença do Secretário Arnaldo Jardim, o programa Citricultura Nota 10, em 17 de julho de 2015 no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, em Cordeirópolis, interior paulista. O programa foi apresentado durante o evento Citros de Mesa: da produção à comercialização, que reuniu mais de 300 pessoas, entre produtores, consultores e representantes do setor citrícola. O evento contou com palestrantes do País e do exterior, nas áreas de nutrição, novas cultivares, processamento, custos e aplicação de agroquímicos.
Arnaldo Jardim destacou que o objetivo do programa Citricultura Nota 10 é disponibilizar cerca de 60 cultivares copa e porta-enxertos de citros para serem validados pelos citricultores paulistas. Lembrou que o governador Geraldo Alckmin vem solicitando ferramentas, como esta, para incentivar os pequenos e médios produtores. O secretário ressaltou que o programa propõe um novo modelo de citricultura, diferente da produção de citros voltada para a indústria. “Com o programa, a citricultura de mesa passa a ganhar mais relevância em São Paulo e no País. Essa parceria com o produtor permite diminuir a distância entre as pesquisas e o setor produtivo e contribuímos ainda na disseminação de boas práticas agrícolas e na criação de oportunidades para o setor”, afirmou, lembrando que nos últimos anos a citricultura esteve muito voltada aos produtores para a indústria e, agora os pequenos e médios terão incentivo extra para agregar valor de uma forma diferenciada.
O pesquisador e diretor do Centro de Citricultura IAC, Marcos Machado, afirmou durante a cerimônia que o lançamento do programa é a consolidação de um trabalho realizado há anos pelo Instituto, no desenvolvimento e transferência de tecnologia para a produção de citros de mesa. “O Centro de Citricultura do IAC é referência na distribuição de material genético e o programa Citricultura Nota 10 se origina desse nosso trabalho. As nossas pesquisas têm como foco a citricultura e o citricultor, pois a nossa missão é gerar e transferir tecnologia para o produtor rural”, disse.
O coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Orlando Melo de Castro, comemorou o lançamento do programa. “Programas como esse vão ao encontro do que nos pede o governador Geraldo Alckmin, de valorizar a diversidade da agricultura paulista, que é o diferencial de São Paulo do restante do País”, ressaltou.
O evento Citros de Mesa: da produção à comercialização contou com nove palestras nas áreas de novas variedades, nutrição, processamento, custos de produção e uso de agroquímicos.
Citricultura Nota 10
O objetivo do programa Citricultura Nota 10 é disponibilizar aos citricultores um conjunto de variedades selecionadas pelo programa de melhoramento genético do IAC e transferir conhecimento de manejo dos pomares. Os materiais têm aptidão para o mercado de fruta in natura. Eles serão validados em pomares semicomerciais, visando o desenvolvimento sustentável da citricultura de mesa no Estado de São Paulo e a maior competitividade para o citricultor. Os 60 materiais foram selecionados no Banco de Germoplasma do IAC, um dos mais importantes do mundo, que conta com mais de 1.700 acessos e mais de mil híbridos de copas e porta-enxertos.
O IAC disponibilizará aos interessados grupos de cultivares de laranja, laranjas para NFC (suco não concentrado), de baixa acidez, de umbigo, de polpa vermelha e sanguíneas. Também serão oferecidos materiais de tangerinas, tipo Ponkan, tipo Murcott, além de mexericas e limas ácidas. “O IAC coloca à disposição dos interessados novos porta-enxertos que apresentam características como tolerância a seca ou doenças, como gomose, morte súbita e declínio”, explica Marinês Bastinel, coordenador do Programa Citricultura Nota 10. As variedades e porta-enxertos são interessantes para o desenvolvimento de uma citricultura sustentável, com redução no uso de agrotóxicos, que leva a melhoria na qualidade ambiental e na saúde do produtor e consumidor.
Os materiais, selecionados do Banco Ativo de Germoplasma do IAC, foram pré-avaliados em ensaios por apresentarem qualidade de frutos, diferentes épocas de maturação e boa produção. Alguns deles apresentam resistência a doenças importantes na citricultura. “O programa permitirá uma validação desses materiais em pomares distribuídos no Estado de São Paulo, etapa necessária e que antecede a liberação para o plantio em grande escala e ao Registro Nacional de Cultivares (RNC) no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”, explica a pesquisadora do IAC, Marinês Bastianel.
A pesquisadora do IAC explica que a citricultura tem sido bastante afetada pela mancha marrom de alternaria, doença de origem fúngica, amplamente disseminada, que afeta as principais variedades de tangerinas plantadas no Estado de São Paulo, como a Murcott e Ponkan. “Muitos pomares dessas variedades foram erradicados em função dos altos custos com fungicidas, que em alguns casos superam 15 aplicações para o controle do fungo, condição para viabilizar a produção”, explica. O programa Citricultura Nota 10 contempla algumas variedades resistentes à doença e também porta-enxertos resistentes à seca, tolerantes a gomose de Phytopthora, declínio, entre outras.
Além de disponibilizar os materiais, o IAC vai oferecer informações técnicas de manejo e condução do pomar, acompanhar o desenvolvido do campo, e o potencial de mercado do material produzido, além de realizar eventos de difusão e transferência de tecnologia para os produtores.
“Incentivar a produção e consumo dos citros de mesa é fantástico. Mostra que o Brasil está passando por uma mudança, de melhora de renda e educação, o resulta em consumidores cada vez mais exigentes”, afirma Ricardo Toledo, gerente de negócios para América Central, México e Península Ibérica da Cytrozyme. Toledo explica que a Espanha é o maior produtor de citros de mesa do mundo e  as frutas consumidas no País tem alta qualidade, com coloração laranja escura, ótimo sabor e ausência de sementes. Toledo apresentou palestra sobre como as mudanças de temperatura, provocadas, principalmente, pelo aquecimento global tem influenciado na fotossíntese da planta. “Essa ainda é uma questão pouco discutida, mas que tem influência na produtividade da planta, qualidade dos frutos e ocorrência de pragas e doenças”, afirmou.
Para participar do programa, o citricultor deve preencher formulário de interesse para ser feita a pré-seleção, firmar o termo de transferência de material genético do IAC e implantar o lote com as cultivares. Os produtores parceiros precisam também permitir o acesso dos pesquisadores do Centro de Citricultura para validação e compartilhar as informações com a equipe técnica do IAC.
“Esta é uma alternativa para pequenos e médios produtores com o objetivo de aumentar a diversidade de frutas cítricas, uma vez que os frutos destinados ao consumo in natura apresentam maior valor agregado”, afirma Marinês. Ela explica que o maior valor agregado está relacionado aos frutos de maior qualidade, sanidade e características nutracêuticas.
Os interessados devem se cadastrar no programa até dezembro de 2015 entrando em contato com o Centro de Citricultura através do e-mail citriculturanota10@centrodecitricultura.br ou no site www.centrodecitricultura.br. A expectativa é que a implantação dos campos de validação seja feita até março de 2018, depois do estabelecimento da parceira e formação das mudas. Os resultados dos primeiros ensaios deverão estar concluídos em 2028.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – IAC

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