Os seringais paulistas são os mais produtivos do mundo, com média de produção de 1.200 kg por hectare, enquanto em países como a Malásia, por exemplo, a produção chega a 900 kg por hectare. Pensando em avançar ainda mais as pesquisas com a cultura da seringueira, representantes do setor, juntamente com o Deputado Federal, Edinho Araujo, solicitaram audiência com a secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), Mônika Bergamaschi, para discutir a viabilidade de criação de um Centro de Pesquisa de Seringueira, ligado à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em São José do Rio Preto. Durante a reunião, realizada em São Paulo, no dia 6 de feveriro, ficou decidido, porém, que a Secretaria da Agricultura e a Embrapa somariam esforços para a criação de um consórcio de pesquisa para a cultura, com a competência já existente em suas instituições.
A reunião contou com a participação da secretária da Agricultura, Mônika Bergamaschi, do coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Orlando Melo de Castro, do coordenador da Defesa Agropecuária (CDA), Heinz Otto Hellwing, do coordenador da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), José Carlos Rosseti, do dirigente da Assessoria Técnica, Silvio Manginelli, do presidente da Embrapa, Pedro Antonio Arraes Pereira, além do chefe da Embrapa Cerrados, José Roberto Peres, do chefe da Embrapa Meio Ambiente, Celso Manzatto, do diretor de agronegócios da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto, Sylvio Eduardo Di Jacintho Santos, do consultor da Associação Paulista da Borracha, Heiko Rossmann, e do Deputado Federal, Edinho Araújo.
Durante a reunião, os técnicos da Embrapa e da SAA concordaram que instalar um Centro de Pesquisa não necessita apenas da construção de um prédio ou a criação de infraestrutura, mas implica ter recursos humanos e material de trabalho de alto custo e de manutenção perene – algo que a Secretaria já possui através da APTA e da CATI. Desse modo, decidiu-se que o ideal seria investir em um modelo que aproveite esta competência já existente na SAA, que tem base de atuação na região, e agregar novos participantes como a Embrapa e as instituições de outros Estados do Sudeste e Centro-Oeste, onde a seringueira vem se expandindo.
Nesta linha, se propôs um modelo de atuação semelhante ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O Funcafé foi instituído em 1986 com recursos provenientes de cotas de contribuições sobre exportações de café, para financiar a produção e novas pesquisas. Com estes recursos são financiados projetos de pesquisa geridos por um consórcio formado por instituições de pesquisa com competência na área de café, sob coordenação da Embrapa Café.
O consórcio para pesquisa com seringueira envolverá a APTA, através do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, e unidades da região, além da CATI, Embrapa e instituições de outros Estados brasileiros, onde o cultivo da seringueira tem se expandido.
No caso do café, há recursos oriundos da exportação do produto, mas na seringueira isto não existe. Assim, há a necessidade da participação do setor produtivo e da indústria para viabilizar fundos para custear as pesquisas, não só com orçamento federal e estadual, mas também com investimento privado.
Nesta linha proposta, Bergamaschi e Arraes, juntamente com seus dirigentes, somarão esforços para a criação de um consórcio de pesquisa para a cultura de seringueira com a competência já existente em suas instituições, mas para o qual é fundamental a participação do setor produtivo e industrial. Esta foi a definição de trabalho a ser desenvolvido, e não a de criação de um Centro Nacional de Pesquisa da Seringueira.
Resultados paulistas
A heveicultura paulista produz cerca de 50% da borracha natural brasileira. São cerca de 90 mil hectares que geram cerca de 15 mil empregos no campo, além de postos de trabalho nas indústrias – movimentação que resulta em ampliação de oportunidade para o setor privado e de arrecadação de impostos para a esfera pública.
Esses resultados são consequência de mais de 20 anos de pesquisas do IAC-APTA, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, na área de heveicultura. O Instituto conta atualmente com o apoio dos Polos Alta Mogiana, Noroeste Paulista e Centro-Norte, da APTA Regional. As unidades desenvolvem clones adaptados às diversas regiões do Estado e levam para os heveicultores a melhor forma de plantio e o manejo de seringueira, incluindo a sangria.
O resultado mais recente do IAC foi o desenvolvimento de 15 novos clones de seringueira que começam a produzir látex em cinco anos, quando o comum é aos sete. Começar a sangrar as seringueiras com tempo 30% menor significa antecipar ganhos para o produtor pagar seus investimentos. “Um clone precoce, que o produtor pode sangrar mais cedo certamente possibilitará um retorno financeiro do banco antecipado, para pagar o financiamento antes do prazo previsto”, afirma o pesquisador do IAC, Paulo de Souza Gonçalves.
O novo IAC 500 – o mais produtivo dos selecionados – produz cerca de 1.731kg de látex por hectare, 38% a mais do que o material mais plantado no Estado de São Paulo, o importado da Ásia RRIM 600, que produz em torno de 1.250 kg por hectare no ano.
De acordo com Gonçalves, os dois objetivos principais do melhoramento genético da seringueira estão relacionados ao aumento de produtividade das plantas e à resistência ao mal-das-folhas na região do litoral. “Com o objetivo de atender às peculiaridades próprias dessas regiões o programa de melhoramento genético do IAC levou em consideração o fato de no Planalto Paulista, pelo menos até agora, não ter observado ataques epidêmicos da doença. Nessa região, verifica-se um período seco na época do reefolhamento das plantas”, explica. Por esse motivo, 90% dos seringais paulistas localizam-se no Planalto. A região produz mais de 70 mil toneladas de borracha seca por ano.
Texto: Fernanda Domiciano – Estagiária – Assessoria de Imprensa – APTA
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