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Referência em orgânicos, Unidade de pesquisa da APTA muda de nome para atender pedido de produtores

Mudança foi assinada em 4 de outubro para atender solicitação de produtores e da Câmara Setorial de Agricultura Agroecológica
A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de São Roque, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), referência em agricultura orgânica desde 1994, passa a se chamar Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica. A mudança de nome atende pedido dos produtores rurais e da Câmara Setorial de Agricultura Ecológica. A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica da APTA é a única no Estado a ser 100% orgânica e foi pioneira nos estudos no Brasil.
A alteração foi assinada pelo coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro, e a secretária de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi, em 4 de outubro, e publicada no Diário Oficial do Estado, no dia 5, por meio da Portaria DDD 146/2013. “Essa era uma demanda antiga da Câmara Setorial para que o Estado de São Paulo tivesse uma unidade de referência em pesquisa com orgânicos”, afirma o coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro. Desde 1994, a Unidade de São Roque realiza pesquisas com orgânicos. Entre as principais contribuições está o desenvolvimento do biofertilizante japonês bokashi 40% mais barato, com a substituição de algumas matérias-primas. A tecnologia da APTA com o bokashi conseguiu aumentar a produtividade do tomate orgânico em seis vezes.
            Outra contribuição da APTA é o desenvolvimento, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), de uma cultivar de cebola adaptada para o cultivo orgânico, a Alfa Orgânica, que deve ser lançada no próximo ano. Além disso, os pesquisadores da Unidade, por meio do Projeto São Paulo Orgânico, do governo estadual, capacitam técnicos da Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e da Justiça para o cultivo de orgânicos desde 2012. Até agora, 140 técnicos já foram treinados e a expectativa é que esse número chegue a 200 até o final deste ano.
“Pretendemos também iniciar um projeto junto com o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, com o objetivo de validar as variedades do IAC para a produção de orgânicos. A expectativa é que, caso o projeto seja aprovado, em três anos, disponibilizaremos materiais de abóbora, alface, cenoura, couve de folha, brócolis, feijão carioca, feijão guandu, milho verde e grãos, além de tomate”, afirma o pesquisador da APTA e chefe da Unidade, Sebastião Wilson Tivelli. A Unidade tem ainda intensa interação com os produtores rurais de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.
História
            Fundada em 1928, a agora Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento em Agricultura Ecológica, foi a primeira estação experimental do IAC. No início, foi instituída para atender à demanda da comunidade italiana da cidade de São Roque, que queria produzir uva para vinho. “As pesquisas com uvas para vinho duraram até 1950, quando começaram a ver que a produção na cidade não era viável por conta do clima”, conta Tivelli.
            A Unidade de Pesquisa da APTA passou então a realizar estudos com frutas temperadas como caqui, nêspera, ameixa, pera, pecan e oliveira, além de antúrios e agapanthus – tudo com a utilização de agrotóxicos. “Com o crescimento de São Roque, nossa Unidade de pesquisa acabou ficando no cento da cidade e os vizinhos começaram a reclamar das pulverizações de defensivos agrícolas”, explica o pesquisador da APTA. Com isso, o então diretor da unidade resolveu parar com as pulverizações e trabalhar com o cultivo de orgânicos, o que acabou sendo consolidado com a vinda do pesquisador Issáo Ishimura para a Unidade. “Na década de 1980 começavam a surgir no Brasil os chamados ‘movimentos alternativos’ e a existir uma demanda por orgânicos”, relembra Tivelli.
Orgânicos no Brasil
 O Brasil está em quinto lugar no ranking dos países que mais produzem alimentos orgânicos, de acordo com dados de 2004. O País foi responsável por US$ 100 milhões dos US$ 26,5 bilhões movimentados mundialmente, ocupando o 34º lugar entre os exportadores dos produtos. Os Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Espírito Santo produzem 70% dos orgânicos cultivados no País.
Atualmente, segundo o pesquisador da APTA, Sebastião Wilson Tivelli, a procura de alimentos orgânicos é maior do que a oferta. Para incentivar ainda mais o consumo e também o cultivo desses alimentos o governo do Estado lançou, em março de 2013, o “Projeto São Paulo Orgânico”. O Projeto oferece os cursos de capacitação e ainda disponibiliza linha de crédito aos produtores, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP).
Texto: Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
1 9 – 2137-0616/613

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