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IB presta assessoria técnica para implantação de biofábrica para controle biológico em flores

A transferência de tecnologia realizada pelos pesquisadores do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, solucionou um problema que causava prejuízos aos floricultores de Arujá, na Grande São Paulo. Apesar do uso elevado de produtos químicos, os agricultores não conseguiam controlar os ácaros que atacavam as plantas. A solução foi o uso do controle biológico, em que o predador natural da praga realiza o seu controle. A tecnologia deu tão certo que a Associação dos Floricultores da Região da Via Dutra (Aflord) construiu uma biofábrica para produção dos chamados ácaros-predadores, que controlam os ácaros. A inauguração do espaço será realizada durante a abertura da 25ª Expo Aflord, em 20 de agosto de 2016, em Arujá.
A biofábrica construída pela Aflord tem capacidade para produção de 180 mil ácaros predadores por semana, aproximadamente, das espécies Phytoseiulus macropilis e Neosiulus californicus, para o controle do ácaro-rajado. A produção pode atender, inicialmente, em torno de 100 produtores de flores. A biofábrica, porém, tem capacidade para aumentar em 20 vezes essa produção. A instalação do espaço contou com a assessoria técnica do Instituto Biológico. “A partir dos resultados e com o objetivo de fornecer inimigos naturais de forma mais viável economicamente, a Aflord iniciou um projeto piloto para a criação de ácaros-predadores nas suas instalações. O objetivo é ajudar na produção sustentável de flores dos seus associados, reduzindo o uso de agrotóxico em seus cultivos”, explica Nancy Miura de Moraes, engenheira agrônoma da Aflord.
Com o uso do controle biológico é possível reduzir em até 70% a aplicação de acaricidas em gérberas e crisântemos e até mesmo eliminar o uso dos produtos em rosas e orquídeas. O pesquisador do IB, Mário Eidi Sato, explica que o uso constante de produtos químicos, chamados de acaricidas, selecionaram os ácaros resistentes, o que diminuiu o efeito dos produtos. “Com aplicação exclusiva de produtos químicos, alguns produtores estão obtendo níveis de controle abaixo de 20% para diversos acaricidas. Com a adoção de estratégia de manejo, incluindo uso do controle biológico, proposta pelo IB, é possível chegar a um controle efetivo da praga,  acima de 80% de eficácia, com uso mínimo de acaricidas” explica Sato.
Os trabalhos com os produtores de orquídea do Alto Tietê, cooperados da Aflord, iniciaram em junho de 2015. Na época, os floricultores aplicavam três tipos de acaricidas, duas vezes por semana, sem sucesso. Com a liberação de predadores, conseguiram eficiência de controle superior a 95%. “Esse trabalho foi de grande importância, pois serviu para quebrar paradigmas e demonstrar que o controle biológico de pragas funciona, desde que manejados corretamente”, afirma Sandra Shinoda, engenheira agrônoma da Aflord.
A tecnologia é viável para produtores de todo País. O pesquisador do IB afirma, porém, que no momento, é mais viável para cultivos em pequena escala e em ambientes protegidos, com destaque para as regiões Sudeste e Sul do País. “Ainda há pouca disponibilidade de ácaros predadores no mercado para atender todas as regiões brasileiras, principalmente, para cultivos em larga escala”, diz. Com o aumento na procura por ácaros predadores, diversas empresas ou associações começar a produzir e oferecer os inimigos naturais aos produtores, reduzindo o valor dos predadores, tornando a tecnologia mais acessível para os produtores de diferentes culturas, das diversas regiões do País.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, lembrou que o governador Geraldo Alckmin o orientou para que a Pasta criasse condições para ajudar os produtores e a indústria. “O controle biológico consiste no emprego de um organismo (predador, parasita ou patógeno) que ataca outro que esteja causando danos econômicos às lavouras, evitando a utilização de agrotóxicos, trazendo benefícios ecológicos, econômicos e sociais”, destaca o secretário.
Como funciona?
O ácaro-rajado é uma praga de 0,5 mm que ataca mais de 1200 espécies de plantas, como algodão, feijão, morango, mamão, pêssego e flores e plantas ornamentais. O Instituto Biológico trabalha para controle desse ácaro com o uso de  predadores naturais, como Neoseiulus califormicus, considerado um ácaro generalista, e Phytoseiulus macropolis, um especialista, que ataca apenas o ácaro-rajado. “Após a liberação desses predadores, caso o produtor precise usar produtos químicos para controle de outra praga, como inseto e lagarta, ele pode fazer a aplicação, sem ter o risco de matar os predadores liberados”, explica o pesquisador do IB. As populações de predadores utilizadas nas liberações se mostram resistentes a vários inseticidas e acaricidas.
A vantagem no uso do Neoseiulus califormicus é que esse ácaro não se alimenta exclusivamente do ácaro-rajado, mas também de pólen e de  pequenos insetos. “A chance do estabelecimento desse predador no campo é mais alta do que de outras espécies de predadores”, afirma o pesquisador do IB.
Normalmente, o ácaro predador tem preferência por se alimentar de ovos, chegando a predar, aproximadamente, 20 ovos de ácaros rajados por dia. “Ele também ataca ácaros jovens e adultos, neste caso, o predador, geralmente, pega a perna  do ácaro e injeta saliva, durante a alimentação. Dessa forma, ele suga o conteúdo do ácaro-rajado, deixando-o murcho. Com isso, ocorre o controle do ácaro praga”,  explica.
A redução no uso de acaricidas reduz custos de mão de obra na aplicação. “O produtor precisa avaliar que apesar do elevado valor dos predadores, que chega a R$ 100,00 por frasco de 2.000 ácaros predadores, se comparado com o acaricida, há redução de mão de obra e horas de trabalho para o tratamento. Após a liberação dos predadores, só precisará ser feito o monitoramento”, afirma Sato. Dados do Instituto Brasileiro de Floricultura aponta a escassez de mão de obra como uma das principais ameaças do mercado de flores no Brasil.
“O importante é fazer a liberação dos predadores no momento correto, quando a infestação do ácaro-rajado ainda é baixa. Isso aumenta a eficácia do controle biológico e reduz os custos para a aquisição dos predadores. Desta forma, é possível reduzir os custos de produção”, explica o pesquisador.
Os danos à saúde dos aplicadores também são reduzidos. “Muitos produtores utilizam estufas para cultivar as flores e a aplicação, principalmente nesses locais, pode trazer prejuízos à saúde do trabalhador”, diz.
Outro ponto importante do controle biológico é a redução do impacto ambiental. Alguns produtores chegam a aplicar acaricidas três vezes por semana. O uso incorreto de produtos químicos pode contaminar o solo e a água.
SERVIÇO
25ª Expo Aflord

Data: 20 de agosto de 2016
Horário: A partir das 8h30
Endereço: Avenida PL do Brasil, km 4,5, Fazenda Velha, Arujá – SP
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933

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