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Protozoário que pode ser letal ao gado foi tema do Prosaf, que reuniu 86 produtores

Pesquisadores do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, falaram sobre as doenças que os protozoários do gênero Trypanosoma causam ao gado de leite e de corte, em um evento do Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf), que aconteceu em Nova Granada, interior de São Paulo, em 22 de junho de 2017, que reuniu 86 produtores. A doença pode ser transmitida pelo uso compartilhado de agulhas para injeção nos animais ou pela mosca-dos-estábulos e pode causar perdas econômicas severas.
Para o pesquisador do IB, Paulo Henrique Selbmann Sampaio, a palestra foi relevante por conta de surtos agudos do protozoário, já registrados em cidades do interior paulista e pela necessidade de aprimorar algumas práticas costumeiras dos produtores que podem, eventualmente, favorecer a infecção pelo Trypanosoma.
Um exemplo é a reutilização de agulhas e seringas para a aplicação de ocitocina, um hormônio que serve para ajudar na descida do leite e facilitar a ordenha. Com o compartilhamento, a doença pode ser passada de um animal para outro com maior facilidade. Segundo Sampaio, há relatos de perdas de dezenas de animais. “O produtor pensa que está economizando quando reutiliza agulhas e seringas, porém, ele terá mais prejuízos por conta da perda do gado para a tripanossomose”, diz.
Também existe a transmissão mecânica da pela mosca-dos-estábulos, que ocorre quando o inseto pica um animal infectado e depois pica outro que estava sadio.
No Brasil, são conhecidos o Trypanosoma brucei evansi e o Trypanosoma vivax. Embora a tripanossomose seja usualmente uma doença que apresenta evolução crônica, com progressivo emagrecimento e anemia, deixando o animal cada vez mais debilitado e acabando por levá-lo a óbito, há também uma forma aguda, causada pelo Trypanosoma vivax, que pode acarretar a morte dos bovinos em pouco mais de três semanas.
É possível identificar o Trypanosoma no sangue dos animais por exame direto ao microscópio, mas, para isso, é necessário que a amostra de sangue chegue ao laboratório em pouquíssimas horas. “Além disso, é preciso que exista um grande número de protozoários circulando no sangue do bovino, o que nem sempre ocorre. Por outro lado, provas moleculares, como a reação em cadeia da polimerase, a PCR permitem uma identificação segura do gênero e da espécie do parasito, mesmo na presença de um número ínfimo de indivíduos no sangue do animal infectado”, explica Sampaio.
Segundo o pesquisador do IB, mesmo com a existência de tratamento para a tripanossomose e a disponibilidade de uma nova droga no Brasil, o isometamidium, é necessário conscientizar os produtores em relação às boas práticas agropecuárias para melhorar a sanidade dos rebanhos.
Mosca dos estábulos
A incidência da mosca-dos-estábulos tem ocorrido em locais onde há acumulo de resíduos agroindustriais, como a vinhaça e a torta de filtros, associados à palha da cana-de-açúcar.
Para fazer frente contra as doenças, o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, montou um grupo técnico para manejo de cana. Segundo o secretário, uma das diretrizes da Pasta é buscar medidas para auxiliar os pecuaristas na sanidade do rebanho. “Esta é uma das recomendações do governador Geraldo Alckmin”, afirma.
Prosaf
Lançado em 2009, o Programa de Sanidade em Agricultura Familiar (Prosaf) já auxiliou cerca de dois mil produtores rurais paulistas a melhorarem a sanidade vegetal e animal em suas propriedades. Com ações de curto, médio e longo prazo, os pesquisadores do IB identificam as pragas e doenças que ocorrem nas propriedades e propõem técnicas de manejo para melhorar a produção. Resultado: aumento da renda, melhoria na qualidade dos produtos ofertados aos consumidores, redução do uso de produtos químicos e produção com sustentabilidade.
O programa trabalha a partir das demandas dos agricultores paulistas. São eles que entram em contato e solicitam a visita dos pesquisadores. Na propriedade, as pragas e doenças que estão afetando a produção são identificadas e, com base nos diagnósticos, os pesquisadores propõem treinamentos com tecnológicas para solucionar o problema. O Prosaf, coordenado pelo IB, é realizado em parceria com as unidades regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), prefeituras municipais, associações de produtores e cooperativas.
Por Giulia Losnak (estagiária)
Assessoria de Imprensa – APTA
19 2137-8933

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