O município de Campo Limpo Paulista recebeu, no início deste ano, no 6.º Fórum Mundial da Água, em Marselha (França), o prêmio de cidade campeã em preservação e gerenciamento de seus recursos hídricos. Tanto que, em setembro último, foi o único município brasileiro convidado para participar da Andong International Waterfront City Summit, na Coreia do Sul.
A homenagem ocorreu graças a projeto de 2009 desenvolvido pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Organização Não Governamental (ONG) Caminho Verde. O IAC ficou responsável pela execução do projeto; a Unicamp, pelos estudos socioeconômicos e a ONG Caminho Verde, pelos trabalhos de divulgação e educação ambiental junto à comunidade.
O IAC realizou um minucioso levantamento do uso e da ocupação das terras do município para a elaboração de um plano municipal de gestão dos recursos hídricos. O levantamento possibilitou a descoberta da atual situação de preservação das matas ciliares do município, áreas que têm papel importante na conservação dos recursos hídricos, explica o pesquisador Jener Fernando Leite de Moraes.
O estudo colheu dados do solo, fornecendo informações sobre o potencial agrícola e as áreas sujeitas a deslizamentos de terra, bem como revelou a qualidade da água dos rios que passam pelo município, indicando os locais que necessitam de ações de melhoria. O projeto possibilitou que o município adquirisse equipamentos hidrometeorológicos para monitoramento de temperatura, precipitação e vazão dos rios. “Para auxiliar a prefeitura na gestão ambiental do município, o IAC elaborou um zoneamento agroambiental que mostra as áreas que devem ser preservadas e as que precisam passar por processo de recuperação ambiental, pois já estão degradadas”, diz Moraes.
A pesquisa constatou que menos da metade da área daquela cidade tem vegetação natural. “Este é um bom índice se comparado à média do Estado de São Paulo. A conservação das matas em áreas de preservação permanente (APP), em cada sub-bacia, revelou que a porcentagem de ocupação dessas áreas variou de 45% a 73%, nas diferentes sub-bacias hidrográficas, que representa boa preservação dessas áreas”, afirma o pesquisador do IAC.
Solo e relevo
Outro tópico analisado foi o do solo e do relevo. O diagnóstico mostrou que o município tem áreas com alto risco de deslizamento de terras e que devem ser objeto de políticas públicas, tanto na parte de recuperação de áreas de risco como também na orientação da população quanto ao risco de se realizar obras sem os cuidados necessários.
As informações referentes à qualidade da água não foram tão animadoras quanto aos outros quesitos. A expansão urbana desordenada gerou muitos problemas de contaminação por coliformes fecais em áreas de grande adensamento populacional.
Moraes explica que subdividiu a bacia hidrográfica do Rio Jundiaí, que delimita Campo Limpo Paulista, para facilitar o estudo. “A subdivisão pode servir para demarcar os municípios. Entretanto, nesse caso, a divisão em sub-bacias obedece à drenagem das águas, o que facilita a gestão ambiental de cada área. Nessa subdivisão, podem-se identificar as áreas que estão mais preservadas, áreas com ausência de matas ciliares e também os principais focos de poluição dos recursos hídricos.”
Além de Campo Limpo Paulista, o IAC já auxiliou os municípios paulistas de Limeira e Jundiaí na criação de diretrizes ambientais.
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