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Projeto de reflorestamento da APTA é apresentado em conferência na Alemanha

Projeto desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), de reflorestamento de mata ciliar foi apresentado na Conferência Europeia de Ecologia Tropical, realizado na Alemanha, entre os dias 16 e 28 fevereiro de 2016. O trabalho conduzido pela Agência, em Pindorama, recuperou uma área de, aproximadamente, um   hectare, com 1.700 mudas de espécies arbóreas com características de adaptação em área úmida e seca.
O objetivo do projeto foi transformar o Polo Regional Centro Norte da APTA em referência na sistematização científica de práticas conservacionistas do solo. “Para isso, utilizamos diversas atividades na área ambiental com o manejo integrado dos recursos naturais, solo, água e vegetação”, explicou Maria Teresa Vilela Nogueira Abdo, pesquisadora da Secretaria, que atua na Agência, que apresentou o trabalho realizado pela Agência na Conferência Europeia, que reuniu universitários, cientistas e pesquisadores de todo o mundo.
Além de Maria Teresa, o pesquisador do Polo Regional Centro Norte da APTA, Lucio Mello Martins, e o pesquisador aposentado do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, Sidney Rosa Vieira, começaram o processo de reflorestamento de uma área desmatada no Polo em 1998. O diferencial daquela região é sua superfície, que contém área seca e com possibilidade de encharcar.
Após 17 anos de pesquisa, toda a área da APTA foi coberta e a mata ciliar recomposta. Os próximos passos do trabalho são acompanhar a fauna e a flora local. “A realização de levantamentos de fauna e flora servem para verificar como essas espécies tem se comportado ao longo dos anos e certificar a efetividade do projeto de restauração vegetal da área”, explica Maria Teresa.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, afirma que uma das recomendações do governador Geraldo Alckmin, é o desenvolvimento da Agricultura preservando o meio ambiente. “Trabalhos como esse são fundamentais para mostrar a importância da preservação ambiental e como nossas instituições podem contribuir para este assunto tão urgente”, diz.
O trabalho também é importante por conta da legislação florestal vigente no Estado de São Paulo. Na lei atual, para regiões não desmatadas, as áreas de preservação ciliares iniciam a partir do leito regular dos rios. Para áreas desmatadas, até o ano de 2008, a Área de Preservação Permanente (APP) dependerá do tamanho do imóvel, em módulo fiscal.
Como foi realizado o projeto?
O projeto começou com a limpeza do local utilizando controle químico e roçadeiras. Depois, foi feita a escolha das mudas para cada área, que teve diferente modo de plantio.
As mudas da área úmida foram plantadas sobre elevações de terra, denominadas covas invertidas, para evitar podridão do caule, e foram feitos drenos provisórios de aproximadamente, 30 centímetros de profundidade. Nas áreas secas, as mudas foram plantadas em covas convencionais.
Cerca de 1700 mudas foram plantadas e reforçadas com calcário, superfosfato simples e cobertura morta. “O calcário corrige a acidez do solo, o superfosfato simples supre a necessidade de nutrientes da planta, e a cobertura morta ajuda na manutenção da umidade do solo entre os intervalos de rega”, diz Maria Teresa.
De acordo com a pesquisadora da APTA, existem diversas espécies arbóreas que crescem em condições diversas e até extremas de disponibilidade de água, ou seja, para cada ambiente existem espécies adaptadas para o desenvolvimento. “Por isso, foram escolhidas espécies arbóreas características de área úmida e área seca”, pondera.
O custo de cada muda varia entre R$ 0,50 e R$ 2  de acordo com o tamanho e recipiente em que se encontram. “Segundo o Ministério do Meio Ambiente o custo para reflorestamento por hectare está em torno de US$ 4 mil ou cerca de R$15 mil”, ressalta a pesquisadora.
A cobertura vegetal evita a erosão dos solos ao redor dos rios. “Além de preservar a biodiversidade local, com espécies arbóreas adequadas, ela aumenta a permeabilidade do solo e, consequentemente, a infiltração da água, reduzindo o arraste de solo para os recursos hídricos”, explica Maria Teresa.
Conferência Europeia de Ecologia Tropical
A Conferência Europeia de Ecologia Tropical é um evento organizado pela Sociedade de Ecologia Tropical Europeia e acontece anualmente. Em 2016, o encontro, que aconteceu na cidade de Göttingen na Alemanha, reuniu além desse evento a Conferencia Anual da Sociedade de Ecologia Tropical Europeia, que reúne universitários, cientistas e pesquisadores de todo o mundo. O evento já foi realizado em diversas cidades como Zurich, na Suíça, Viena, na Áustria, e Frankfurt, na Alemanha.
Para participar, Maria Teresa enviou dois projetos para a Conferência e a pesquisa de reflorestamento de mata ciliar foi escolhida para ser apresentada oralmente na Sessão de Ecologia de Ambientes Brejosos.
Para a pesquisadora, as técnicas de reflorestamento são perfeitamente adaptáveis para outras áreas, principalmente para o clima frio, característico das regiões.
“A palestra despertou grande interesse, não só pelo sucesso de plantio apresentado, como pela grande importância do tema atualmente, pois está relacionado à mudanças climáticas e pela legislação vigente no Estado de São Paulo e obrigatoriedade de plantio e recomposição de matas ciliares”, diz Maria Teresa.
Por Giulia Losnak (estagiária)
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Secretaria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)
(19) 2137-8933

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