O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR) fechou o mês de setembro de 2009 com variação positiva de 0,22%, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Isto porque o índice de preços dos produtos de origem vegetal registrou alta de 1,81%, já que o índice de preços dos produtos de origem animal apresentou retração de 3,72%.
Com a exclusão da cana-de-açúcar do cálculo, o índice geral registra queda de 0,69%, mas o índice de produtos vegetais sobe um pouco mais (2,19%), segundo os pesquisadores Eder Pinatti, José Alberto Ângelo, José Sidnei Gonçalves e Luis Henrique Perez.
No acumulado de um ano (setembro/08 a setembro/09), o índice geral mostra variação positiva de 4,22% e o índice de produtos vegetais avança 12,49%. Por sua vez, o índice de produtos animais sofreu variação negativa de 14,67%. Sem computar a cana-de-açúcar no cálculo, o índice geral apresentou queda significativa de 4,63%, embora o índice de produtos vegetais tenha evoluído positivamente em 5,04%.
Os aumentos mensais mais expressivos foram verificados nos preços da laranja para mesa (20,43%), da carne suína (6,89%) e da laranja para indústria (2,07%). A retomada das aulas, concomitante com o fim do período mais duro de inverno, eleva o consumo da laranja (para mesa), além da menor concorrência da laranja para indústria no consumo in-natura, em virtude da redução na sua oferta para este fim, dizem os autores da análise.
“Mas da ótica da renda do citricultor o processo pode ser considerado de recuperação de preços, uma vez que os mesmos se mantêm 30,66% inferiores aos verificados em igual período do ano de 2008.” O mesmo pode se dizer da laranja para indústria, cujos preços aumentaram pouco, mas ainda se mantêm muito baixos em relação ao ano anterior (-34,03%). “Noutras palavras, os preços da laranja em geral se mostram em torno de um terço inferiores aos verificados em 2008.”
A alta do preço da carne suína decorre do aumento da demanda, principalmente por parte da indústria, que está incrementando a produção de derivados de carne suína, com vistas ao consumo do final do ano e também da redução da produção, dizem os pesquisadores do IEA. “Nos últimos meses, os preços da carne suína ficaram abaixo do esperado, por conta da influência da gripe A (ainda erroneamente chamada de gripe suína). Porém as cotações mostram recuperação parcial, visto que, em média, estão na mesma faixa dos preços praticados no mesmo período de 2007, mas ainda menores (-31,15%) em relação ao mesmo período de 2008.”
Já as quedas mais significativas foram observadas nos preços do tomate para mesa (18,80%), do feijão (12,29%), da carne de frango (9,48%), dos ovos (7,76%) e do arroz (3,77%). No caso do feijão, “incrementa-se a entrada da produção de inverno, ocasionando a redução das cotações, numa realidade de preços já baixos em relação ao ano passado. Ademais as safras, em especial da agropecuária de subsistência do Nordeste, foram muito boas, ampliando ainda mais a oferta nesse momento, empurrando os preços para baixo”, observam os técnicos.
Mais uma vez, “boas colheitas de feijão não necessariamente representam maior renda bruta, pois quando o produtor tem boa produção não tem bom preço e quando tem bom preço é porque não tem o produto. As cotações atuais desestimulam o plantio das águas, quando nas regiões produtoras paulistas essa lavoura alimentar concorre com a soja”.
Para a carne de frango, os pesquisadores observam que o aumento da oferta derrubou as cotações do produto numa realidade também de menor pressão de demanda. “Com o efeito em cadeia, atinge-se o mercado de milho (enquanto insumo da avicultura), cuja produção se mostra acima da demanda, restrita pela queda das exportações e do preço da carne bovina - produto substituto- também por razões semelhantes. A isso se somam os efeitos da apreciação cambial que pressiona para baixo os preços internos.”
No acumulado de setembro/2008 a setembro/2009, as maiores variações positivas ocorreram nos preços da batata (162,50%), do tomate para mesa (43,97%), da banana nanica (34,33%) – produtos onde a sazonalidade e o clima foram os principais fatores pela elevação dos preços – e da cana-de-açúcar (17,70%), cujas condições favoráveis do mercado internacional do açúcar, em relação ao ano passado, sustentam a elevação dos últimos doze meses. Já as quedas mais fortes ocorreram nas cotações do feijão (64,81%), do amendoim (40,88%), da laranja para indústria (34,03%), da carne suína (31,15%), da laranja para mesa (30,66%), da carne de frango (26,79%) e dos ovos (20,41%).
Entre os produtos brasileiros com relevância internacional, o patamar de preços da soja é similar ao do ano anterior, “ou seja, a continuidade do crescimento da economia chinesa – importante mercado para a soja brasileira – vem sustentando o patamar dos preços internacionais dessa oleaginosa. Vale destacar ainda as variações negativas para a carne bovina, milho e arroz”.
Link: íntegra da análise dos preços agrícolas de setembro
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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