O Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista (IqPR), que mede os preços pagos ao produtor rural, caiu 1,29% na terceira quadrissemana de setembro, de acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O maior recuo ocorreu no índice de preços dos produtos de origem animal (2,96%), enquanto o índice de preços dos produtos de origem vegetal se retraiu em 0,66%.
Entre os produtos analisados, nove apresentaram alta nos preços (oito do segmento vegetal e um do segmento animal), enquanto 11 tiveram queda (seis da área vegetal e cinco do setor animal). As quedas mais expressivas ocorreram nos preços da laranja para indústria (14,21%); da carne suína (12,56%); da batata (10,43%); do tomate para mesa (6,37%); dos ovos (5,22%) e do trigo (3,24%).
A redução dos preços da laranja para indústria decorre da magnitude da safra colhida, dizem os pesquisadores Luis Henrique Perez, Danton Leonel de Camargo Bini, Eder Pinatti, José Alberto Angelo e José Sidnei Gonçalves. É que “as agroindústrias operam em plena colheita no limite da sua capacidade de moagem e numa realidade de demanda interna plenamente abastecida” e, assim, os preços atingem “patamares críticos para os produtores”.
No caso da carne suína, explicam os analistas, a continuidade das incertezas produziu maior oferta de animais para o abate e empurrou para baixo as cotações no período. Isto se deve ao endurecimento das regras sanitárias impostas pela Rússia, associado ao fato de que importadores se preveniram contra a entrada em vigor do embargo.
Já a batata foi vítima da tradicional gangorra de preços que caracteriza uma olerícola perecível, importante para a alimentação humana, de acordo com os pesquisadores do IEA. Depois da conjuntura de alta por conta da reduzida oferta, tem início a fase de preços cadentes decorrente da regularização da colheita. O mesmo comportamento vale para o tomate, produto também perecível cujos preços estão em queda.
Quanto aos ovos, observam os técnicos, o incremento substancial da oferta nas últimas semanas abriu espaço para o reposicionamento das cotações internas, levando a recuo dos preços recebidos pelos granjeiros. Já as compras anteriores de trigo ao câmbio sobrevalorizado, que baratearam as importações em pleno aumento da oferta do trigo nacional, produziram a realidade de preços em baixa, no período crítico de venda da safra em fase de colheita.
As altas mais relevantes foram verificadas nos preços do café (14,57%); do feijão (8,72%); da banana nanica (8,54%); da soja (4,77%) e do arroz (3,49%).
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Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
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