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Tecnologia de ponta na cana-de-açúcar

Avanços no desenvolvimento de cana transgênica apontam a necessidade de resoluções na lei brasileira de biossegurança. O 1o Simpósio de Biotecnologia de cana-de-açúcar, ocorrido nos dias 17 e 18 de novembro, em Piracicaba, mostrou os benefícios que a produção de cana transgênica pode trazer para o Brasil. Em entrevista ao SP Rural, William Lee Burnsquist, coordenador de tecnologia do Centro de Tecnologia Canaviera (CTC) falou das vantagens que o desenvolvimento de novas variedades de plantas pode trazer para os agricultores brasileiros, e, especialmente para os produtores de cana. ´´De modo geral, a vantagem é a diminuição dos custos de produção. O Brasil é o produtor mais competitivo do setor sucroalcooleiro, mas, se não investirmos no desenvolvimento das novas tecnologias de aprimoramento genético, podemos perder essa posição no mercado´´, afirmou o pesquisador. Além da diminuição dos custos de produção, William citou os benefícios indiretos que o desenvolvimento da cana transgênica pode trazer para os consumidores, como a diminuição do preço do açúcar e do álcool. Com relação aos benefícios ambientais, William destacou a redução no uso de defensivos agrícolas, que agridem o meio ambiente. Desde 1994, o CTC atua no desenvolvimento deste tipo de tecnologia e já desenvolve diversas variedades experimentais de cana transgênica, resistentes a doenças, pragas, herbicidas e, ainda, variedades com menor teor de açúcar. No entanto, como explicou William, ainda não há nenhuma de uso comercial. Todas as pesquisas com organismos geneticamente modificados devem ser aprovadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão do governo que reúne representantes da iniciativa privada e da sociedade. Entretanto, William ressaltou que não há incentivos do governo para o desenvolvimento das pesquisas, e que o trabalho da Comissão foi retomado após cerca de quatro anos de estagnação. William acredita que a liberação da cana transgênica para comercialização deve ocorrer em um prazo de cinco anos, porém, segundo ele, isso só vai ser possível a partir da aceitação dos transgênicos pela opinião pública. O X da questão Além das dúvidas sobre se e como o consumo de transgênicos pode afetar a saúde humana, a mais importante questão que se relaciona ao assunto é a econômica. Muitos ativistas contrários aos transgênicos argumentam que se sua produção for liberada as grandes empresas que dominam a tecnologia vão dominar também o mercado, impossibilitando a concorrência dos pequenos produtores. Mas, segundo o coordenador do CTC, ´´acontece o contrário. As empresas multinacionais só vão dominar os setores agrícolas se, as empresas nacionais estiverem impossibilitadas de concorrer utilizando as novas tecnologias, pois o Brasil tem um potencial tremendo nesta área. Precisamos avançar para não ficar para trás´´, concluiu.

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