Data da postagem: 08 Setembro 2015
O impacto da mecanização da colheita de cana-de-açúcar na região de Piracicaba é tema de artigo dos pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo Carlos Eduardo Fredo, Raquel Castelucci Caruso Sachs e Mário Pires de Almeida Olivette. Os três, que pertencem ao Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão da Secretaria, analisaram o aumento da porcentagem de área canavieira colhida com máquinas, destacando o ganho ambiental com o fim da queima da palha da planta. Mas também chamam atenção para o problema da falta de emprego enfrentada pelos cortadores.
Publicado no Volume 45 da revista “Informações Econômicas”, do IEA, o texto “Protocolo Agroambiental: impactos da colheita mecanizada da cana-de-açúcar nas Unidades de Produção Agropecuárias (UPAs) na Região de Piracicaba, Estado de São Paulo” tem seu recorte na região piracicabana, que se mostra abaixo das metas estabelecidas pelo Protocolo e que ainda demanda um grande número de trabalhadores.
“O Protocolo Agroambiental foi um enorme ganho para o Estado de São Paulo porque oficializou uma das recomendações do governador Geraldo Alckmin para a Secretaria: ter a agricultura amiga do meio ambiente. Unir sempre conservação e produtividade”, ressaltou o Secretário de Agricultura Arnaldo Jardim.
Os reflexos da mecanização afetam principalmente os trabalhadores empregados na colheita manual. Na safra 2007/08, a estimativa do número de cortadores de cana-de-açúcar empregados na colheita era de 13.699. Os municípios de Piracicaba e Rio das Pedras, com baixa mecanização, eram os principais nas contratações de mão de obra.
Na safra 2013/14, houve aumento na área produtiva de cana-de-açúcar. Porém, com o aumento da mecanização, cerca de quatro mil trabalhadores deixaram de ser contratados. Atualmente, Piracicaba continua a ser o município que mais demanda trabalhadores, seguido por Capivari. Inclusive, este último aumentou o número de contratações entre uma safra e outra, tendência contrária observada em 29 municípios.
Os pesquisadores observam que não há dúvida que o Protocolo Agroambiental, instituído em 2007, foi uma política pública que propiciou ao setor sucroenergético um desenvolvimento econômico e ambiental, este último principalmente com foco na erradicação da queima da palha da cana-de-açúcar, menor emissão de gases poluentes e conservação de recursos hídricos. Porém, para um desenvolvimento com sustentabilidade, o eixo social foi preterido.
“Uma saída que amenize o desemprego é a continuação de um Protocolo Agroambiental que pense também na questão social do produtor que não tem capital para se mecanizar”, apontou o pesquisador Carlos Eduardo Fredo.
O artigo aponta para a necessidade de se preocupar com a realocação destes trabalhadores, desenvolvendo programas de requalificação profissional para evitar o desemprego que se forma a cada safra. Para os pesquisadores, programas incentivados pelo setor público e privado mitigariam os efeitos do desemprego ocasionado pelo avanço da mecanização. aqui.
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Por Hélio Filho
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