bannergov2023 
×

Aviso

There is no category chosen or category doesn't contain any items

Piscicultura Orgânica

Mônica A. M. Moura e Mello e Edmilson José Ambrosano Em dezembro de 2006 foi realizado o V Curso de Capacitação em Agricultura Orgânica no Pólo Regional Centro Sul/APTA/SAA, em Piracicaba. Diante da demanda levantada sobre a necessidade de um treinamento mais específico em agroecologia para a região, o objetivo do curso foi capacitar os técnicos executores do Programa Estadual de Microbacias Hidrológicas (PEMH), do Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR), nas práticas mais avançadas sobre tecnologia aplicada em agroecossistemas conduzidos de forma orgânica, para no futuro garantir uma orientação adequada aos produtores envolvidos. Participaram, ainda, técnicos da Prefeitura Municipal de Piracicaba, do Pólo Centro Sul e produtores rurais. O evento foi coordenado por Gerson Antonio Groppo (EDR) e pelos pesquisadores Edmilson José Ambrosano e Nivaldo Guirado (APTA Regional Centro Sul). Os temas abordados foram adubação orgânica e adubos verdes, criação do peixe orgânico, homeopatia vegetal, compostagem, manejo de plantas espontâneas, cultivo de plantas aromáticas e medicinais e extratos vegetais no controle de pragas e doenças. Segundo a pesquisadora Mônica Moura e Mello, assim com a convencional, a piscicultura orgânica tem importância econômica na medida em que gera renda para o meio rural, fixa o homem no campo, produz proteína animal de alta qualidade e baixo custo, gera divisas através da exportação e auxilia no manejo ambiental de outras culturas. Artigo A Agricultura Orgânica cresce no mundo, em média, 20% ao ano. O Brasil é hoje o sexto produtor mundial deste segmento, ficando atrás de países como a Austrália, China, Argentina, Itália e Estados Unidos. Devido à maior conscientização do consumidor sobre a importância da utilização de técnicas de produção agrícola ambientalmente sustentáveis, vem aumentando a demanda por peixes criados com critérios de aqüicultura orgânica. Entretanto, a maior dificuldade para a expansão do setor traduz-se na obtenção de uma "ração orgânica“ em escala comercial. Segundo o segmento industrial produtor de dietas animais, se hoje já é difícil assegurar um suprimento adequado de matéria prima, comprovadamente isenta de produtos geneticamente modificados, essa dificuldade é ainda maior quando se fala no fornecimento de ingredientes produzidos dentro dos critérios estabelecidos para a agricultura orgânica. Ainda, é importante lembrar que a matéria-prima orgânica tem um custo maior que a convencional, o que onerará o valor final das dietas comerciais e, conseqüentemente, dos organismos produzidos. A piscicultura orgânica é a criação de peixes em água isenta de contaminantes ou poluentes, sendo que os organismos devem ser alimentados naturalmente (p. ex.: plâncton, nécton, bentos, ou vegetais) ou receber ração "orgânica", utilizando preferencialmente alevinos e pós-larvas de cultivos "orgânicos". A normatização da atividade está inserida na Lei nº 10.831/03 e Instrução Normativa nº16/04 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e, segundo a mesma, esta produção deve conservar o ambiente e proteger os consumidores, sendo proibido o uso de terapêuticos sintéticos, produtos químicos e organismos geneticamente modificados. Este seria um primeiro entrave para o cultivo do carro-chefe da piscicultura paulista, a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), que hoje é produzida, em quase 100% dos casos, a partir de hibridização. Porém, segundo a Divisão de Inspeção de Pescado e Derivados (DIPES), do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), da Secretaria de Defesa Agropecuária/MAPA, quando este processo ocorre através de um meio natural, não há impedimento nesta norma. Quando existir um obstáculo tecnológico, poderão ser usados métodos de reprodução que empreguem produtos não sintéticos, como é o caso das hipófises para peixes reofílicos.

Notícias por Ano