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Censos agropecuários paulista e brasileiro, em palestras no IEA

O censo agropecuário paulista (Projeto LUPA 2007/08) e o censo agropecuário 2006 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) serão temas de palestras nos dais 6 e 9 de novembro no Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Os eventos são destinados a técnicos dos setores público e privado, a estudantes e a outros interessados no assunto.
Na palestra do dia 6, às 9 horas, o pesquisador do IEA Francisco Alberto Pino vai abordar os aspectos metodológicos do Projeto LUPA (Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo), realizado pela primeira vez em 1995/96 e atualizado na safra 2007/08.
Já no dia 9, às 14h30 , o pesquisador do IBGE Antonio Carlos Simões Florido vai analisar os avanços metodológicos e os principais resultados do Censo Agropecuário 2006. A palestra estava prevista para o dia 8 de outubro, mas foi adiada por problemas climáticos que impediram o pesquisador de embarcar no aeroporto do Rio de Janeiro, a tempo de cumprir o compromisso em São Paulo.
Retrato do Brasil agrário
O Censo Agropecuário 2006, que revela o retrato do Brasil agrário, mostra que a concentração na distribuição de terras permaneceu praticamente inalterada nos últimos vinte anos, embora tenha diminuído em 2.360 municípios, de acordo com o IBGE. Nos Censos Agropecuários de 1985, 1995 e 2006, os estabelecimentos com mais de 1.000 hectares ocupavam 43% da área total de estabelecimentos agropecuários no país, enquanto aqueles com menos de 10 hectares ocupavam, apenas, 2,7% da área total. Focalizando-se o número total de estabelecimentos, cerca de 47% tinham menos de 10 hectares, enquanto aqueles com mais de 1.000 hectares representavam em torno de 1% do total, nos censos analisados.
Em 2006, os cerca de 5,2 milhões de estabelecimentos agropecuários do país ocupavam 36,75% do território nacional e tinham como atividade mais comum a criação de bovinos, informa o IBGE. A área total dos estabelecimentos agropecuários brasileiros diminuiu em 23,7 milhões de hectares (-6,69%), em relação ao Censo Agropecuário 1995. Uma possível causa foi a criação de novas Unidades de Conservação Ambiental (crescimento de 19,09% de área) e a demarcação de terras indígenas (crescimento de 128,2%), totalizando mais de 60 milhões de hectares.
Ainda segundo o IBGE, entre 1995 e 2006, os estabelecimentos agropecuários registraram redução de suas áreas de florestas (-11%) e de pastagens naturais (-26,6%) e aumento nas áreas de pastagens plantadas de 1,7 milhão de hectares (1,8%), sobretudo na região Norte (39,7%). Já aquelas dedicadas à agricultura cresceram 19,4%, sendo que o maior aumento ocorreu no Centro-Oeste (63,9%).
A grande maioria dos produtores entrevistados era analfabeta ou sabia ler e escrever, mas não tinha freqüentado a escola (39%) ou não possuía o ensino fundamental completo (43%), totalizando mais de 80% de produtores rurais com baixa escolaridade, diz o Censo. Trabalhavam em estabelecimentos agropecuários 18,9% da população ocupada no país. 77% dos ocupados tinham laços de parentesco com o produtor e 35,7% não sabiam ler e escrever. Havia mais de 1 milhão de crianças com menos de 14 anos de idade trabalhando na agropecuária.
Com crescimento de 88% na produção, a soja foi a cultura que mais se expandiu na última década, sendo que em 46,4% desses estabelecimentos optaram-se por sementes transgênicas, revela o Censo do IBGE. Apenas 1,8% dos estabelecimentos agropecuários praticavam agricultura orgânica no país, sendo que 42,5% destes produtores se ligavam a associações, sindicatos ou a cooperativas. Já 6,3% dos estabelecimentos declararam utilizar irrigação, o que representou um aumento de 39% em relação ao Censo anterior. 
Mais da metade dos estabelecimentos onde houve utilização de agrotóxicos não recebeu orientação técnica (785 mil ou 56,3%), informa o IBGE. Além disso, 15,7% dos produtores rurais responsáveis por estabelecimentos onde houve aplicação de agrotóxicos não sabem ler e escrever, o que potencializa o risco de intoxicação e uso inadequado do produto. O rebanho bovino brasileiro era de 171,6 milhões de cabeças em dezembro de 2006, sendo que Mato Grosso do Sul reunia 20,4 milhões de cabeças, enquanto Pará registrou maior crescimento (119,6%).
Os estabelecimentos pesquisados pelo IBGE obtiveram um valor da produção total de R$ 147,26 bilhões, dos quais 77,07% (R$ 113,49 bilhões) provenientes da Produção Vegetal. Novecentos e vinte mil estabelecimentos obtiveram financiamentos, dos quais 91% receberam financiamento de bancos e 85% receberam de programas governamentais. Os estabelecimentos que têm como atividade principal a cana-de-açúcar ou a soja ficaram com a maior participação no valor da produção agropecuária (ambos 14%), seguidos por aqueles que se dedicam à criação de bovinos (10%).
Em 2006, o Censo Agropecuário apurou que os 5.2 milhões de estabelecimentos agropecuários (em 5.564 municípios) ocupavam 329,9 milhões de hectares, o equivalente a 36,75% do território brasileiro (851.487.659 hectares). Esses são alguns dos resultados do maior levantamento sobre a estrutura produtiva do setor primário brasileiro que serão analisados por Simões Florido. A palestra será no auditório do IEA no prédio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento - Av. Miguel Stéfano, 3900 - Água Funda.
Os dois eventos serão realizados no Auditório do Instituto de Economia Agrícola - Av. Miguel Stéfano, 3900 - Água Funda – São Paulo.  As inscrições podem ser feitas pelo e-mail cct@iea.sp.gov.br

Links relacionados: 

- Projeto Lupa 

- Censo Agropecuário do IBGE

Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424
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