Argentina esmaga menos soja e dá espaço para o Brasil
Data da postagem: 13 Julho 2007
A crise energética que afeta a Argentina diminuiu o ritmo de produção das esmagadoras de soja do país principal fornecedor do mundo em farelo e óleo e está retardando o embarque de grãos e derivados no seu maior complexo portuário. É por Rosário (a 300 quilômetros de Buenos Aires, na Província de Santa Fé) que passa mais da metade do produto argentino exportado. Essa desaceleração, apostam os especialistas, significa oportunidade para a indústria brasileira ganhar espaço no mercado internacional do complexo soja.
De acordo com a analista do Departamento de Informações Econômicas da Bolsa de Comércio de Rosário, Lorena DAngelo, as processadoras de soja da região, que vinham trabalhando com 80% da sua capacidade, reduziram o ritmo para algo em torno de 60% e 70%. Como a atividade não pode parar, elas estão esmagando menos grãos para atender à economia forçada de energia. Por causa do frio e da expansão da economia, a demanda por eletricidade no país vizinho ultrapassou a oferta. A saída encontrada pelo governo argentino foi impor racionamento aos grandes consumidores.
Confira dados do Brasil e Argentina na exportação de farelo e óleo de soja
Além disso, diz Lorena, por causa do racionamento, o descarregamento dos caminhões e o embarque nos navios está mais lento. Mas as empresas não deixaram de honrar seus compromissos, garante. Isso também não deve ocorrer no curto prazo, no entendimento da analista. O governo diz que quando o frio diminuir, no máximo até outubro, a indústria voltará a ter fornecimento normal de energia. Poderão surgir problemas somente se a crise se estender mais que isso".
Cinthia Scheffer
Fonte: Gazeta do Povo