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Reunião Científica do Instituto de Pesca discute pesca amadora e esportiva

De acordo com o pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA), Jocemar Tomasino Mendonça, a pesca amadora é definida como uma atividade de natureza não comercial, caracterizada como hobby ou esporte, cujo praticante não depende dela para sobreviver, sendo praticada como atividade lúdica ou recreativa. “É muito popular e crescente no mundo todo, englobando praticantes de diferentes idades e é importante para a recreação, a economia e a condição social em vários países, gerando emprego e renda nos vários elos da sua cadeia de negócios, e sendo responsável por aproximadamente 12% da produção mundial de pescado”, revela o pesquisador IP, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O assunto foi discutido durante a Reunião Científica do Instituto de Pesca, que aconteceu de 8 a 10 de abril de 2013, em São Paulo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, os quase 40 milhões de pescadores esportivos gastam anualmente cerca de US$ 45 bilhões em equipamento, transporte, hospedagem e outras despesas associadas. “Os impactos econômicos são de aproximadamente US$ 125 bilhões e cerca de um milhão de empregos são gerados”, afirma Mendonça. 
No Brasil, há poucas informações disponíveis ou nem mesmo existentes na maioria das regiões. Nas regiões Centro-oeste e Norte do País, a pesca amadora é um importante componente da economia. No Rio Negro, por exemplo, a atividade atrai anualmente entre 1.400 e 1.800 pescadores esportivos, contribuindo com cerca de US$ 5 milhões proveniente de despesas. Também há estimativas de que anualmente 17.000 pescadores amadores atuem no Mato Grosso do Sul. 
Em 2012, segundo informações do Ministério da Pesca e Aquicultura, o número de licenças no Estado de São Paulo aproximou-se de 100 mil unidades, havendo aumentos significativos nos últimos anos. Porém, segundo Mendonça, mesmo sendo uma atividade importante e com poucos dados, constata-se que a pesca amadora também afeta o meio ambiente, gerando impactos que podem comprometer ecossistemas.
De acordo com o pesquisador, os principais impactos observados são: diminuição dos estoques de peixes, alterações ambientais, como aterro, desmatamento e barragem, geradas por obras de infraestrutura turística, poluição de rios por esgotos domésticos e resíduos de embarcações e destruição de áreas de manguezais e o consequente assoreamento de rios, que colocam em risco a vida de pescadores, causado por abusos da circulação de embarcações motorizadas e estuários. A massificação do turismo da pesca, o aumento de preços no comércio local, além do conflito com a pesca tradicional, são outros pontos negativos levantados por Mendonça.
Segundo o pesquisador do IP, pesca amadora no Brasil apresenta grande potencial de desenvolvimento em diversas regiões, mas está longe de qualquer ordenamento que lhe dê sustentabilidade. “Um dos principais pontos para racionalizar a atividade é a obtenção de informações e seu monitoramento, de forma sistemática e contínua, similar ao que o Instituto de Pesca desenvolve para a pesca marinha no Estado de São Paulo. Este tipo de informação balizaria o fomento e o desenvolvimento sustentável da atividade, diminuindo os impactos existentes e desenvolvendo a atividade de forma racional em todas as regiões com potencial”, observa. 
Para discutir a pesca amadora, a mesa-redonda “Pesca esportiva: experiências, desafios e perspectivas para o desenvolvimento sustentável da atividade”, foi realizada na Reunião Científica do Instituto de Pesca. A mesa-redonda foi composta por Solange Aparecida Arrolho da Silva, da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Alberto Ferreira de Amorim, pesquisador do IP, Jairo Shigueo Naca, secretário da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (ANEPE), Adalberto Francisco de Oliveira Filho, economista da Federação Paulista de Pesca Esportiva Turística e Ambiental, Michel Lopes Machado, do Ministério da Pesca e Aquicultura, e Jocemar Tomasino Mendonça, presidente da mesa.
Na oportunidade, os membros da mesa-redonda apresentaram um panorama da atividade nos aspectos da visão científica, dos usuários e do órgão gestor e de licenciamento, o que gerou articulações susceptíveis de novas ações para a melhoria da pesca amadora, como o desenvolvimento de projetos destinados a coletar mais informações e subsidiar o ornamento dessa atividade, principalmente no Estado de São Paulo. 
Texto: Antonio Carlos Simões
Revisão: Márcia Navarro Cipólli
Assessoria de Imprensa do Instituto de Pesca (IP-APTA)

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