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Pesquisadoras do Biológico apontam resistência a antibióticos em aves silvestres

Um trabalho com aves silvestres em quarentena, do Parque Ecológico do Tietê e de criadouros da região da Mata Atlântica, em São Paulo, mostrou resistência a antibióticos na flora dessas aves. A totalidade das amostras analisadas foi resistente ao antibiótico lincomicina. É o que mostra o artigo “Uma boa razão para acompanhar as aves de nossos parques”, das pesquisadoras Vera Cecília Annes Ferreira e Alice Akimi Ikuno, do Instituto Biológico (IB-APTA), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
Já a resistência ao antibiótico estreptomicina ocorreu em 63% da totalidade das amostras analisadas, enquanto o percentual de resistência à eritromicina foi ainda menor (37%). “Percentuais decrescentes, porém significantes, ocorreram em amostras com resistência associada a três antibióticos (lincomicina, estreptomicina e eritromicina ou fosfomicina)”, enfatizam as pesquisadoras do IB.
“A população de aves silvestres pode servir como reservatório para bactérias patogênicas tais como Salmonella, Escherichia coli, Campylobacter, Listeria e Clamydia, além de outros patógenos zoonóticos emergentes. Como consequência, esses animais infectados disseminam a população de microrganismos e contaminam o ambiente ou a superfície das águas utilizadas para beber, para recreação ou para a irrigação.”
Segundo as pesquisadoras do IB, “oito genes de virulência, encontrados com frequência na E. coli  de aves de produção e no homem, foram observados, com diferentes percentuais de associação, nos isolados de E. coli comensal desses animais silvestres. Um deles, marcador frequente em isolados virulentos, foi observado em 28% das amostras estudadas”.
Essas informações reforçam a necessidade de identificação e acompanhamento dos microrganismos encontrados em aves de produção e aves silvestres, e de como eles se relacionam com isolados de outras fontes, observam Vera Cecília e Alice que trabalham no Centro de P&D de Sanidade Animal. “Tais informações permitirão um posicionamento adequado quanto às medidas de controle da infecção e a adoção de políticas públicas.”
O deslocamento dos animais infectados pode ser um dos mecanismos para o estabelecimento de novos focos endêmicos de doenças a grandes distâncias, dizem as pesquisadoras. “O lançamento de esgoto doméstico em rios, os dejetos urbanos e o contato com material descartado de criações de animais criam um reservatório ambiental de organismos resistentes que podem ser transferidos a uma grande variedade de animais de vida livre.”
Reduzir os riscos dessas contaminações implica a eliminação ou diminuição da interação patógeno-hospedeiro, uma vez que o controle da doença no animal silvestre é na maioria das vezes inviável, observam as pesquisadoras do IB. “Uma das possibilidades consiste no isolamento dos infectados; outra é o controle do ambiente, que se faz por adoção severa de medidas de biossegurança e monitoramento das atividades e da circulação de pessoas.”
Pouco se sabe sobre a flora de microrganismos dos animais silvestres, mas o conhecimento sobre a vida silvestre em nosso meio está-se ampliando, concluem. “O Brasil tem mais de 1.700 espécies de aves e cerca de 10% delas são endêmicas. Esses valores mostram o tamanho do desafio tanto em termos de conservação como de escolhas quanto às medidas a serem adotadas para um convívio seguro.”

Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio de Resende
(11) 5067-0424

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