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IB monitora a sensibilidade da ferrugem asiática aos fungicidas na soja

O Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, monitora a sensibilidade da ferrugem asiática aos fungicidas aplicados em plantações de soja no Brasil. A ferrugem asiática é a principal doença da cultura e pode causar redução de até 90% na produtividade da soja.
Também realiza diversos testes de produtos em campo para verificar sua eficácia e aplicabilidade no controle da doença. A expertise do Instituto na área atrai interesse de pesquisadores e empresas estrangeiras para intercâmbio de informações sobre o comportamento da doença. Em 2017, o Instituto Biológico completa 90 anos de atuação.
De acordo com a pesquisadora do IB, Silvania Furlan, uma das principais ferramentas de controle da ferrugem asiática, atualmente, é o uso de fungicidas em parte aérea. Ela explica que se aplicados de forma correta e na época certa – antes do aparecimento dos sintomas e quando as condições são favoráveis – a eficácia deles é obtida de maneira mais satisfatória. Porém, o uso incorreto pode selecionar os patógenos resistentes, fazendo com que os produtos químicos percam a eficiência.
“Em muitas propriedades, são realizadas de três a quatro aplicações de fungicidas por safra. O uso constante dos produtos e a falta de rotatividade dos grupos químicos, principalmente em doses abaixo ou acima das recomendadas, acabam selecionando mais rapidamente os patógenos resistentes, resultando na perda de eficácia desses produtos”, explica. Segundo Silvania, quanto mais se utiliza o mesmo produto específico na lavoura, maiores as chances de selecionar os fungos resistentes e, assim, maiores as perdas de controle deste produto.
A pesquisadora do IB conta que atualmente, o fungo causador da ferrugem asiática apresenta mutação genética a três diferentes grupos químicos de fungicidas, o triazol, a estrobilurina e, recentemente, a carboxamida. “Esse é um fato inédito, até mesmo na fitopatologia, ou seja, uma mutação tripla, o que vem ocasionando grande preocupação de todas as classes envolvidas no setor produtivo, devido à dificuldade maior de controle da doença a cada safra”, afirma.
Os danos e prejuízos ocasionados ainda são elevados, porém, o Instituto Biológico desenvolve diversos trabalhos de pesquisa, há 15 anos no campo, para tentar minimizar os impactos da ferrugem asiática para os produtores. Há cerca de 10 anos, o IB desenvolve estudos de sensibilidade em laboratório. “Fazemos parte do Consórcio Anti-Ferrugem, uma iniciativa do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Embrapa-Soja, com o apoio de diversas entidades, para divulgar de forma padronizada as atualizações de informações sobre identificação, monitoramento e manejo da doença”, disse a pesquisadora.
Os trabalhos do IB envolvem o monitoramento da ferrugem asiática, principalmente no Estado de São Paulo, em que a soja já ocupa 800 mil hectares, com tendência de crescimento, e a realização de testes de novas moléculas para o controle da doença.
A soja, uma das commodities brasileiras mais importantes, ocupa área de 34 milhões de hectares no País, aproximadamente. O fungo Phakospsora pachyrhizi, causador da doença, está disseminado praticamente em todos os locais de cultivo. As cultivares em uso, em sua grande maioria, não apresentam resistência genética ao patógeno.
Manejar para reduzir danos
Silvânia explica que com a resistência tripla do patógeno aos três principais grupos de fungicidas utilizados no manejo da ferrugem, a eficiência da aplicação dos produtos fica comprometida. “O uso associado de fungicidas multissítios ou protetores ganha uma maior importância neste manejo por auxiliar na eficiência do controle químico e é fundamental como uma das estratégias de anti-resistência”, explica a pesquisadora. Os fungicidas multissítios atuam no fungo de diferentes formas, ao contrário do modo especifico da ação dos triazóis, das estrobilurinas e das carboxamidas.
Outras estratégias de grande relevância, segundo a pesquisadora, são o vazio sanitário, a semeadura precoce, em setembro e outubro com o estreitamento da janela de semeadura no período, o uso de cultivares precoces, o monitoramento da lavoura e o uso de cultivares tolerantes.
“Os trabalhos do IB na área são muito importantes para a sustentabilidade da soja em São Paulo e no Brasil. A soja é um dos principais negócios brasileiros e ter atuação nesta área é estratégico e uma recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Visitas internacionais e divulgação
O know-how do Instituto Biológico com a doença atrai o interesse de diversos pesquisadores e empresas estrangeiras para conhecer melhor ou se atualizar sobre a ferrugem asiática. “Desde que iniciamos os trabalhos, recebemos visitas técnicas para o intercâmbio de informações sobre este relevante tema para o nosso País”, conta Silvânia.
Na safra atual, em 27 de março de 2017, o IB recebeu Hikary Nagahori, diretor de vendas da Mitsui, e Nenad Filajdic, diretor de desenvolvimento de produtos da empresa. Em 29 de março de 2017, Silvânia também recebeu Hiroaki Koyama, pesquisador e biólogo da empresa Nisso.
No período de 20 a 24 de agosto de 2017, a pesquisadora coordenará um painel técnico sobre a “Resistência de Fungos a Fungicidas no Brasil”, durante o 50º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, em Uberlândia, Minas Gerais, que contará com a participação de pesquisadores renomados do Brasil e da Europa para abordarem este tema.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
19 2137-8933

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