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Consórcio milho safrinha-planta forrageira pode viabilizar integração lavoura-pecuária em SP

A integração lavoura-pecuária poderá ser viabilizada com o aproveitamento tanto do resíduo da produção do milho safrinha quanto da planta forrageira, em época de escassez de pasto. O consórcio de milho safrinha e plantas forrageiras é um dos meios para aumentar a formação de palha para cobertura do solo e produzir forragens para os animais na entressafra, de maneira a proporcionar melhorias no manejo do solo e na rentabilidade da área.
Estudos neste sentido foram desenvolvidos nos dois últimos anos por uma equipe de pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Eles adaptaram para o Estado de São Paulo a prática do consórcio de milho safrinha e plantas forrageiras, que vinha sendo utilizada no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. 
Os pesquisadores recomendam que a forrageira seja semeada na entrelinha do milho safrinha, utilizando o espaçamento de 0,80 a 0,90 m que predomina na maioria das regiões produtoras. “Um aspecto importante é a época de semeadura do consórcio, que deve acompanhar a indicada para o milho safrinha, sendo finalizada, de acordo com a região, em fevereiro ou meados de março. Passado esse período, a implantação do consórcio não é indicada, pois pode haver interferências indesejáveis do ambiente no desenvolvimento tanto do milho safrinha como das plantas forrageiras, produzindo pouco milho safrinha e palha/pasto.”
A inserção das plantas forrageiras apenas na entrelinha do milho safrinha minimiza a competição entre ambos, dizem os pesquisadores.  “Durante o período de outono, a menor disponibilidade de água e as temperaturas relativamente baixas limitam o desenvolvimento da gramínea, reduzindo seu potencial de competição com a cultura do milho safrinha e, portanto, não é necessária a supressão do crescimento dos capins com herbicida.”
Produção de palha
Segundo os pesquisadores da APTA e da EMBRAPA, a eficiência desse sistema de consórcio depende de aspectos particulares de cada ambiente, principalmente o clima e a fertilidade do solo, e também da época de semeadura. Resultados de estudo do Instituto Agronômico (IAC-APTA) na região paulista do Médio Paranapanema, por exemplo, mostram que o cultivo dos capins introduziu entre 1,5 tonelada (regiões de Florínea e Assis) e 2,5 toneladas (regiões de Campos Novos e Palmital) por hectare de massa seca, promovendo melhorias na cobertura do solo pela palha. Durante o período experimental, observou-se que a maior produção de massa seca ocorreu após a maturidade fisiológica do milho.
O estudo, realizado em 2008, avaliou a produção média da massa seca dos capins (Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria decumbens cv. Basilisk, Brachiaria ruziziensis cv. Comum e Panicum maximum cv. Tanzânia) em consórcio com o milho safrinha, durante o desenvolvimento desta cultura (florescimento e maturidade fisiológica) e na dessecação dos capins antes da semeadura da soja, na região paulista do Médio Paranapanema.
Um dos benefícios apontados pelos pesquisadores é que na região do Médio Paranapanema as plantas forrageiras não interferem negativamente na produtividade do milho safrinha. Ou seja, não houve diferença significativa na produtividade dos grãos de milho entre os consórcios (milho + plantas forrageiras) e o milho solteiro (testemunha). Já na produtividade da soja houve incremento de 19% em Campos Novos, 13% em Florínea e 23% em Assis, nas áreas de consórcio, em relação às áreas de milho safrinha solteiro. O consórcio também foi eficiente no controle de plantas daninhas.        
Além disso, as plantas forrageiras, principalmente as dos gêneros Brachiaria e Panicum, fornecem condições favoráveis à infiltração e retenção de água e ao arejamento, bem como evitam perdas por erosão. Já a parte aérea das plantas forrageiras protege o solo das oscilações de temperatura e reduzem as perdas de água por evaporação.
Também em ano com período prolongado de seca, os pesquisadores observaram que, nas áreas onde os consórcios milho safrinha + plantas forrageiras foram implantados, não ocorreram problemas de germinação e desenvolvimento posterior das plantas de soja, ao contrário da testemunha sem consórcio.
O trabalho foi desenvolvido pelos pesquisadores Karina Batista (coordenadora), Aildson Pereira Duarte, Andréia Cristina da Silva, Milene Moreira da Silva, Paulo César Reco e Gustavo Pavan Mateus (dos Pólos de Assis, Presidente Prudente e Andradina); Heitor Cantarella e Isabella Clerici De Maria (do IAC, em Campinas) e Gessi Ceccon (da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados-MS).
Assessoria de Comunicação da APTA
José Venâncio/Maitê Laranjeira (estagiária)
(11) 5067-0424
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