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Pesquisa da APTA dobra a produção de mudas de morango, com o uso da homeopatia

Novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que atuam na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), conseguiu dobrar a produção de mudas de morango com o uso da homeopatia. As mudas são fundamentais para a produção da fruta, que não tem sementes para o desenvolvimento de um novo plantio. O uso de soluções homeopáticas na agricultura melhora o desenvolvimento das plantas, o solo e o ambiente.
As pesquisas da APTA  com o uso de homeopatia nas produções começaram há 15 anos. Na época, a técnica era usada apenas em humanos. “No primeiro experimento, várias soluções usadas em pessoas foram testadas e analisamos qual teve o melhor resultado”, diz o pesquisador da Secretaria, que atua na Agência, Edmilson José Ambrosano.
Depois de diversas análises em frutas, como o morango, a solução mais eficiente foi a chamada Carbo vegetabilis, que não teve efeito na produção de frutos, mas quase dobrou a produção de mudas em relação as plantas que não receberam a solução. “Antes, era possível produzir 16 mudas de morango. Com a solução a produção saltou para 30 mudas”, afirma o pesquisador.
De acordo com Ambrosano, o fato de o morango não ter sementes, os produtores dependem das mudas para desenvolver um novo plantio. “Isso gera um conforto para o agricultor que tem a segurança de ter mudas para continuar com o empreendimento e comercializar seu produto”, diz.
Além disso, o próprio empreendedor pode fazer uma solução, chamada Nosódio, para repelir as pragas existentes nas plantações. Nela, recolhe os insetos que afetam a produção, como a formigas cortadeiras e vaquinhas – insetos comedores de folhas -, os tritura no álcool, que extrai a essência da praga, espera algumas semanas, procede-se as diluições, que são a base da homeopatia, e aplica a solução nas lavouras. Essa prática não só diminui o custo de produção, pois não há gasto com produtos químicos, como reduz o impacto ambiental. “A vantagem é que a aplicação das soluções não é uma prática tão agressiva, quanto à dos químicos, que trazem uma molécula diferente da natural e que mata os insetos. Com ela, a praga não morre, só é repelida e avisada de que não pode ficar na planta”, explica Ambrosano.
O tratamento também é usado no solo. “A homeopatia ajuda a equilibrar a planta em um novo sistema e a aplicação no solo libera nutrientes e microelementos essenciais para elas”, diz o pesquisador. No estudo, Ambrosano usou preparado homeopático (Phosphorus 100CH), que ajuda a equilibrar o solo, liberando os nutrientes necessários para o crescimento e fortalecimento das plantações existentes.
De acordo com o pesquisador, esta é a melhor opção, também, para quem quer começar a produzir orgânicos. Como nesse tipo de cultura não se pode usar produtos químicos, a saída é buscar apoio da homeopatia. “Por não ter compostos químicos presentes devido às altas diluições, ela é a única permitida no tratamento de pragas e fortificação da lavoura”, afirma.
Sem dificuldade de serem encontradas, as soluções podem ser compradas em farmácias homeopáticas e não há necessidade de receita de um agrônomo. De acordo com Ambrosano, já existem agrônomos se especializando em homeopatia para poder estudar esse método, ainda em caráter experimental. As soluções que repelem pragas na lavoura são ensinadas aos produtores em cursos anuais realizados pela APTA, em Piracicaba, interior paulista.
“O uso da homeopatia proposto pela Apta melhora a produção, dá autonomia ao agricultor e ajuda na sustentabilidade ambiental, recomendações do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin”,  ressalta Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Por ser uma atividade nova, ainda não existem dados estatísticos de quanto ela ajuda o produtor e quantos produtores aderiram ao método. “Porém, é um trabalho regular porque os efeitos positivos só aparecem enquanto o tratamento está sendo feito. Se for interrompido, os resultados desaparecem”, explica o pesquisador.
Por ser um estudo contínuo, o pesquisador da APTA que, desde 2015, testa a aplicação de soluções homeopáticas em diversos cultivos, como alface, beterraba, tomate salda e cereja e flores (helicônias). Os resultados demoram cerca de um ano para aparecer, tempo necessário para produzir as flores e avaliar o efeito da técnica nelas.
Por Giulia Losnak (estagiária)
Mais informações
Secretaria de Comunicação
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)
(19) 2137-8933

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