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Aquecimento já afeta o país, afirma Greenpeace

O território brasileiro está fadado a furacões, inundações e a uma ampla desertificação nos próximos anos em decorrência do superaquecimento do planeta. Esses fenômenos extremos da natureza, que hoje ocorrem de forma pontual, ganharão força e freqüência em um futuro não tão distante. Essa é uma das conclusões do relatório "Mudanças do Clima, Mudanças de Vidas - Como o aquecimento global já afeta o Brasil " , divulgado ontem em São Paulo pelo grupo ambientalista Greenpeace. O documento de 60 páginas reuniu vasto material de pesquisa de universidades, instituições públicos e especialistas internacionais que apresentam um panorama crítico da situação e as perspectivas sombrias para o futuro. Além do relatório, o grupo lançou um documentário sobre o impacto atual das mudanças climáticas na população brasileira, mostrando entrevistas com cientistas e vítimas dos distúrbios naturais. Entre as mudanças previstas está a desertificação de regiões da caatinga brasileira, que poderia atingir 1,3 milhão de Km² e mais de 31 milhões de moradores da região. Na Paraíba, 70% do território já sofre com o problema. No Rio Grande do Norte, 97,5% do território é vulnerável ao fenômeno. No âmbito da agricultura, o deslocamento de culturas devido à elevação das temperaturas também será uma realidade, segundo o relatório. Culturas perenes como a do café tenderão a procurar regiões com temperaturas mais amenas, como o sul do país. Arroz, feijão, milho e soja também seriam deslocadas para o Centro-Oeste. Para endossar essa tese, o Greenpeace cita estudo de Eduardo Delgado Assad, pesquisador do Embrapa Informática Agropecuária. Ele estima que o pior impacto será para lavouras em solo arenoso. Com um aumento de 5,8 °C na temperatura, o cultivo de soja cairia de 3,4 milhões de Km² de área potencialmente produtiva para 572 mil km², uma redução de 75%. A área de cultivo do milho cairia 37%, do feijão 36% e do arroz 51%. Cenários climáticos mais quentes, alerta o relatório, podem tornar a costa do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro propícia a ciclones extratropicais. O nível médio do mar poderia subir entre 30 cm e 80 cm nos próximos 50 a 80 anos. O desmatamento da Amazônia também recebeu especial menção.

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