Uma nova linha de pesquisa em desenvolvimento de produtos está sendo implantada no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Peixes Ornamentais do Instituto de Pesca (IP-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Recentemente, o Programa Jovem Pesquisador FAPESP aprovou o projeto: "Seleção de microrganismos isolados de tilápia para utilização como probiótico em peixes”. O projeto é coordenado pela pesquisadora Daniella de Carla Dias. O investimento será de R$ 500 mil.
Segundo Danielle, o sucesso das pesquisas com probiótico no Instituto de Pesca vem da parceria de pesquisadores brasileiros renomados e pesquisadores espanhóis que se uniram para desenvolver este novo produto.
O probiótico é um aditivo alimentar composto de microrganismos vivos que beneficiam a saúde do hospedeiro, por meio do equilíbrio da microbiota intestinal. O objetivo do estudo é selecionar bactérias probióticas para peixes de água doce, isoladas de material mucoso de intestino e pele de tilápia.
As bactérias selecionadas serão aquelas que mostrarem efeitos positivos na capacidade de adesão, de colonização e de multiplicação no muco da pele e do intestino, de sobrevivência na presença de bílis e de inibir os microrganismos patogênicos por meio de substâncias antimicrobianas. Com as possíveis bactérias probióticas serão realizados testes para definir aquela que apresente capacidade de proporcionar melhor desempenho zootécnico e melhora do sistema imune de tilápia, confirmando, assim, sua aplicabilidade na aquicultura.
Danielle vem trabalhando nesta linha de pesquisa com probióticos desde 2005 e conclui seu pós-doutorado na área em 2014. A pesquisadora também realizou dois estágios de pós-doutoramento na Universidade de Málaga, na Espanha, em 2012 e 2013, desenvolvendo as técnicas de Denaturing Gradient Gel Electrophoresis (DGGE) e expressão gênica em tilápia.