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Pesquisador do IB apresenta palestras sobre controle biológico em cana na Guatemala

O pesquisador do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo José Eduardo Marcondes de Almeida ministrou palestras na Guatemala sobre controle biológico em cana-de-açúcar, durante o 2º Simpósio Nacional de Controle Biológico da Guatemala, realizado na Universidad San Carlos, entre 5 e 6 de setembro de 2016. O IB é referência no Brasil em pesquisas na área.
O Instituto Biológico seleciona cepas e predadores para controlar pragas em flores, banana, soja, seringueira e cana-de-açúcar. As pesquisas do IB têm forte contribuição para a redução do impacto ambiental, diminuição dos custos de produção e melhoria social por colaborarem para, respectivamente, reduzir o uso de agroquímicos e a infestação de pragas e patógenos e proteger a saúde do agricultor.
Marcondes de Almeida apresentou as palestras “Uso de fungos entomopatogênicos para o controle biológico de pragas na cana-de-açúcar” e “Controle de qualidade e produção de fungos entomatogênicos” para produtores rurais, agrônomos, empresas de produtos biológicos e estudantes. O pesquisador apresentou ainda a palestra “Controle biológico de pragas com microrganismos entopatogênicos” para 250 estudantes de agronomia da Universidad San Carlos.
As palestras abordaram as pesquisas brasileiras e a contribuição do IB para o controle biológico de pragas como a cigarrinha da cana-de-açúcar, broca da cana e bicudo. Assim como o Brasil, a Guatemala também enfrenta problemas com pragas similares. “O IB tem um trabalho muito forte de produção de fungos entomopatogênicos – usados no controle biológico – com alta qualidade. Fornecemos cepas de fungos para mais de 46 empresas da área no Brasil. O interesse da Guatemala é produzir esses fungos com qualidade similar à encontrada em nosso País. Estamos estudando, inclusive, parcerias na área”, afirma Almeida.
Um dos problemas que afeta a produção de cana-de-açúcar na Guatemala é a cigarrinha, praga também conhecida pelos canavicultores brasileiros. A espécie de cigarrinha de ocorrência no Brasil ataca as raízes, enquanto as da Guatemala afetam as folhas. “O controle da praga nas folhas é mais simples do que o da raiz. Por ano, são produzidos no Brasil cerca de cinco mil toneladas do fungo Metarhizium anisopliae, IBCB 425, isolado pelo IB, misturado com arroz pré-cozido. Com essa produção, é possível fazer o controle biológico da cigarrinha em um milhão de hectares de cana-de-açúcar”, explica. O volume de negócio é estimado em R$ 50 milhões por ano.
No Brasil, os trabalhos do IB em transferência de tecnologia na área já ajudaram na instalação e manutenção de 42 biofábricas, localizadas em São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Rio de Janeiro, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia. O instituto de pesquisa paulista já treinou mais de 500 profissionais na área. As empresas são responsáveis pela produção de patógeno para controle não só de pragas e doenças na cana, mas também na soja, banana e milho, e geram cerca de 1.800 empregos diretos e indiretos.
Em 2016, o Instituto firmou parceria de transferência de conhecimento e tecnologia com a biofábrica Bionature SRL, da região de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O projeto prevê transferência de Metarhizium anisopliae, para controle da cigarrinha, Beuvaria bassiana, para mosca-branca na soja, e Trichoderma sp, para mofo branco, também na soja.
Controle biológico do bicudo
O Instituto Biológico realiza trabalho com o controle biológico do bicudo, com o uso do nematoide entopatogênico Steinernema brazilense. Pesquisa concluída pelo IB, em 2015, mostrou que o controle biológico do bicudo por nematoide pode gerar ganhos na produção de até 17 toneladas de cana, por hectare. O bicudo, considerado a principal praga da cultura em função dos danos e da extensão da área em que ocorre, ataca canaviais de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Paraná.
“O bicudo reduz em até 30 toneladas a produção da cana-de-açúcar. A praga é difícil de ser controlada mesmo com o uso de agroquímicos. Com a utilização do nematoide, proposto pelo IB, conseguimos minimizar essas perdas, o que é uma grande vantagem ao canavicultor”, explica Luís Garrigós Leite, pesquisador do IB.
Broca
O Instituto Biológico possui cepas dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae selecionadas para o controle da broca-da-cana Diatraea saccharalis, quando esta se encontra no estágio inicial, antes de penetrar no colmo da cana. O trabalho é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os resultados de campo mostram um controle de 60% de eficiência, igual ao inseticida químico. Geralmente são usados em áreas de expansão da cana, onde o parasitoide ainda não se instalou.
“O controle biológico está em expansão e o IB é referência brasileira nessas pesquisas. O trabalho é fundamental para garantir opção ao produtor, diminuir os impactos ambientais e garantir a saúde do trabalhador rural. Uma das recomendações do governador Geraldo Alckmin é justamente melhorarmos a qualidade de vida no campo”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Por Fernanda Domiciano
Assessoria de Imprensa – APTA
(19) 2137-8933

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