A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Pirassununga, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA Regional), realizará o “I Curso de Camarão de Água Doce”, de 19 a 20 de maio, na Unidade. O evento terá atividades teóricas e práticas que abordarão toda a produção de camarões de água doce.
A iniciativa nasceu da grande procura por informações vindas de produtores rurais. Segundo o pesquisador da UPD da APTA, Marcello Villar Boock, a unidade vem se tornando referência no Estado em pesquisas de camarões de água doce e por isso, recebe, diariamente, consultas via e-mail, telefone e até mesmo presenciais. “O curso visa atender a uma demanda do setor produtivo, principalmente os agricultores familiares, podendo eles ter ou não alguma experiência em aquicultura”, diz.
De acordo com o pesquisador da UPD da APTA, Fábio Rosa Sussel, o cultivo de camarões de água doce é uma atividade relativamente simples, já que não requer cuidados extras em relação a outros cultivos da aquicultura. Em termos de estrutura, os viveiros, equipamentos e insumos de ambas as produções são idênticos, não tendo a necessidade de investimentos adicionais. “Portanto, se um produtor que já cria peixes quiser destinar algum de seus viveiros para a criação de camarões de água doce, ele praticamente não terá novos investimentos”, diz Sussel. As principais diferenças entre as culturas são as técnicas empregadas para a criação, assunto que será tratado no curso.
Além disso, a piscicultura e a carcinicultura podem ser integradas em uma produção só. Essa nova produção chama-se policultivo, ou sistema integrado, em que os camarões de água doce são criados em um mesmo espaço físico, como viveiros e tanques, com diferentes espécies de peixes.
Durante todo o curso, serão realizadas atividades teóricas e práticas. Segundo Boock, serão abordados temas como a história da produção de camarão de água doce, o valor econômico da produção e ciclo da vida, hábitos alimentares e reprodução dos camarões. Também serão tratadas as fases de desenvolvimento do animal, a criação dos camarões, desde preparação do viveiro a manejos alimentares, comercialização, viabilidade econômica, entre diversos outros assuntos.
Os pesquisadores que organizam o curso estão há mais de quinze anos realizando estudos e desenvolvendo técnicas inovadoras para a criação dos camarões de água doce. “Para nós, tão importante quanto gerar tecnologias é transferir conhecimento ao setor produtivo, sendo o curso voltado aos produtores rurais”, diz Helcio Luis de Almeida Marques, pesquisador do polo regional da APTA.
O evento conta com o apoio da Fundação de Apoio a Pesquisa Agrícola (FUNDAG) e serão disponibilizadas 20 vagas. “Por não existir mais cursos como este no Estado, esperamos suprir ao menos em parte a demanda de informações do setor produtivo, que está crescendo cada vez mais”, diz Boock.
Pesquisas em larvicultura
A Unidade de Pesquisa de Pirassununga começou a desenvolver pesquisas em carcinicultura em 2010. Durante estes seis anos, foram realizados estudos em relação a fase da engorda dos camarões, como em monocultivo, somente criação de camarão, quanto em policultivo, criação de camarões integrada com peixes, e também, elaboraram trabalhos com larvicultura, a fase inicial do desenvolvimentos desses animais.
As pesquisas em larvicultura fizeram com que, em novembro de 2013, fosse inaugurado o Laboratório de Carcinicultura da APTA, localizado na UPD de Pirassununga, sendo um dos únicos laboratórios de pesquisa públicos no Estado de São Paulo. “O laboratório está sendo utilizado para o desenvolvimento de novos estudos sobre a carcinicultura, para fins didáticos, como aulas práticas de disciplinas dos cursos de pós-graduação e para cursos destinados a produtores rurais, como este”, afirma Boock.
O laboratório da APTA é usado para realizar análises para a pesquisa “Frequência alimentar e avaliação da presença de adultos como fator indutor de metamorfose na larvicultura do camarão-da-Amazônia”, que está sendo desenvolvida pelos pesquisadores do polo regional da APTA, Marcello Villar Boock e Fábio Rosa Sussel, e os pesquisadores do Instituto de Pesca (IP-APTA), Hélcio Luis de Almeida Marques e Helenice Pereira de Barros e recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) para as adequações do espaço e compra de equipamentos.
SERVIÇO: I Curso de Camarão de Água Doce – Nível Básico
Data: 19 a 20 de maio de 2016.
Horário: A partir das 8h.
Local: Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de Pirassununga
Endereço: Avenida Virgilio Baggio, 85. Cachoeiras de Emas. Pirassununga, SP.
Inscrição: pelo e-mail (marcelloboock@apta.sp.gov.br) ou pelo telefone (19) 3565-1200.
Por Giulia Losnak (estagiária)
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