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Variedades de cana IAC-APTA: potencial do cerrado para a produção de etanol

Por Leonardo Chagas No momento em que são discutidos a expansão da canavicultura no país e os reflexos da substituição de lavouras de alimentos pelo cultivo da gramínea, abrem-se novas fronteiras para a exploração da cana-de-açúcar. Com objetivo de gerar materiais aptos a novas regiões, o Instituto Agronômico (IAC-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), vem desenvolvendo pesquisas em diversas partes do Brasil. Desde 2005, o Programa Cana IAC realiza pesquisas no oeste da Bahia, por meio de convênio firmado com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento do Oeste Baiano (Fundação Bahia). Foi implementado o programa de seleção regional de variedades de cana-de-açúcar que vai colocar à disposição dos canavicultores variedades adaptadas àquela região para atender a futura demanda no Estado. “Devido a esse convênio com o Programa Cana IAC, a Bahia será um estado diferenciado: o único lugar onde a pesquisa chegou antes dos produtores. Assim, quando começarem a produção, eles não darão um tiro no escuro, pois saberão quais materiais estão plantando”, relata o consultor de cana da Fundação Bahia, Mário Josino Meirelles. A expectativa é que em mais 6 anos variedades adaptadas às condições edafoclimáticas do oeste baiano sejam lançadas, segundo Meirelles. “A região está em franca expansão, já existem duas destilarias sendo montadas e a procura por parte de grupos do exterior é grande”, finaliza. Nos ensaios conduzidos na região de Luís Eduardo Magalhães, as variedades IAC lançadas no último ano e clones com previsão de lançamento para 2009 vêm apresentando resultados excepcionais de produção em primeiro corte e de soca, surpreendendo até mesmo os mais otimistas. “A superioridade dos materiais IAC nesta região é fruto do conhecimento acumulado pelo Programa Cana em regiões de cerrado, pois há cerca de quinze anos estamos trabalhando nos cerrados de Minas e Goiás e dessa forma temos selecionado materiais superiores aos tradicionais, com ganhos significativos em sacarose e volume de produção”, afirma o diretor geral do IAC, Orlando Melo de Castro. Em Goiás, o Programa Cana IAC, em parceria com o Grupo Jalles Machado, iniciou um trabalho de seleção de materiais com bom desempenho no cerrado há cerca de quinze anos, visando ao aumento da produtividade. Os frutos colhidos são ganhos de aproximadamente 10 toneladas por hectare, registrados nos últimos quatro anos. Por conta disso, um clone já está em fase de avaliação final e a expectativa é que em 2009 seja lançada uma nova variedade de cana-de-açúcar IAC, específica para as condições do cerrado. O objetivo agora é ampliar a rede de experimentos, gerando assim um banco de dados mais amplo, com informações mais consistentes e que contribuam para o desenvolvimento de novas variedades regionais. Dessa forma, as pesquisas com cana de açúcar repetem a história já vista com as culturas de arroz, soja, algodão, café e frutas: é a tecnologia paulista levando soluções para o agronegócio brasileiro. E isto não é por acaso: é política institucional, pois o conhecimento é de todos aqueles que podem compartilhar e ganhar com ele. José Venâncio de Resende Assessoria de Comunicação Social da APTA (11) 5067-0424/0435

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