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Preços agrícolas: queda de 0,16% na terceira quadrissemana de março

O índice quadrissemanal de preços recebidos pela agropecuária paulista (IqPR) registrou queda de -0,16% na terceira quadrissemana de março, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Foi puxado pelo índice dos produtos de origem animal que caiu 1,37%. Já o índice de preços dos produtos vegetais aumentou 0,33%. As altas mais expressivas foram verificadas nos preços do tomate (56,71%), dos ovos (12,51%), da laranja para mesa (4,88%), do trigo (4,39%) e da cana-de-açúcar. O acentuado aumento nos preços do tomate está de acordo com o padrão de variação estacional observado nos últimos anos, dizem os autores da análise. “O fim da safra de verão provoca picos de preços nos meses de março e abril.” A alta no preço dos ovos decorre da tendência de aumento no consumo, em virtude do início do ano escolar e do período de quaresma, acentuando-se com a aproximação da sexta-feira santa. No caso da laranja de mesa, o maior consumo de suco no verão, associado à escassez relativa de produto nesta época do ano, impulsionou os preços para cima, observam os pesquisadores do IEA. Quanto à cana-de-açúcar, o impacto mais importante consiste no repasse para os preços da desvalorização cambial, “o que ocorre de forma lenta. A elevada volatilidade do câmbio face aos desdobramentos da crise mundial deve ser administrada pela cadeia, que não pode aplicar grandes variações de preços até pela dimensão e extensão da safra. O início da safra 2009-2010 se dá na mesma perspectiva da anterior, sendo a variação cambial a novidade”. As maiores quedas foram observadas nos preços do feijão (32,46%), da banana (12,99%), do milho (10,20%), da laranja para indústria (7,95%), do amendoim (7,92%) e da soja (7,04%). Para o feijão, o recuo dos preços decorre do fato de que, após a safra paranaense ter se normalizado e a quebra ter sido absorvida pelo mercado, as colheitas das novas regiões, nesta época do ano (como Santa Catarina), estão dentro de padrões normais, com o tempo bom favorecendo o trabalho, de acordo com os pesquisadores do IEA. A relativa sobra de oferta de feijão implica em queda dos preços recebidos pelos produtores, explicam. “De qualquer maneira, a queda dos preços compromete a renda dos produtores, que por não terem produto não fizeram caixa no período de alta do ano passado. Os reflexos em termos de formação de expectativas ruins para as próximas safras podem também prejudicar os consumidores. A gangorra de preços do feijão nos dois últimos anos não interessa nem aos produtores nem aos consumidores, e a intervenção governamental (AGF, PEP e PEPRO) já poderia ter sido iniciada, impedindo a queda extrema de preços aos produtores.” No caso da banana, a variação negativa no período reflete a boa oferta do produto, em virtude das condições climáticas favoráveis para a produção, associadas à oferta de frutas concorrentes. Quanto aos dois principais grãos (soja e milho), os técnicos do IEA apontam as dificuldades do crédito internacional para alavancar as exportações e a premência da venda da safra em curso pela reduzida capacidade de armazenagem, fatores associados à pressão dos compromissos que estão vencendo numa safra custeada com recursos escassos e alto custo do dinheiro. Isto acaba por produzir ambiente de negócios que reduz a margem de manobra dos produtores-vendedores. Nesta quadrissemana, os índices quadrissemanais de preços, tanto o geral quanto o de produtos animais, continuam com a tendência de queda, de acordo com os pesquisadores. “Este último registrou recuo maior de 1,2 ponto percentual em relação a segunda quadrissemana de fevereiro, devido principalmente a queda nas exportações que afetaram as cotações internas.” Já no caso do índice de produtos vegetais houve inversão de tendência de queda, que ficou com 0,2 ponto percentual acima da quadrissemana anterior, puxado pelas cotações da cana e do tomate. A análise foi elaboradaa pelos pesquisadores Eder Pinatti (pinatti@iea.sp.gov.br); José Alberto Ângelo (alberto@iea.sp.gov.br), José Sidnei Gonçalves (sydy@iea.sp.gov.br) e Luis Henrique Perez (lhperez@iea.sp.gov.br). A íntegra está disponível no site www.iea.sp.gov.br. Assessoria de Comunicação da APTA José Venâncio de Resende (11) 5067-0424

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