Data da postagem: 28 Novembro 2007
O mercado da maior fonte de proteína vegetal - e com menor preço - ganhará
reforço neste mês de novembro, quando o Instituto Agronômico (IAC-APTA),
da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, lançará seis novas
variedades de feijão. Não só o mercado, mas também os consumidores poderão
se fortalecer, já que as novas variedades se destacam pelo maior teor de
proteínas. Atualmente, o consumo dessa leguminosa não ultrapassa os 16
kg/hab/ano. Mas quem alega falta de tempo para cozinhar o alimento também
ganhará aliados - as variedades IAC têm menor tempo de cozimento, cerca de
25 minutos, dependendo do clima, enquanto a maioria no mercado requer mais
de 30. E para a cadeia produtiva, o destaque está para a qualidade de
grãos e de caldo, além da redução de 15 a 20% na aplicação de defensivos,
em razão da resistência à antracnose e tolerância à mancha angular, as
principais doenças da cultura, cujo controle representa 15% do custo total
de produção. O lançamento será no XXIII Dia de Campo de Feijão, nos dias
28 e 29 de novembro, no Pólo APTA Sudoeste Paulista, em Capão Bonito. O
coordenador da APTA, João Paulo Feijão Teixeira, participará do evento,
representando o Secretário de Agricultura, João Sampaio.
Com teores de proteína acima de 22%, enquanto a média é de 18%, as novas
variedades são: IAC Alvorada, tipo carioca, IAC Harmonia e IAC Boreal,
tipo rajado, IAC Centauro, tipo mulato, IAC Galante, tipo rosinha, e IAC
Diplomata, o único preto. Segundo Alisson Fernando Chiorato, pesquisador
do IAC-APTA, não há no mercado feijão tipo carioca com a qualidade de grão
do IAC Alvorada, que é mais claro e tem poucas listras. "O Alvorada tem
aroma típico de feijão, que muitos não exalam", diz. O feijão tipo carioca
é aceito em praticamente todo o Brasil e 70% da área cultivada é semeada
com esse tipo de grão.
O IAC Boreal é grão especial de alta produtividade para exportação, tipo
calima. O grão rajado e de cor vinho escuro é consumido na Europa. "O IAC
é pioneiro em lançar esse tipo de grão", afirma o pesquisador. Uma empresa
de exportação já manifestou interesse em adquirir toda a produção dessa
variedade. Para se ter idéia da oportunidade de negócios, há países na
América do Sul que compram esse grão na Europa como se fosse para consumo,
mas plantam e exportam. O IAC Harmonia, outro rajado de visual bastante
atraente, já existe no Brasil e é vendido a R$ 5,00, meio quilo.
Essa pesquisa, iniciada em 1996, recupera também o tipo rosinha, bastante
apreciado no passado, mas que enfrentava limitações em função do mosaico
comum. O IAC Galante é grão tipo rosinha de alta produtividade e
resistência à antracnose e ao mosaico comum. "A suscetibilidade estava
associada à cor rosinha, porém conseguimos a resistência ao mosaico
comum", afirma Chiorato.
O perfil dos novos materiais também favorece nesses tempos de seca - as
variedades IAC Boreal, Diplomata, Galante e Harmonia são tolerantes às
elevações do termômetro e baixa umidade relativa do ar. O pesquisador
explica que, em altas temperaturas, o feijoeiro aborta as flores,
inviabilizando a produção de vagens. Mas, esses materiais IAC não
apresentam esse problema. "Estas foram selecionadas em condição de calor,
na região de Barretos e Colina, sendo tolerantes a altas temperaturas",
diz Chirorato, que atua juntamente com o pesquisador Sérgio Augusto M.
Carbonell, também do IAC-APTA.
A tolerância ao calor do IAC Diplomata traz uma nova opção ao mercado do
tipo preto, com excelente caldo, de cor achocolatado e resistente à
antracnose. O tipo mulato IAC Centauro é direcionado ao Nordeste do Brasil
e já foi aprovado por uma grande empresa do ramo. "Já enviamos ao IPA
(Instituto Pernambucano de Pesquisa Agropecuária) para novos testes",
informa.
Alimento social
O feijão é um dos produtos agrícolas de maior importância socioeconômica,
especialmente em razão da mão-de-obra empregada. Estima-se que, somente em
Minas Gerais, a cultura empregue cerca de sete milhões de homens por
dia-ciclo de produção, envolvendo cerca de 295 mil produtores.
Nas atuais condições de Brasil, a produção gira em torno de 3.200.000
toneladas e não tem mudado nos últimos 15 anos. Embora a área de produção
de feijão tenha diminuído, a produção pôde ser mantida porque a
produtividade média das novas variedades aumentou em relação aos últimos
anos. A área plantada em todo o Brasil é de cerca de 4 milhões de
hectares, indicando que a produtividade média não atinge os 1000 kg/ha,
ficando próximo aos 850 kg/ha. Segundo os pesquisadores, essa
produtividade é considerada baixa, exigindo que novas cultivares de maior
potencial genético sejam desenvolvidas.
Sobre a produção internacional de feijões, são plantados anualmente, em
média, 27 milhões de hectares e são colhidos, aproximadamente, 20 milhões
de toneladas, em mais de cem países. Desse total, 60% da produção mundial
se concentram em seis países: Brasil, Índia, China, Myanmar, México e
Estados Unidos.
A preferência do consumidor é regionalizada e diferenciada, principalmente
quanto à cor e ao tipo de grão. O feijoeiro comum é cultivado ao longo do
ano, na maioria dos estados brasileiros, proporcionando constante oferta
do produto no mercado. A Região Sul ocupa lugar de destaque no cenário
nacional, seguida pelas Regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Norte,
respectivamente.
O feijão preto é mais popular no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sul e
Leste do Paraná, Rio de Janeiro, Sudeste de Minas Gerais e Sul do Espírito
Santo. No restante do País, esse tipo de grão tem pouco valor comercial. O
feijão mulatinho é mais aceito na Região Nordeste, e o tipo rosinha é mais
popular nos Estados de Minas Gerais e Goiás.
SERVIÇO
XXIII Dia de Campo de Feijão
Data: 28 e 29 de novembro de 2007
Local: Pólo APTA Sudoeste Paulista, em Capão Bonito.
Informações: www.iac.sp.gov.br
Fone: 15- 3542-1310
PROGRAMAÇÃO
28/11/2007
8h Inscrições
9h Abertura
9h15 Homenagem ao Pesquisador Jairo Lopes de Castro
9h30 Avaliação Regional de Linhagens de Feijoeiro para o Estado de São
Paulo: VCU 2005-2006-2007
Alisson Fernando Chiorato e Sérgio Augusto Morais Carbonell - IAC/APTA
9h50 Novas cultivares de feijoeiro: IAC - Alvorada, IAC - Diplomata, IAC -
Galante, IAC - Colorido, IAC - Harmonia e IAC - Jaraguá
Alisson Fernando Chiorato e Sérgio Augusto Morais Carbonell - IAC/APTA
10h10 Desempenho de polímeros à base de pigmentos orgânicos associados à
fungicida e inseticida no tratamento de semente de feijão
César Pagotto Stein - IAC/APTA
10h20 Intervalo e visita aos expositores
10h40 Manejo integrado do mofo branco e das podridões radiculares do
feijoeiro
Murillo Lobo Júnior - CNPAF/EMBRAPA
11h20 Avanço tecnológico - IHARA
11h30 Uso de estimulantes na cultura do feijoeiro
João Domingos Rodrigues - FCA/UNESP
12h10 Almoço e visita aos expositores
14h Organização dos grupos para visita ao campo - Visita aos módulos no
campo e aos expositores
17h Encerramento
29/11/2007
8h Inscrições
8h30 Novas cultivares de feijoeiro (resumo para novos inscritos)
Alisson Fernando Chiorato e Sérgio Augusto Morais Carbonell - IAC/APTA
8h40 Avanço tecnológico - BASF
9h Tecnologia da produção
José Geraldo D%/%Stefano - CNPAF/EMBRAPA
9h40 Avanço tecnológico - SIPCAM ISAGRO
9h50 Avanço tecnológico - Grupo Bio Soja
10h Intervalo e visita aos expositores
10h30 Mudanças climáticas: estratégias agrometeorológicas
Orivaldo Brunini - IAC/APTA
12h10 Almoço e visita aos expositores
14h Organização dos grupos para visita ao campo - Visita aos módulos no
campo e aos expositores
17h Encerramento
Por Carla Gomes (MTb 28156) - Assessora de Imprensa - IAC-APTA