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Coplana ganha o Prêmio SOMOSCOOP com projeto realizado em parceria com o IAC

A Cooperativa Agroindustrial (Coplana), de Guariba, interior paulista, foi a ganhadora do Prêmio SOMOSCOOP, de abrangência nacional, na categoria Inovação e Tecnologia. A Coplana concorreu com o projeto + Cana, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC-APTA). O prêmio foi entregue no dia 22 de novembro de 2016, em Brasília, Distrito Federal. O projeto vencedor envolve o Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MBP), desenvolvido pelo Programa Cana IAC, que transforma um conceito de séculos de plantio ao retirar o colmo-semente da linha de cultivo e introduzir uma planta — a muda pré-brotada. O + Cana é fruto da parceria entre o IAC, a Coplana e a Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba (Socicana), que lançaram este programa com o objetivo de treinar canavicultores para o uso do MPB. Este sistema gera resultado até 20 vezes superior ao plantio tradicional mecanizado. Com ele, 100 metros de mudas originam 7.700 metros multiplicados. Na forma tradicional de plantio de cana, é possível alcançar 500 metros de mudas.
Com o projeto + Cana – Mais produtividade no canavial, a Coplana concorreu com a COODAPI, de Pernambuco, que inscreveu o projeto Agro Sertão, e com a COOPAMA, de Minas Gerais, representada pelo projeto Sistema de Gestão Integrada: BI-Business Intelligence. Trata-se de um reconhecimento à criatividade das cooperativas brasileiras e, principalmente, aos bons resultados obtidos.
Para o pesquisador do IAC e coordenador do trabalho, Mauro Alexandre Xavier, este Prêmio reconhece o valor de uma ideia que prioriza a simplicidade e o compartilhamento de informações no planejamento, aplicação e execução do projeto. “O beneficiado é o produtor, razão maior da missão comum das três instituições participantes (Coplana, Socicana e IAC). Agradeço a oportunidade e a confiança das instituições que acreditaram que é possível inovar, desenvolver, capacitar, integrar, praticar e aprender”, diz.
Na 10ª edição do Prêmio SOMOSCOOP, 221 cooperativas de todo Brasil concorreram. Destas, 18 foram finalistas, sendo três em cada uma das seis categorias do Prêmio, que são: Comunicação e Difusão do Cooperativismo, Cooperativa Cidadã, Desenvolvimento Sustentável, Fidelização, Intercooperação e Inovação e Tecnologia – nesta o projeto em parceria com Programa Cana IAC foi o vencedor. Foram premiadas cooperativas que implantaram projetos inovadores e/ou desenvolveram e promoveram novas tecnologias junto aos seus cooperados. Desde que foi criado, em 2004, o Prêmio agraciou 81 cooperativas, de 17 Estados brasileiros. As edições ocorrem a cada dois anos.
“Presto minhas homenagens à equipe do MPB e do Núcleo de Mudas do Programa Cana IAC pelo grande esforço de implantar este projeto em sete propriedades, esta equipe se dedicou inclusive aos sábados, chegando, muitas vezes, à noite dos treinamentos; tudo para tornar viável este grande projeto”, diz o pesquisador do IAC e líder do Programa Cana IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell.
O + Cana reúne a geração de soluções tecnológicas do IAC com o poder de disseminação das duas entidades representativas. O sistema desenvolvido pela ciência paulista representa uma inovação no modo de plantar cana ao associar produção rápida de mudas, com elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. O MPB também reduz volume de mudas na operação de plantio e proporciona ganhos com boa gestão da população de colmos, além de melhorar aspectos de qualidade.
“Após 22 meses de seu início, o + Cana está sendo reconhecido, o que reforça nossa confiança que estamos diante de oportunidades institucionais que permitem aperfeiçoar, replicar e dinamizar o modelo, agora validado”, diz Xavier. O pesquisador ressalta que está em plena execução a segunda etapa do + Cana, que é chamada segunda onda.
Os bons resultados da primeira fase do +Cana levaram ao lançamento da segunda fase do projeto, com a seleção de sete novos produtores. A segunda edição do programa de transferência da tecnologia é chamada +Cana segunda onda. Para esta etapa foram selecionados sete novos polos produtores, localizados em Guariba, Jaboticabal, Taquaritinga, Batatais, Novo Horizonte, Arealva e Cravinhos. Todos os selecionados são associados à Coplana. Os produtores aprenderão mais sobre o Sistema MPB para produzirem as próprias mudas de cana. “A ideia é que eles recuperem a autonomia da produção. O objetivo é resgatar a gestão de todas as etapas do processo de produção de mudas. Isso deu muito certo na primeira etapa do projeto”, afirma Xavier.
O projeto prevê a produção de mudas IAC por parte dos canavicultores para que eles conheçam a estrutura e adquiram experiência na instalação do núcleo de produção de MPB, por meio de treinamento mais aprofundado no sistema. “Vamos transferir tecnologias e conhecimento para o produtor ser protagonista nas etapas do processo de produção de mudas. Com isso, eles terão ganhos por adotarem de forma mais rápida novas variedades de cana-de-açúcar”, explica Xavier.
Os participantes do projeto terão acesso a três variedades desenvolvidas pelo Instituto Agronômico para modernizar seus canaviais. A adoção de novas variedades e tecnologias é fundamental, segundo pesquisadores do IAC, para se alcançar a chamada produtividade de três dígitos, ou seja, acima de 100 toneladas de cana por hectare. Atualmente, a média de produção dos campos paulistas é de 85 toneladas, por hectare, nos cinco primeiros cortes.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, parabenizou a equipe do IAC e destacou a eficiência da tecnologia gerada e o empenho para que esta inovação fosse alcançada. “Trata-se de um ineditismo que foi abraçado pelo setor privado, por acreditar na competência da pesquisa paulista. E esta capacidade inovadora veio trazer este Prêmio à Coplana, o que nos orgulha e nos motiva”, diz o secretário.
Sistema MPB
Um dos grandes benefícios do sistema MPB está na redução da quantidade de mudas levadas a campo. Para a instalação de um hectare de cana, o consumo de mudas cai de 18 a 20 toneladas, no plantio convencional, para 1,8 a 2 toneladas no MPB. Portanto, uma redução de até 90% em material de propagação. “Isso significa que 18 toneladas que seriam enterradas como mudas irão para a indústria produzir etanol, açúcar e energia elétrica, transformando-se em ganhos ao produtor”, afirma Xavier.
Criada a nova tecnologia, o passo seguinte foi compartilhá-la com o setor de produção. Em 2015, deu-se início à transferência do pacote tecnológico a agricultores, associados da Coplana, que passaram a ser treinados pelo IAC, por meio do Projeto de Validação do Sistema de Mudas Pré-Brotadas (MPB), que objetiva reduzir o tempo de adoção das novas variedades desenvolvidas pela pesquisa agronômica e oferecer treinamento ao canavicultor, capacitando-o para a retomada da gestão sobre o seu plantel varietal.
Em 2016, começou a ser feita a mensuração de desempenho. Os resultados comprovam as altas taxas de multiplicações, chegando a 1:77, o que significa que o método inovador de plantar cana-de-açúcar é até 20 vezes superior ao plantio tradicional mecanizado. Esses dados são usados para avaliar o processo em cada um dos sete polos produtores de MPB, que participam do Projeto de Validação. “O MPB está direcionado para aumentar a eficiência e os ganhos qualitativos na implantação de viveiros, replantio de áreas comerciais e renovação de canaviais”, completa Xavier.
Por Carla Gomes (MTb 28156)
Assessora de imprensa – IAC

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