Data da postagem: 19 Março 2008
Na Sexta-feira da Paixão, muitas famílias optam pelo consumo da carne de peixe. É uma época propícia para lembrar os riscos de contaminação que ela pode oferecer e os cuidados na hora da compra e do preparo que podem minimizá-los. A pesquisadora Neliane Ferraz de Arruda Silveira, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA) vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento - dá algumas orientações úteis para um consumo seguro. Os riscos mais freqüentes associados à carne de peixe, diz ela, são a toxinfecção alimentar e intoxicação histamínica, comum quando o peixe apresenta uma carga de microorganismos elevada.
Os sintomas da intoxicação histamínica podem ir de rápidas coceiras, vermelhidão e inchaços, especialmente no rosto, até choques anafiláticos, dependendo da sensibilidade do consumidor e da dosagem de histamina presente no peixe. A contaminação pode, inclusive, em alguns casos, ter início ainda no barco do pescador, se houver longa exposição à temperatura ambiente, o que favorece a rápida multiplicação microbiana.
Deste modo, o consumidor deve tomar algumas providências para evitar ingerir a carne contaminada, que começam com a observação das condições do local de venda. O consumidor deve evitar mercados que não têm boa aparência, especialmente com a presença de insetos, bancas em que o pescado não esteja bem conservado. É importante que esteja em gelo em escamas, com temperaturas perto do ponto de fusão, explica Neliane.
Com relação ao peixe fresco, algumas dicas são valiosas para identificar a sua qualidade: as escamas não devem se soltar com facilidade; os olhos devem estar brilhantes; ao pressionar o abdômen do peixe, a carne deve voltar com facilidade, apresentando uma boa elasticidade; o odor deve característico e, se o desejo for comprar o peixe em postas, o ideal é solicitar que ele seja fatiado na hora.
Já com o bacalhau, preferido por muitas famílias para a ocasião, os cuidados são outros. Do mesmo modo, o local de compra deve ser observado, principalmente com relação à limpeza e à presença de insetos. Além disso, ele não deve apresentar manchas escuras, deve ter aparência inteiriça sem estar desmanchando e o sal espalhado na superfície deve ter aparência homogênea, lembra a pesquisadora.
Caso uma possível causa de contaminação não seja evidente, cabe ainda uma última estratégia: prestar atenção no odor na hora do preparo. Se houver alguma alteração não aparente na carne, é possível que ela exale um odor desagradável e, assim sendo, o pescado não estará apto para consumo.
Leila Rinaldi Ming,
da Assessoria de Comunicação do ITAL
Mais informações: 19.3743.1757